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Por:   •  7/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.660 Palavras (19 Páginas)  •  392 Visualizações

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COSTA, Luciélio Marinho da. As Funções e Tipos de Avaliação presentes na Prática Pedagógica. In: Avaliação da aprendizagem. Material do Curso de Licenciatura em Matemática Virtual da Universidade Federal da Paraíba. S/A, p. 18- 30.

1.Situando a Temática

        A avaliação desempenha diversas funções, isto é, serve a múltiplos objetivos, não apenas para o sujeito avaliado, mas também para o professor /a, para a instituição escolar, para a família e para o sistema social. Sua utilidade mais notória não é, precisamente a pedagogia, pois o fato de avaliar não surge na educação como uma necessidade de conhecimento do aluno/a e dos processos educativos. Partimos de uma realidade institucional historicamente condicionada e assentada que exige seu uso: avalia-se pela função social que, com isso se cumpre. É uma missão histórica atribuída à escola e, concretamente aos professores/as, realizada num contexto de valores sociais, por certas pessoas e com certos instrumentos que não são neutros.

        Essa multifuncionalidade da avaliação introduz contradições e exigências difíceis de harmonizar, o que se traduz em tensões e posições muito diferentes. Do ponto de vista pedagógico convém uma menor pressão da avaliação sobre o aluno/a, enquanto que socialmente tende a se acentuar, pois é impossível pensar que o sistema escolar não rotule os alunos/as quando saem dele e passam para a vida produtiva.    

2.Problematizando a Temática

        As funções que se atribuem à avaliação, por fazerem parte do processo educacional, diversificam-se conforme as necessidades de cada momento ao longo do desenvolvimento do processo. A esse respeito, Casanova (1992), afirma que, em concordância com as funções que sejam atribuídas, em cada caso, à avaliação, com as necessidades a que seja preciso atender nos diferentes momentos da vida de uma escola ou com os componentes que tenham sido selecionados, procede utilizar as modalidades ou tipos de avaliação que resultem mais apropriados para o objetivo do estudo, da pesquisa ou do trabalho que se empreende.

        É sabido que uma instituição como a escola gera valores e práticas que a sociedade assimila, mas incorpora muitos outros que, antes de serem comportamentos escolares, são práticas sociais às quais não pode ou não sabe esquivar-se.

        Pelo modo como o ensino está institucionalizado, pelo fato de que os resultados obtidos repercutem em valorização dos sujeitos e até são pontos de referência para a autoestima, às práticas de avaliação tem influência decisiva nos alunos/as, em suas atitudes para com o estudo dos conteúdos, nos professores/as, nas relações sociais dentro da aula e no meio social. Desse modo, essa projeção múltipla da avaliação nos obriga a desvendar os significados dessa prática tão desenvolvida, que escapa aos próprios professores/as.

3. Conhecendo a Temática

3.1 Funções da avaliação na prática pedagógica

        De acordo com Sacristán (1998, p. 323), para entendermos melhor os efeitos das práticas de avaliação, faz necessário ordená-las de acordo com suas funções, pretendias ou não, que cumpre. São elas: a) Definição dos significados pedagógicos e sociais; b) Funções sociais; c) Poder de controle; d) Funções pedagógicas; e) Funções na organização escolar; f) Projeção psicológica e g) Apoio da investigação.

        A) Definição dos significados pedagógicos e sociais. Por meio das práticas variadas de avaliação no âmbito escolar, apoiadas nem sempre em exigências nem sempre pedagógicas e em valores nem sempre defensíveis, constroem-se categorias como as de rendimento educativo, êxito e fracasso escolar do aluno/a, bons e maus escolares, qualidade do ensino, progresso escolar, bom-mau professor/a, boa escola.

        Se analisarmos detidamente cada uma dessas categorias que se utilizam na linguagem cotidiana e na mais especializada, pode-se questionar os critérios pelos quais se definirá cada um desses termos, mas na dinâmica da prática muitas coisas são dadas por pressupostas. Com isso, os usos e os resultados da avaliação, ainda que seus procedimentos sejam discutíveis, mostram a realidade e servem para pensar, falar, investigar, planejar e fazer política educativa sobre a educação.

        A própria instituição escolar dota de significado o que entenderemos por realidade educativa e, por meio de seus procedimentos, dotados de sentido real os próprios conceitos com que pensamos a prática.

        B) Funções sociais. As funções sociais que a avaliação cumpre são a base de sua existência como prática escolar. Numa sociedade em que o nível de escolaridade alcançado e o grau de rendimento que se ontem nos estudos cursados tem a ver em grande parte com os mecanismos e oportunidades de entrada no mercado de trabalho, o certificado de validação que as instituições escolares expedem para os alunos/as cumpre um papel social fundamental.

        As titulações expedidas pelas escolas aos alunos delas egressos garantem formalmente níveis de competência, o que não podem assegurar é que esta garantia seja certa. Os títulos simbolizam a posse “documentada” do saber e da competência na medida em que socialmente lhes são atribuídos essas qualificações, de forma desigual, segundo de quais se trate. Em detrimento disso, alguns tem prestígio mais de que outro, em função dos valores dominantes em cada sociedade e em cada momento. Como exemplo, podemos tomar a Constituição de 1888 que assegura às pessoas ficarem em selas separadas dos demais detentos, em presídios, casos sejam detidos/as condenados/as por cometer crime.

        De acordo com Perrenoud (1990, p. 15),

Os vínculos existentes entre as hierarquias escolares e outras hierarquias de excelência são mais explicáveis à medida que se pretende que o ensino constitua uma preparação para a vida: nesse sentido, as classificações escolares não são senão a prefiguração das hierarquias vigentes na sociedade global, em virtude de modelos de excelência que recebem uma valorização suficiente para ocupar um espaço no currículo.

        

        Uma sociedade hierarquizada e meritocrática reclama a ordenação dos indivíduos em função de sua aproximação à excelência, ou seja, maior proximidade, maior mérito individual. Naturalmente, essa prática não teve origem na escola, mas aplicam-se nela os procedimentos técnicos que a legitimam, ocultando os valores a que serve. Nesse sentido, a avaliação cumpre sua função de seleção e hierarquização em todos os níveis escolares, ainda que, alguns deles não tenha atribuído explicitamente tal função. Esse poder seletivo da avaliação é tanto mais evidente quanto mais elevado for o nível escolar e menos candidatos o frequentem.

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