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O Modelo De Curva De Transbordamento Através De Imagens De Satélite

Por:   •  13/7/2023  •  Relatório de pesquisa  •  3.711 Palavras (15 Páginas)  •  48 Visualizações

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MODELO DE CURVA DE TRANSBORDAMENTO ATRAVÉS DE IMAGENS DE SATÉLITE

Gustavo Augusto Lourenço Alves¹, Alexandra Amaro de Lima², Andreia Rodrigues Gomes³

¹ ² Research Department, Institute of Technology and Education Galileo of the Amazon (ITEGAM), Manaus, Brazil.

³ Paulista University (UNIP), Manaus, Brazil.

RESUMO

A simulação do comportamento de chuvas permite a antecipação de potenciais impactos, contribuindo para o planejamento de infraestrutura e busca de soluções para inundações. Assim sendo, o objeto deste trabalho é mapear as áreas passíveis de inundação no entorno do igarapé dos Franceses, utilizando-se da modelagem hidrológica e geotecnologias para detecção de manchas de inundação, de modo a identificar cotas de transbordamento, a fim de sugerir e antecipar a desocupação de áreas vulneráveis. A metodologia utilizada foi dividida em etapas: primeiramente foram obtidos dados de intensidade de chuvas na região através dos dados de precipitação diária; as informações de morfologia, localização geográfica, cotas e divisores de água foram obtidas por meio de imagens de satélites georreferenciadas. Com a obtenção dos parâmetros hidrológicos, foram calculados o período de retorno e vazões de descarga para o dimensionamento hidráulico dos dispositivos componentes de drenagem. Foi utilizado o Método Racional para obter a vazão por meio da intensidade da chuva pela área de drenagem e coeficiente de run-off. Após a determinação da vazão, foram demarcados pontos na imagem no ARCGIS, permitindo um traçado para determinação das curvas de cheia, sendo assim, possível simular uma chuva e prever a área de alagamento e visualizar as localidades que serão afetas com a chuva de intensidade escolhida.  Os resultados obtidos com o desenvolvimento deste projeto possibilitaram a análise das curvas a susceptibilidade de transbordamento do curso d’água analisado, compreendendo seu comportamento com diferentes intensidades de precipitação. 

Palavras-chave: inundações, precipitação, hidrologia, drenagem urbana.

  1. INTRODUÇÃO

Tem crescido a preocupação com os impactos da exploração humana em bacias hidrográficas, onde está havendo uma redução da disponibilidade e qualidade das águas. Assim, projetos com diversas finalidades foram sendo desenvolvidos como forma de estabelecer medidas preventivas que minimizem os danos, entre eles, o planejamento da ocupação da bacia hidrográfica, uma necessidade para a sociedade que tende a apoderar-se de ambientes com risco de inundação, além de deteriorar seu meio (TUCCI, 2001).

Ainda, Reis (2015) afirma que um desafio para o planejamento municipal é a previsão e controle de impactos ambientais gerados pela urbanização, que altera áreas e cotas de inundação nas bacias hidrográficas, promovendo modificações de vazões, velocidades de escoamento superficial e infiltração da água no solo.

A invasão do leito maior, em grande parte por habitações precárias, modifica a dinâmica natural do curso d’água ao passo que impermeabiliza o solo, lança resíduos sólidos e efluentes sanitários, alterando seções de escoamento.

Diante de uma realidade crítica de ocupação das margens de corpos hídricos, há uma problemática ao ocorrerem chuvas intensas. O nível da água sobe e, sem haver área suficiente para escoar, transborda para zonas no contorno e atinge a população e edificações da região, o que gera transtornos de ordem social, econômica e ambiental.

No âmbito da hidrologia, ferramentas de modelagem têm-se mostrado um modo eficiente de análise de inundações severas. Simular o comportamento das chuvas intensas permite um conhecimento antecipado dos potenciais impactos, oportunizando a reversão de condições inadequadas e viabilização de um novo cenário.

De acordo com Rezende (2012), estes instrumentos são importantes para previsão e simulação da propagação de inundações, assistindo o planejamento da drenagem urbana. Em situações de eventos de chuvas intensas e chance de ocorrência de vazões acima da média, Alves (2017) declara que as simulações hidrológicas se revelam como um mecanismo capaz de transformar os dados de chuva em estimativa de vazão em determinado ponto, assim, estimar a vazão, conhecer os efeitos e áreas que determinada onda de cheia pode atingir fornece subsídios para gestão de situações de emergência.

Nesta conjuntura, a disponibilidade prévia de informações contribui sobremaneira para o planejamento de infraestrutura e busca de soluções para inundações, problema enfrentado pela população que sofre e pelos governantes que devem atuar.

Um dos aspectos negativos da urbanização é o aumento da população que vive em áreas de risco de deslizamentos, enchentes e/ou inundações. A primeira etapa das atividades de gerenciamento de risco é a identificação e localização dos locais sujeitos a prejuízos causados por cheias e inundações, neste escopo, as habitações precárias às margens de cursos d’água geralmente representam as situações com risco mais crítico (BRASIL, 2007).

Conforme Rezende (2012), em virtude do espalhamento das ocupações, suas clandestinidades e alta concentração urbana, existe a necessidade de aplicação de diferentes modelos de modo a antecipar-se aos problemas e adotar recursos que reduzam os impactos ambientais. Um diagnóstico alicerçado na previsão de manchas de inundação contribui para o planejamento e gestão de águas nas cidades, configurando-se como notável relevância para o desenvolvimento sustentável.

Ao conhecer o histórico de ocorrência de grandes chuvas alinhado ao diagnóstico da área, é possível simular os impactos passíveis de ocorrerem, dessa forma, aperfeiçoam-se os sistemas de gerenciamento de áreas de risco e ações governamentais.

Isto posto, Verçosa (2019) salienta que a modelagem hidrológica-hidrodinâmica tem se apresentado como um instrumento significativo para o entendimento do processo de formação das inundações e para o estabelecimento de estratégias de mitigação, de forma subsidiar o processo de tomada de decisão na gestão de risco de inundações.

Com o emprego de metodologias de estimativas torna-se possível prever e delimitar locais potencialmente vulneráveis, conduzindo políticas púbicas para a gestão e sustentabilidade das áreas mais preocupantes, neste âmbito, os procedimentos deste estudo são um instrumento determinante na elaboração de Plano Diretor de Drenagem Urbana, visto que contribui para o diagnóstico de regiões problemáticas (REZENDE, 2012).

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