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Energia

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Por:   •  20/3/2015  •  704 Palavras (3 Páginas)  •  252 Visualizações

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QUINTO JR., Luiz de Pinedo. A contribuição da cultura técnica do Planejamento Urbano no Brasil numa perspectiva comparada com a gênese da Gestão Urbana na Europa. In: PEREIRA, Elson Manoel (org.). Planejamento Urbano no Brasil: conceitos, diálogos e práticas. Chapecó: Argos, 2008. p. 43-72. Ao analisar o processo de planejamento urbano no Brasil e nos países europeus, pode-se notar uma diferença clara, resultante da cultura técnica do planejamento urbano de cada país. No Brasil diferentemente da experiência européia, ao longo da história o processo é descombinado e incompleto, já nos países europeus o corpo técnico municipal, legislação e instrumentos urbanísticos se combinam e se completam na ação política efetiva na construção e regulação do espaço urbano. Pode-se comparar a Alemanha, como exemplo de experiência européia, ao Brasil. A Alemanha, apesar de ter uma industrialização tardia em relação aos outros países europeus, em duas décadas radicalizou a estruturação das cidades. Essa radicalização foi impulsionada por um caráter inovador no desenvolvimento de políticas sociais criando o primeiro Sistema Nacional de Previdência Social, que tinha o objetivo de produzir habitações de interesse social para atender a demanda da falta de habitações para a população migrante do campo para a cidade, migração esta, ocasionada pela revolução industrial. Na Alemanha o plano regulador implantado nessa época é baseado em dois princípios: zoneamento e priorização da produção de bairros residenciais populares e de distritos industriais. E este se repetiu, posteriormente, pelo restante da Europa. Já no Brasil, a preocupação com o urbanismo surge em função da crise do funcionamento de cidades portuário-exportadoras e do complexo agroexportador do século XIX. Sendo assim, inicialmente, o plano diretor tinha objetivo de garantir o fluxo de mercadorias para exportação e não a produção de habitações sociais. Outra característica que deve ser levada em conta é o fato de que o movimento operário no Brasil era dirigido por organizações anarquistas, que não acreditavam em programas sociais de caráter reformistas. Mais tarde surge no Brasil a necessidade de gestão de uma política de habitação popular pelo Estado, porém o objetivo não era destinar recursos para habitações sociais e sim elevar a margem de lucro dos institutos, através de um caráter seletivo e pontual que só atendia a uma elite que podia pagar os financiamentos sem recurso financeiro do estado, constatando-se nesse processo a falta de combinação entre instrumentos políticos e legislação urbana. Com o grande fluxo de migrações surgem os problemas urbanos como o aparecimento de áreas periféricas clandestinas, como por exemplo, as favelas. O urbanismo no Brasil se apresenta de uma forma segregada e desigual. Comparando os processos na Europa e no Brasil observa-se que na Europa o movimento operário reivindicava melhorias e soluções para os problemas das carências urbanas, ao contrário do Brasil que o processo se torna seletivo voltado para um conceito de cidade para as elites. Na Europa a experiência do plano diretor foi um instrumento de gestão e de produção da cidade, enquanto no Brasil o processo institucional assume um caráter descombinado, idealizando uma cidade sem levar em consideração os problemas urbanos, como especulação imobiliária e problemas habitacionais. Em 1979,

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