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As Comunidades Virtuais E Um Paralelo Com As Comunidades Na Modernidade E As Comunidades Na Tradição

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Por:   •  11/8/2014  •  2.820 Palavras (12 Páginas)  •  351 Visualizações

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Introdução

A escolha desse tema ocorreu de forma simples. Desde o surgimento da Internet no Brasil são do meu interesse as transformações ocorridas na sociedade, como, por exemplo, o aparecimento das comunidades virtuais. Para tanto parti numa busca do que realmente seriam tais comunidades. Precisava fazer uma análise do fenômeno, que até então só era vivido pela minha parte.

Depois de concluir uma primeira etapa de leitura sobre as comunidades virtuais, comecei a pesquisar então sobre as comunidades durante a tradição e durante a modernidade. Assim poderia falar de um modo mais amplo sobre a questão das comunidades ao longo da história, podendo compreender as suas mudanças e permanências. Vemos, nesta introdução, que a Internet contribuiu para formar um novo tipo de comunidade, com o surgimento de uma dinâmica social nova. Mas será que mesmo com essas transformações as comunidades virtuais podem ser realmente chamadas de comunidades? É a partir daí que partimos, numa tentativa de esclarecer as diferenças entre as comunidades na tradição, na modernidade, e as comunidades virtuais.

– O que é uma comunidade?

O conceito de comunidade tem evoluído com o tempo. Idéias de pertencimento, de localização numa mesma área geográfica, ou de uma estrutura social formada, já revelaram o seu significado. Hoje esse conceito já abrange outro significado, o das comunidades virtuais. Com o incremento das redes telemáticas (a união das telecomunicações com a informática), essas novas comunidades puderam surgir, trazendo a união dos seus participantes não por localização geográfica, mas pela conexão com a rede. As proximidades intelectuais passam a ser mais importantes do que proximidades físicas.

“Pessoas que usam computadores para comunicar, formam amizades que às vezes formam o fundamento de comunidades, mas você deve ser cauteloso para não confundir a ferramenta para a tarefa e pensar que apenas escrever palavras em uma tela é a mesma coisa que uma comunidade real [1]” (Rheingold, 1993 [2]). Nesse ponto o autor quer mostrar que nem tudo o que se faz nos computadores pode ser considerado uma comunidade. A ferramenta por si só não caracteriza o surgimento das comunidades virtuais.

Comunidades virtuais x comunidades modernas x comunidades tradicionais

As comunidades modernas nascem num processo de continuidades e rupturas em relação às comunidades tradicionais. Também, o que seria da modernidade se não fosse a tradição? Como é que a modernidade iria romper tradições se elas nem existissem? As comunidades passam a ser pensadas durante a modernidade, e deixam de ser apenas vivenciadas como ambientes sociais (Palácios, 1995 [3]). Por isso que Palácios utiliza no seu texto as idéias de Michel Maffesoli, ao dizer que o conceito de comunidade surge na modernidade, no período em que novas formas sociais surgem e fazem perceber as anteriores.

As sociedades modernas são “sociedades de mudança constante, rápida e permanente. Esta é a principal distinção entre as sociedades ‘tradicionais’ e as sociedades ‘modernas’” [4]. Esse processo de rápida mudança e transformação também se constitui nas sociedades pós-modernas, e está ligado diretamente a globalização. Na tradição os símbolos são formas de manifestar a experiência através das gerações, e o passado é valorizado. Já a pós-modernidade é uma forma de vida mais pensada, mais reflexiva. Nela as práticas sociais estão sendo sempre examinadas e alteradas, os seus valores estão sempre em contestação.

Nas sociedades pós-modernas há uma interconexão entre as diferentes partes do globo, onde as mudanças na vida social atingem toda a superfície da Terra. Há uma importante transformação no tempo e no espaço, a partir de uma globalização do mundo, onde as fronteiras que separam os países vão sendo derrubadas. A velocidade das relações sociais não é mais a mesma do passado. O tempo e o espaço não são mais barreiras contra a comunicação mundial, e o cotidiano acaba sendo alterado.

Para Palácios, as comunidades na modernidade deveriam ter alguns elementos básicos: o sentimento de pertencimento; uma territorialidade (geográfica e/ou simbólica); a permanência; a ligação entre sentimento de comunidade; caráter cooperativo e emergência de um projeto comum; a existência de formas próprias para a comunicação; e a tendência à institucionalização.

Ter o sentido de pertencimento é a característica básica para se constituir qualquer tipo de comunidade. Entre os seus participantes é preciso esse sentimento de ligação, de participação. Isso caracteriza uma comunidade, diferente de um simples agrupamento. A partir daí, esse sentimento leva a um caráter cooperativo, podendo surgir ações organizadas e projetos comuns. Nas comunidades tradicionais o indivíduo estava destinado àquele território em que nasceu, sem poder escolher outro grupo que lhe agradasse mais. Diferente dos dias de hoje, o habitante estava condicionado ao seu espaço e ao seu tempo. Na modernidade esta situação muda quando o indivíduo já não se sente tão preso às suas raízes. As informações são bombardeadas de tal modo, com a evolução dos meios de comunicação e o aumento da distância que eles abrangem, que o indivíduo pode escolher qual comunidade ele quer pertencer, mesmo sofrendo influências da localidade em que nasceu.

Para poder dar cabo dos seus projetos, uma comunidade não deve ser efêmera, por isso é preciso a permanência. Já o sentido de territorialidade pode ser tanto geográfico ou simbólico, apenas como um elo para fortalecer ou unir os participantes; outra característica importante para a formação de uma comunidade, que vai perdendo sua força como território físico ao longo das comunidades modernas. A existência de um meio próprio de comunicação entre seus membros – como murais e boletins, ajuda na integração e na distribuição de informações para todos.

As redes telemáticas

Quando o sistema de telecomunicações se juntou com a informática numa crescente expansão, teve-se inicio um processo que transformou a comunicação contemporânea. Pela primeira vez foi possível a união entre comunicação massiva e interatividade. A incrível expansão da informática faz com que a telemática interligue computadores no mundo inteiro – surgindo a Internet. Surge então a possibilidade de conectar pessoas separadas geograficamente, mas que possuam traços e vontades semelhantes, num universo que não se caracteriza somente de cálculos matemáticos.

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