E SE O PRÍNCIPE FOR NEGRO?

E SE O PRÍNCIPE FOR NEGRO?

Por:

COSTA, Elza.

A construção de sentimentos de inferioridade da população negra vem de longa data é sutil e está posto em diversas situações do nosso cotidiano. Isto pode ser observado nos ditos populares, nas cantigas de ninar, nas brincadeiras de crianças etc.

O presente artigo tem por objetivo, levantar reflexões sobre questões das relações étnicas raciais ocorridas no contexto do cotidiano escolar.

Gostaria de começar relatando um episódio vivenciado em uma das escolas da rede municipal de ensino de Várzea Grande, que envolveu uma aluna negra a qual chamarei de N.” “... Era véspera da comemoração do aniversário de Várzea Grande, e a escola se preparava para um desfile Cívico. Cada bloco de alunos representaria uma temática. À turma da aluna N. coube a representação das profissões.

Cada aluno representaria uma categoria, entre elas estavam: enfermeiros, professores, bombeiros, artistas etc.

À aluna N. coube representar um pintor (artista plástico). No momento de colocar os figurinos é que ela descobriu que sua fantasia era em verde e amarelo com chapéu também verde na cabeça.

Quando a aluna N. se mirou no espelho para olhar sua fantasia desabou em um choro convulsivo, arrancou o chapéu da cabeça com bastante agressividade e começou a dizer que ela era negra e que a cor da fantasia a deixou horrorosa e se recusava veementemente a participar do evento. Imediatamente “foi proposta a diretora que fizesse a troca da fantasia dela com outro aluno, o que foi acatado sem discussão.”.

A intenção deste relato é provocar os demais colegas para pensarmos o fato deixarmos de aproveitar as oportunidades para discutirmos com nossos alunos sentimentos de inferioridade, baixa-estima e desvalorização que os mesmos não expressam com palavras, porém manifestam claramente em suas atitudes.

Sabe-se, que a questão da Educação das Relações Étnico Racial Afro-brasileiro e Africana no currículo das escolas, agora é determinação legal (Lei 10.639/2003). Partindo disto faz-se necessário que nós educadores (as), nos voltemos para uma

reflexão a respeito da problemática que envolve a discriminação racial, o preconceito e o racismo presentes no dia a - dia do espaço escolar.

É preciso termos conhecimento de causa para evitarmos atitudes omissas ou incoerentes que acabem por reforçar ainda mais a desigualdade racial.

Nossas atitudes preconceituosa e racista estão tão disfarçadas dentro de nós que na maioria das vezes somos promotores