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Computadores Pedagógicos

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Por:   •  20/5/2014  •  1.859 Palavras (8 Páginas)  •  268 Visualizações

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Programa Um Computador por Aluno (UCA) estimula indústria de TI a criar equipamentos com finalidade educacional. Por meio do Centro de Especialização Unix/Linux, da Regional Recife, o Serpro participa dos testes que analisam a aplicabilidade dessas máquinas aos objetivos estratégicos da iniciativa.

Quando o Governo Federal recebeu da ONG One Laptop Per Child (OLPC) a proposta de adotar no Brasil o projeto do Laptop de US$ 100, a primeira medida foi a criação de um grupo interministerial para estudar a viabilidade de adoção do modelo nas escolas públicas de todo o País. Diferentes órgãos, entre eles o Serpro, se reuniram para analisar o equipamento e definir critérios para a aplicação dessa tecnologia. Estavam lançadas as bases para o programa Um Computador por Aluno (UCA).

O Laptop de US$ 100, também conhecido como XO, foi desenvolvido pela OLPC, ligada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), sob a coordenação do pesquisador norte-americano Nicholas Negroponte. Segundo ele, muito mais do que um projeto de hardware, trata-se de uma iniciativa educacional. Em novembro de 2006, Negroponte entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o primeiro protótipo do modelo – momento que marcou o início dos testes em território nacional.

A partir deste fato, e diante do interesse brasileiro em utilizar computadores portáteis com finalidade pedagógica, o mercado de informática começou a se movimentar para produzir outros equipamentos dentro dessa proposta. Foi assim que, além do XO, o grupo de trabalho responsável pelo projeto recebeu outros dois modelos de protótipos apresentados pela indústria: o ClassMate, da Intel, e o Mobilis, da Encore. Essa movimentação do mercado foi muito bem recebida pelo governo, uma vez que complementa os três pressupostos definidos para o UCA: educação, inclusão digital e desenvolvimento da indústria nacional.

Com esses três aspectos sendo trabalhados de forma concomitante, fica evidenciado que o Um Computador por Aluno é muito mais do que um projeto focado num determinado modelo de equipamento. Ou seja, não se trata de estimular a criação de um notebook comum, a preços reduzidos. O que se busca é uma ferramenta especialmente voltada à questão pedagógica, que auxilie os estudantes a desenvolverem sua criatividade e a compartilharem conhecimentos entre si e com seus professores. Ao menos nesse primeiro momento, o foco permanece mantido em computadores portáteis, sob a premissa de que possam ser usados tanto em sala de aula como também levados para casa pelos alunos, de modo a permitir o acesso de sua família e de seus vizinhos. Quanto ao desenvolvimento da indústria nacional, o critério estabelecido é de que, seja qual for o modelo escolhido para integrar o programa, os protótipos devem ser prioritariamente produzidos no Brasil.

Luiz Cláudio Mesquita

“O governo criou uma oportunidade, e o mercado começou a se movimentar para criar uma tecnologia nova, em benefício da população”, festeja Luiz Cláudio Mesquita, do Serpro.

“Quando essa concorrência começa a surgir, ela movimenta os laboratórios brasileiros, toda a questão científica acaba sendo desenvolvida em velocidade maior, uma vez que o próprio mercado está impondo isso. Creio que é o que está acontecendo agora. O governo criou uma situação que oferece oportunidades; o mercado começa a se movimentar e os laboratórios a fazer pesquisas – e passamos a ter uma tecnologia nova em benefício da população”, festeja Luiz Cláudio Mesquita, assessor da Diretoria e coordenador de Inclusão Digital do Serpro.

Software Livre

Outra premissa, que vem ao encontro do direcionamento estratégico do governo para a área de TI, é que os equipamentos deverão necessariamente utilizar softwares livres. O sistema operacional que está em discussão pelo UCA, e presente em todos os protótipos em testes, é o GNU Linux, justamente por essa característica de ter uma licença livre e ser oferecido também com código aberto.

“Essa decisão é importante, porque o software livre permite o desenvolvimento independente de fabricantes. Com o código à nossa disposição, podemos fazer a extensão, a manutenção específica às necessidades do programa, e se houver qualquer interesse que seja divergente ao do mantenedor principal, poderemos adaptar os aplicativos de acordo com as demandas surgidas. Essa possibilidade é um dos fatores determinantes para o uso de tecnologia livre no projeto”, destaca Marcelo Andrade, analista de rede do Centro de Especialização em Virtualização em Linux.

Testes Laboratoriais

Atualmente, os três modelos de notebooks passíveis de serem incorporados ao programa Um Computador por Aluno encontram-se em fase de testes pelo Serpro e por outros centros tecnológicos de pesquisa no Brasil. Participando do grupo interministerial desde que foi iniciado, o Serpro tem mantido, também, uma forte atuação no que se refere à parte técnica do programa, estudando o desempenho das máquinas e contribuindo com sua capacidade e conhecimentos adquiridos em software livre.

Na Regional Recife, os testes estão sendo feitos com todos os três modelos oferecidos ao UCA, sendo um par de cada fabricante. O primeiro a chegar, conforme mencionado, foi o OX, da OLPC, em novembro de 2006. Por esse motivo, sua análise encontra-se em estágio mais avançado em relação aos demais. Já o ClassMate, da Intel, e o Mobilis, da Encore, chegaram no início de 2007, e estão sendo submetidos a baterias de testes idênticas às que foram feitas no OX.

“Temos dois objetivos básicos: realizar os testes, sugerindo melhorias, e também aprender, já que é uma excelente oportunidade de conhecimento que estamos trazendo para dentro da Empresa. Principalmente quanto à rede Mesh*, que é um dos grandes elementos desse projeto. É uma coisa nova, que ainda não conta nem mesmo com padrão internacional definido, mas é um assunto que aos poucos vem ganhando corpo no setor de TI. Trata-se, portanto, de uma inovação, uma oportunidade que estamos inserindo no Serpro, e que no futuro poderá ser utilizada em novos projetos”, esclarece Gunther Boeckmann, também analista de Rede da Supti (Superintendência de Administração de Ambiente de TI), na Regional Recife.

* As redes Mesh trabalham com a união de dois formatos sem fio já consagrados - Access Point, (distribuição de dados a partir uma fonte central); e Adhoc (um equipamento controla sua comunicação com os demais) - e cada computador ajuda a propagar os dados, funcionando como estações repetidoras, o que amplia o alcance

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