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ESTIMATIVA BÁSICA DO POTENCIAL EÓLICO OFFSHORE

Por:   •  1/5/2021  •  Artigo  •  2.967 Palavras (12 Páginas)  •  129 Visualizações

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ESTIMATIVA BÁSICA DO POTENCIAL EÓLICO OFFSHORE DO RIO GRANDE DO NORTE REUTILIZANDO PLATAFORMAS FIXAS

Daniel Batista Rocha[1]*

Richardson Franklin da Costa[2]*

Gilmara Freire Azevedo[3]**

RESUMO: O atual envelhecimento da frota de plataformas fixas instaladas ao longo da costa brasileira, aumentou consideravelmente a demanda por projetos de descomissionamento. Uma alternativa bastante viável é a reutilização das estruturas existentes para implantação de novos projetos em alto mar. Dado esse contexto, o presente trabalho tem como objetivo estimar, de forma básica o potencial eólico offshore que o estado do Rio Grande do Norte apresenta utilizando plataformas fixas, visando solucionar a questão do descomissionamento destas que ainda não contam com uma legislação vigente. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a temática e, na sequência, uma análise dos dados obtidos. Considerou-se o fato que a Petrobras dará início a execução de um projeto piloto que contará com a instalação de uma turbina em uma destas plataformas no litoral potiguar. Por meio dos dados obtidos identificou-se que o estado apresenta um potencial significativo que poderá ser explorado comercialmente em um futuro próximo.

Palavras-Chave: Eólica, Offshore, Plataformas.

1 INTRODUÇÃO

        Ao longo da existência humana sempre houve a necessidade do uso da energia nas suas mais diversas formas. Com o passar do tempo essa necessidade não só aumentou como também fez o homem descobrir novos tipos e formas de obtê-la. Umas delas é a energia elétrica que pode ser obtida por meio de fontes renováveis e não renováveis.

Segundo Tesla (1900 apud ORTIZ; KAMPEL, 2011, p. 01), “Quaisquer que sejam nossos recursos de energia no futuro, devemos, para sermos racionais, obtê-la sem o consumo de nenhum material”. Essa afirmação concretiza-se com a crise do petróleo ocorrida na década de 1970, onde se fez necessário buscar novas fontes de energia. Além da possibilidade de escassez dos materiais para geração, existe também a necessidade da redução de poluentes na atmosfera, visto que as fontes não renováveis causam sérios danos ao meio ambiente. Foi em meio a esse cenário que a fontes renováveis tomaram maiores proporções.

        Dada essa necessidade, a energia eólica aparece como umas das fontes mais promissoras das frentes renováveis na matriz mundial, tendo capacidade de 539.000 MW de potência instalada. No Brasil, a fonte eólica teve ênfase maior no processo de geração de energia a partir de 2005, ano em que a geração era de apenas 28MW, sendo gerados atualmente 14.000 MW, que representam 8% da matriz energética nacional, há previsão de que em 2020 essa capacidade chegue a 17.000 MW. Tais avanços se deram devido ao PROINFA (Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia) criado em 2002 e que visa a contratação de projetos em energia eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (ANEEL, 2017; REN21, 2017; DUTRA; SZKLO, 2005).

        Em um cenário que partiu da inexpressividade e chegou a níveis notórios em pouco mais de uma década, destaca-se a região Nordeste como principal geradora de energia eólica do país, contendo quatro dos cinco principais estados responsáveis por essa geração, sendo o Rio Grande do Norte o estado que mais gera energia eólica atualmente. Vale ressaltar que toda essa produção ocorre apenas em parques situados em terra, visto que o Brasil apresenta um imenso litoral que abre margem para geração por meio de parques instalados no mar (ABEEólica, 2018).

        A geração de energia no mar utilizando a fonte eólica ainda se apresenta de maneira tímida no cenário mundial, gerando apenas 17GW em todo o mundo, sendo estimada a capacidade de 115 GW em 2030 mediante, principalmente, dos países que já servem como referências nesse mercado como EUA, China e Reino Unido que é o atual líder de geração. Tais índices de possíveis crescimentos se mostram satisfatórios visto o alto rendimento desse tipo de geração, uma vez que no mar os ventos se apresentam em maiores quantidades e de maneia constante. No Brasil, a Petrobras está licenciando um projeto piloto que instalará uma torre de capacidade nominal de 5MW na costa do Rio Grande do Norte, ainda em 2018 a estatal assinou um acordo com a norueguesa Equinor visando realizar o estudo sobre o potencial offshore brasileiro (GWEC, 2018; MARÍTIMO, 2018).

        A possível implantação do mercado offshore no Brasil abre margens para a solução do que possa se tornar um problema em breve: o descomissionamento das plataformas de extração do petróleo que estão chegando ao fim de sua vida útil, visto que essa é uma necessidade recente e ainda não existe uma legislação vigente para tal (COSTA, 2018).

        Portanto, esse trabalho tem por finalidade estudar o potencial eólico offshore que o Rio Grande do Norte apresenta por meio da instalação de torres nas plataformas fixas de extração de petróleo que serão descomissionadas devido ao fim da vida útil das mesmas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Energia eólica

        Principal fonte de energia do planeta terra, o Sol é responsável pela diferença de pressão atmosférica que gera a circulação dos ventos. Estes, por sua vez, tem sido utilizados pela humanidade há milhares de anos para realização de suas tarefas. Os primeiros registros que datam de 5000 A.C. mostram a utilização de barcos a vela, criados pelos egípcios. Tempos depois, os persas desenvolveram os moinhos de vento que se espalharam por todo o Oriente Médio, chegando a Europa e tendo predominância na Dinamarca e Holanda (COSTA, 2018).

O uso do vento para geração de energia elétrica se deu no final do século XIX, com a construção do primeiro moinho de vento destinado a gerar eletricidade em pequena escala, produzido na Escócia. Logo em seguida, Charles F. Brush (1849 – 1929), desenvolveu nos Estados Unidos o segundo modelo com proporções maiores. Porém, somente com a crise do petróleo em 1970, as fontes renováveis tiveram um impulso maior, mediante um programa federal adotado pelos Estados Unidos para investimento em eólica. Por meio dos subsídios liberados pelo governo o desenvolvimento eólico começou, inicialmente com a construção de grandes turbinas experimentais (PINTO, 2017).

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