Tempo de pega do gesso

1. INTRODUÇÃO

Um dos principais materiais utilizados na construção civil é o gesso – aglomerante já utilizado pela humanidade há mais de 4.500 anos, no Egito. Trata-se de um aglomerante aéreo (que endurece pela ação química do CO2 do ar), obtido pela desidratação total ou parcial da Gipsita, encontrada, no Brasil, em jazidas no Norte e Nordeste do país. Na engenharia civil o material é aplicado como pasta (gesso com água) ou misturado com areia (argamassa). No Brasil, porém, o custo do gesso é alto e os revestimentos utilizados são com argamassas de cal, areia e cimento ou argamassas industrializadas. Contudo, sendo este material relativamente de alto custo, devido às distâncias de suas jazidas, existem estudos no sentido da produção de gesso a partir do fosfogesso das indústrias do Sul (subproduto).  Ele, portanto, ao misturado com a água começa a endurecer, em razão da formação de uma malha de cristais e, depois do início da pega, ele continua a endurecer como os demais aglomerantes. A velocidade de endurecimento desse material depende da temperatura e tempo de calcinação, da fissura de suas partículas, da quantidade de água no amassamento, bem como da presença de impurezas ou uso de aditivos. Tendo em vista a significativa importância do gesso na construção civil, o presente relatório visa unir a teoria acerca do tempo de pega do gesso à discussão da prática de ensaio.

1. OBJETIVOS

O presente relatório apresenta a determinação e estudo do tempo de pega do gesso, bem como analisar a consistencia do gesso, com o objetivo de aprimorar conhecimentos dos procedimentos para a elaboração de tais testes e da importância desse material na construção. 

1. NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES

Para essa prática foi utilizada a norma da NBR 12128 (MB - 3469): Gesso para construção - Determinação das propriedades físicas da pasta. Essa Norma prescreve o método para execução dos ensaios físicos da pasta de gesso, compreendendo as determinações de consistência normal e tempo de pega. O tempo de início de pega é o tempo decorrido a partir do momento em que o gesso tomou contato com a água, até o instante em que a agulha do aparelho de Vicat não penetrar mais no fundo da pasta, isto é, aproximadamente 1mm acima da base. O tempo de fim de pega é o tempo decorrido a partir do momento em que o gesso entrou em contato com a água, até o instante em que a agulha do aparelho de Vicat não mais deixar impressão na superfície da pasta.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

Os aglomerantes aéreos são aqueles que conservam suas propriedades e processam seu endurecimento comente na presença do ar. O gesso é um aglomerante aéreo de origem mineral utilizado como material de construção. Tal material é comercializado na forma de um pó branco ou placas. O gesso é um dos mais antigos materiais de construção.

Segundo Moura (2009), “O uso do gesso na construção civil remonta aos primórdios da história da humanidade, passando desde a sua utilização no período neolítico, como artefatos para a construção, paredes e elementos decorativos, até sua utilização em revestimentos e na fabricação de blocos de gesso utilizados como alvenaria de vedação”.

O gesso é fabricado através de um processo de esmagamento e calcinação do gipso (minério composto de sulfatos de cálcio hidratados residuais e gipsita). Esse processo gera um pó branco que, quando em contato com a água, endurece velozmente. Atualmente, o gesso é largamente utilizado no setor da construção civil. Isso, pois suas vantagens são bastante atraentes. Esse material possui uma baixa densidade e retração, boa aparência, isolamento termo acústico e baixo custo. Além disso, ele é facilmente moldável e suficientemente produtivo. Entretanto, o gesso também possui suas desvantagens, como desperdício, baixa resistência ao choque, entre outras.

O que determina o uso do gesso em uma obra são suas propriedades. O gesso é isolante à madeira seca e ao tijolo, protege bem as estruturas contra incêndios, possui um alto grau de dureza. Porém, sua principal propriedade é o tempo de pega do gesso, que é o tempo que o material demora a endurecer. Geralmente, ele se inicia em alguns minutos e finaliza após 20 a 30 minutos. Esse tempo de pega, que foi avaliado nessa prática, pode ser influenciado por diversos fatores, como a temperatura, o tempo de calcinação, a finura, a água de amassamento, os aditivos, etc. Por exemplo, quanto menor a quantidade de água, mais rápida será a pega.

Como material de construção, o gesso compreende as mais variadas aplicações. Ele é usado no revestimento interior de paredes ou do teto, em divisórias ou em blocos de alvenaria. Também, ele pode ser aproveitado para produzir o Drywall, sistema para construção de paredes e forros.

Apesar de o gesso ser muito utilizado, é necessário alguns cuidados para que sua estrutura permaneça adequada. Alguns desses cuidados são com a diminuição da resistência com o grau de umidade absorvida, os altos poderes oxidantes do gesso quando em contato com componentes ferrosos e a solubilidade e lixiviação com a percolação de água constante.

Tomando esses cuidados e precauções e utilizando-o em situações adequadas, o gesso torna-se um excelente material, que trará benefícios e eficácia na construção. Por isso, ele deve ser estudado e devidamente explorado, aproveitando suas vantagens e propriedades.

1. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

• Balança com precisão de 0,01g;
• Espátulas;
• Proveta de plástico;
• 500g de cimento;
• 400g de gesso;
• Água;
• Molde troco cônico e placa de vidro;
• Cronômetro;
• Aparelho de Vicat.

1. PROCEDIMENTOS

[pic 1]Primeiramente zerou-se o aparelho de Vicat, na qual desceu a haste metálica até a placa de vidro e deixou a haste solta e em repouso, de modo que agulha ficou livremente encostada na placa ajustando o indicador do aparelho no zero da escala e assim, subiu a haste e fixou-se através do parafuso específico. Em seguida, colocou-se 155ml de água na bandeja com o gesso, mexeu-se com a espátula até formar a pasta, anotando o horário em que se deu o contato do gesso com a água. Transferiu-se a pasta para o molde de troco cônico, que estava em cima da placa de vidro na base do aparelho, e raspou-se o topo do molde. De tempo em tempo foi solto suavemente a agulha até que haja contato com a pasta e anotado a distância que a agulha ficou da placa de vidro. Sendo que, após cada penetração, era movimentado a base ligeiramente, de maneira que as tentativas fossem efetuadas a uma distância mínima de 5mm uma da outra e a 10mm do contorno da face exterior.