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As Redes Peer to Peer

Por:   •  19/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.079 Palavras (5 Páginas)  •  84 Visualizações

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Redes peer-to-peer (ponto a ponto): o desenvolvimento de um sistema virtual e descentralizado de trocas

A rede peer-to-peer ou, simplesmente P2P surgiu e disseminou-se na internet através da ideia de desenvolver uma rede de mercado entre participantes, por meio eletrônico que fosse possível e seguro a troca de bens, valores, serviços e conteúdos, sem a necessidade de um intermediário entre eles.

 O grande marco da tecnologia P2P está nas operações do NAPSTER, iniciadas em 1999. Adotando um mecanismo virtual de trocas diretas entre seus usuários. Ao se conectar ao NAPSTER, todos os arquivos de músicas de uma pessoa, armazenados em seu computador, poderiam ser livremente acessados pelos demais usuários e aquela pessoa tinha, por sua vez, o mesmo acesso ilimitado aos conteúdos musicais contidos nos computadores dos demais participantes da rede. Isso permitiu a livre troca, entre eles, de arquivos de músicas, sem que estas trocas fossem sujeitas a algum agente centralizador. Assim, o NAPSTER possibilitava que seus usuários compartilhassem livremente arquivos de música, marcando a disseminação da ideia, de uma rede de computadores sem elemento centralizador e na qual cada usuário fosse, ao mesmo tempo, provedor e consumidor de conteúdo.

Vale ressaltar, entretanto, três significativas questões sobre as operações do NAPSTER e sua referência como rede descentralizada. A primeira delas diz respeito à constatação de que havia, por parte do próprio NAPSTER, um certo grau de centralização de informações sobre as trocas ali ocorridas, já que mantinha, em servidores centrais, uma lista de seus usuários e arquivos. O segundo problema se refere às questões relativas aos direitos de propriedade sobre os conteúdos trocados pelos usuários. A terceira fundamental questão remete à constatação de que o modelo proposto pelo NAPSTER não conseguiu solucionar o problema da confiança.

 A falta da atuação de um terceiro confiável, responsável pela validação dos conteúdos trocados levou, no caso do NAPSTER, a uma enorme frequência de arquivos musicais contaminados por vírus e outros defeitos que comprometiam a sua credibilidade, utilidade e, por fim, a confiança dos usuários do sistema ali proposto. O uso do NAPSTER revelou-se, portanto, arriscado, dada a origem duvidosa dos arquivos trocados diretamente entre os usuários.

Faltava à tecnologia P2P uma forma de solucionar previamente o problema da confiança nas informações e conteúdos trocados, sem que se pudesse contar, para isso, com a atuação, até ali indispensável, de um terceiro confiável, responsável por centralizar e validar as informações.

Este modelo foi proposto em 2009, na forma do chamado blockchain, originalmente criado para suportar as transações envolvendo o bitcoin. A verdade é que o blockchain foi criado para o bitcoin, mas se mostrou algo muito mais amplo do que “apenas” um sistema gerador de confiança em transações envolvendo criptomoedas.

 Trata-se de uma rede descentralizada de troca no qual todos os usuários são, ao mesmo tempo, fornecedores e tomadores de informações e, também, de um sistema descentralizado de geração prévia de confiança entre os usuários, no qual todos eles são participantes – mas não isoladamente – da validação das transações ali ocorridas.

Blockchain e a formação de um sistema descentralizado de solução prévia para o problema da confiança

A história do blockchain começa a ser escrita em 2009 e está essencialmente ligada à do bitcoin. Explicar o que é blockchain é tão complexo e desafiador quanto, por exemplo, tentar definir o que é a internet. Aliás, já há quem compare ambas as criações, salientando que as duas são capazes de expandir suas utilidades para muito além do que foi originalmente pensado. São exemplos de metatecnologias, criações humanas capazes de impactar diretamente no funcionamento de diversas outras.

O blockchain tem sua origem como suporte de confiança para o bitcoin, mas, assim como a internet, se mostra uma tecnologia com um potencial de utilidade exponencialmente mais amplo do que “apenas” validar as transações envolvendo o bitcoin. O bitcoin está amparado no sistema blockchain, mas uma rede blockchain não precisa do bitcoin para existir. É fato que ainda se está longe de constatar todos os possíveis empregos da rede blockchain, mas, nos dias atuais, têm-se percebido que ela se mostra um instrumento capaz de resolver o problema da confiança nas transações eletrônicas P2P.

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