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Geotecnia

Por:   •  9/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.922 Palavras (8 Páginas)  •  272 Visualizações

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  1. Introdução

Solo grampeado ou chumbado é uma técnica de estabilização temporária ou permanente de taludes, que utilizam um reforço no subsolo com um revestimento de tela metálica, esta técnica já vem sendo utilizada há era de 40 anos.  Foi originada nas minas de exploração de minérios, e depois foi muito utilizada na França, Alemanha e Áustria para estabilização de túneis e emboques.

No Brasil a empresa suíça Rodio Perfurações e Consolidações aplicava concreto projetado e tela metálica desde 1966. A partir de 1972, foram aplicados mais 100.000 tirantes de resina em rocha em todos os túneis da Rodovia dos Imigrantes. No Rio de Janeiro a mesma técnica foi utilizada em solos em decomposição.

Este estudo trata de algumas regiões de Salvador onde existe a presença de solo argiloso médio a rijo, residual da decomposição e a maior parte dessas regiões são de projetos para estabilização de encostas de áreas carentes de Salvador.

  1. Desenvolvimento
  1. Princípio Mecânico

O solo pode nesse caso pode ser dividido em duas zonas, primeiro a zona ativa que á a que se encontra mais perto da superfície e a segunda zona passiva onde os grampos serão fixados. A análise e o método de dimensionamento são feitos através do equilíbrio do limite, onde a superfície provável de ruptura é estudada. Existem também outros métodos para esta atividade: métodos baseados nas tensões internas, teoria de escoamento e teoria do equilíbrio.

Dentro dessas técnicas existem adaptações para a instalação de chumbadores ou grampos, onde a mais utilizada possui duas formas diferentes de calcular a contribuição de cada chumbador.

  1. Análise de casos históricos

Serão apresentados algumas analises de acasos históricos obtidos de dados bibliográficos e de relatórios técnicos emitidos por entidades da cidade de Salvador. Sendo a maior preocupação a identificação das profundidades máximas das cunhas de deslizamento ocorridas. Os primeiros problemas relacionados com instabilidade de encostas em Salvador datam do século XVI. Sendo, os escorregamentos do final do século XVIII, relatados na área da atual Ladeira dos Passos e da Montanha, o mais destacável com dezenas de mortos.

Túnel Américo Simas

O volume do material deslocado afetou a parte posterior das casas situadas à Rua Joaquim Távora. O material deslocado constituía-se de solo superficial argilo-arenoso, incluindo parte superficial da rocha completamente alterada. Como consequência do escorregamento, ficaram interditados o túnel e parte do trânsito pela Avenida Frederico Pontes.

O desmoronamento apresentava a forma clássica de uma superfície circular e largura máxima de cerca de 42m.

A superfície inferior do escorregamento achava-se acima da cota 30 m, e esse nível foi, aparentemente, controlado pela cortina de contenção existente, além da presença da rocha, que resistiu ao deslocamento.

As causas que provocaram o fenômeno foram: precipitação anormalmente alta nos dias antecedentes ao fenômeno, declividade muito elevada da encosta, propriedades do material e condição de drenagem.

Julião

Em 10 de abril de 1975, após um período de intensas e prolongadas chuvas, ocorreu um grande escorregamento no trecho do Julião, situado na linha de falha de Salvador. Esse acidente foi descrito em Presa e Silva (1978) e não foi o primeiro dessa natureza ocorrido naquela área. O escorregamento mobilizou, aproximadamente, 3.000 m3 de material terroso da encosta, através de uma superfície com diretriz circular passando na cobertura de solo residual, tangenciando o contato solo-rocha, no pé do talude e expondo o saprolito em alguns pontos. A profundidade máxima da superfície de ruptura era de 6,5m.

As principais causas do escorregamento Foram: a rigorosa geometria da encosta (cerca de 50º), a ação da água (escoamento e infiltração), a problemas de degradação do manto de alteração (alteração nas propriedades de resistência e permeabilidade), aos severos condicionamentos geológicos e ao deficiente revestimento vegetal do talude.

Alto do Bom Viver – Lobato

 Conhecido como ruptura do Lobato, ocorreu em 26 de março de 1992, envolvendo um volume aproximado de solo de 6.800 m3 e cerca de 12.000 t de massa. Causou prejuízos materiais e onze mortes.

A superfície de ruptura assumiu uma forma circular na parte superior do talude, com 7 m de profundidade máxima, e aproximadamente plana na parte inferior. Sendo o desmoronamento dividido em duas etapas:

  • Na primeira, a porção da encosta situada em frente à Rua dos Unidos correu em forma de massa fluida, com elevada umidade e baixa consistência, transladando-se até as posições mais distantes do pé da encosta.
  • Na segunda, a porção da encosta situada à direita da cunha escorregou com um pequeno retardo em relação à primeira etapa, com maior consistência, indo acomodar- se sobre a massa rompida do corrimento imediatamente anterior, em uma posição intermediária situada desde o pé da encosta.

 As principais causas, são: falta de drenagem da área, inexistência de sistema de esgotamento sanitário, imprópria deposição de lixo sobre a encosta, cortes abusivos, aterros e sobrecargas no talude.

Baixada do Fiscal

Em junho de 1968, ocorreu uma movimentação de solos e de rocha na encosta da baixada do Fiscal, onde a cunha deslocou-se, tendo sido precedida por movimentação lenta, como atestaram várias marcas existentes no solo local, anteriores ao deslocamento da massa de solo e de rocha, bem como rachaduras nas paredes das casas edificadas na porção superior da encosta. O plano inferior de deslocamento coincidiu com o horizonte de blocos da rocha, seixos e vegetação na base do talude natural, entre o solo e a rocha.

Cosme de Farias

Um talude de aproximadamente 30 metros de altura e com inclinação de 45°, sofreu uma ruptura em 6 de outubro de 1989. A ruptura ocorreu de forma circular com espessura de 2,5 metros, a maior causa do problema foi a água que deslocou o solo.

Liberdade

Um talude de aproximadamente 25 metros de altura e com inclinação de 45°, sofreu uma ruptura circular com espessura de 3 metros, vitimando 5 pessoas no bairro da Liberdade em 25 de novembro de 1990.

Conjunto São Braz

Um pequeno talude, aos fundos do Conjunto São Braz, sofreu uma ruptura em 1995, ocasionando a queda de um muro de arrimo de 4 metros de altura que protegia o estacionamento. Com a queda do muro vários carros foram atingidos e um morador foi vitimado. Foi constatado uma ruptura circular com espessura de 3 metros, ocasionado pela má compactação do solo juntamente com águas pluviais que passavam no local.

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