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Amor Sem Escala

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Por:   •  7/6/2013  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  538 Visualizações

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Ética Empresarial: Demissão e Crise no Filme “Amor sem Escalas”

by Rose Cunha on dezembro 20, 2012

Quando se assiste o filme “Amor sem Escalas” (Up In The Air, 2009), se espera um roteiro romântico acompanhado do sorriso irresistível de George Clooney. Porém, o que encontramos é uma história bem construída, focada nos múltiplos dramas existentes nas relações corporativas que se tornam ainda mais ácidas em um mundo economicamente em crise.

O tema do filme gira em torno de uma Outplacement empresas contratadas para agilizar (e tentar humanizar) os sistemas de demissão de massa de uma organização, dissolvendo os tradicionais métodos de dispensa em que o contratante (o gestor direto) comunicava a demissão de seu funcionário olho no olho, verbalizando os motivos da dispensa e compartilhando, de certa forma, do momento sempre constrangedor do fim de uma parceria. Porém, esta delegação de tarefas para outros, aponta não só para o enfraquecimento das relações humanas (o distanciamento do sofrimento e do desconforto que a dor de outra pessoa pode causar) como também são sintomas gritantes de nossa época, superlotada de uma necessidade emergencial de felicidade e de um ilusório conforto emocional. Este movimento de fragmentação do convívio social também contaminou os sistemas corporativos, como bem retrata a pesquisadora da FGV Maria Ester de Freitas:

“muitas demissões foram feitas por e-mail, por telefone, no meio das férias, no final do expediente quando o individuo já estava no estacionamento (…) Negou-se ao homem demitido não apenas o direito de limpar as suas gavetas ou armários, mas também o de demonstrar a sua humanidade, fosse no adeus aos colegas de tantos anos, fosse na face que exprimia uma dor.”1

Devemos nos ater que a visão do trágico (na figura do outro que sofre) sempre foi uma etapa absolutamente necessária para o amadurecimento humano, uma vez que este contato, nos coloca diante de nossos próprios medos e nos impulsiona a superá-los através da solidariedade que o outro nos provoca. É uma lição básica ensinada incansavelmente pelas religiões a milhares de anos, se a negarmos, estamos abrindo mão de nossa experiência humana, e finalmente estaremos nos entregando ao mecanicismo retratado no filme:

Atualmente é comum entre os profissionais de RH, uma preocupação crescente em relação aos processos de dispensa, que foram diretamente influenciados pelo endurecimento de nossos tempos, em que virtualizaram o calor humano e terceirizaram o bom senso.

Nossa intenção de viver e nos comunicar globalmente, talvez tenha criado uma falsa sensação de “aldeia global”, que na prática tem se mostrado apenas como uma kitchenette solitária com uma janela pequena para o mundo, também conhecida como solidão/acompanhada, que objetiva uma independência em relação aos demais, que na realidade (felizmente) nunca teremos por completo, uma vez que só reconhecemos quem somos através do outro, esta é uma condição humana, que deve ser respeitada em “todos os processos” (inclusive empresariais) para que o fim de uma parceria, seja realmente um novo inicio para quem é dispensado, e não mais uma etapa amarga de procedimentos mal concebidos. Por isso, que os sistemas de governancia devem possuir em todas as suas fases uma preocupação ética, pois é ela,

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