O Leite Orgânico x Convencional

Leite Orgânico x Convencional

Considera-se leite orgânico aquele leite retirado de um animal o qual não passou por nenhum processo de tratamento com antibióticos, hormônios, vermífugos ou até mesmo estimulantes de apetite entre outros aditivos, mantendo assim um alimento com elevado valor nutricional.

O leite orgânico apresenta características diferentes daquele obtido de animais criados em pecuária leiteira convencional, no Brasil atualmente ainda não temos um número significativo de produtores de leite orgânico, mas ainda assim já temos pesquisas relacionadas as características do alimento, direcionadas para análises da composição físico-química e para o perfil de ácidos graxos e de ácido linoleico conjugado em leites pasteurizados integrais oriundos de agricultura orgânica.

De forma que nosso trabalho de PPI deste semestre foi voltado para o artigo “Contribuição ao estudo das características físico-químicas e da fração lipídica do leite orgânico” o qual foi desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia Bioquímico Farmacêutica da USP, e vem de encontro com a nossa linha de estudos sobre cromatografia gasosa.

Neste artigo utilizaram-se três tipos de leites pasteurizados integrais provenientes da agricultura orgânica e três leites pasteurizados integrais de origem convencional, os quais passaram por análises físico-químicas e análise de ácidos graxos a qual foi realizada por cromatografia em fase gasosa.

  Nas análises físico-química verificou-se a densidade, acidez total, extrato seco, gordura, proteína, lactose e cinzas, e também foram determinados o perfil de ácidos graxos e o teor de ácido linoleico conjugado, estas análises foram realizadas em triplicata durante o período de um ano.

Já as análises de ácidos graxos foram realizadas por cromatografia em fase gasosa, em cromatógrafo a gás Varian GC, equipado com detector de ionização de chama. Foi utilizada coluna capilar de sílica fundida com 30 metros de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno e contendo 0,25 µm de polietilenoglicol dentro da coluna. As condições foram:

•  Injeção split, razão de 50:1
• Temperatura da coluna: 75 °C por 3 minutos, programada até 150 °C numa razão de 37,5 °C/minutos e novamente programada até 215 °C a 3 °C/minutos;
• Gás de arraste: hélio, numa vazão de 1,5 mL/minutos;
• Gás make up: hélio a 30 mL/minutos;
• Temperatura do injetor 250 °C; e
• Temperatura do detector 280 °C.

A composição qualitativa foi determinada por comparação dos tempos de retenção dos picos com os respectivos padrões de ácidos graxos.

Além das demais análises efetuou-se a análise estatística onde os resultados foram submetidos à Análise de Variância e teste de Tukey para comparação de médias, considerando p < 0,05.

Após todo o estudo obteve-se os seguintes resultados:

  Da composição físico-química, a densidade do leite, relação entre seu peso e volume, é diretamente influenciado pelo conteúdo de gordura e de sólidos não-gordurosos. Sendo assim, um leite com teor de gordura baixo ou nulo, como o leite desnatado, apresenta densidade maior, sendo que, no leite integral, a gordura contribui para valores mais baixos.