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A ATUAL POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL IMPLANTADA PELO GOVERNO FEDERAL: AVANÇOS E RETROCESSOS

Por:   •  6/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.418 Palavras (14 Páginas)  •  365 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA

 INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE PSICOLOGIA

A ATUAL POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL IMPLANTADA PELO GOVERNO FEDERAL: AVANÇOS E RETROCESSOS

ISABELLE OLIVEIRA DA SILVA

SANTOS - SP
2017


ISABELLE OLIVEIRA DA SILVA

A ATUAL POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL IMPLANTADA PELO GOVERNO FEDERAL: AVANÇOS E RETROCESSOS

SANTOS - SP
2017


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        04

CONTEXTUALIZAR A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL UM BREVE HISTORICO        05

O TRABALHO EM REDE O SUS        07

cAMINHOS A PERCORRER A DESINSTITUCIONALIZAÇÃO E A RAPS        08

rEDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL O RAPS        12

POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL IMPLANTADA PELO GOVERNO FEDERAL: AVANÇOS E RETROCESSOS        12

conclusao        14

BIBLIOGRAFIA        15

  1. INTRODUÇÃO

Este trabalho objetiva elucidar o trajeto da reforma psiquiátrica no Brasil e seus desdobramentos após a desinstitucionalização dos usuários. Quais os caminhos a serem percorridos através das Redes de Apoio Psicossociais (RAPS), os avanços e perspectivas de melhorias no setor atual da saúde mental no Brasil, até meados dos dias de hoje, sobre as implantações atuais de políticas de saúde mental.

  1. CONTEXTUALIZAR A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL: UM BREVE HISTORICO

O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do movimento sanitário, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da violência asilar. Fundado, ao final dos anos 70, na crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do que a sanção de novas leis e normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas governamentais e nos serviços de saúde (Tenório, 2002).

O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), movimento plural formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, surge neste ano (Tenório, 2002).

É sobretudo este Movimento, através de variados campos de luta, que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais (Tavares, 2009).

A experiência italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas, como, por exemplo, na Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 2.000 internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. Passam a surgir as primeiras propostas e ações para a reorientação da assistência. O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro). Neste período, são de especial importância o surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1987, e o início de um processo de intervenção, em 1989, da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, a Casa de Saúde Anchieta, local de maus-tratos e mortes de pacientes. É esta intervenção, com repercussão nacional, que demonstrou de forma inequívoca a possibilidade de construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva ao hospital psiquiátrico. Neste período, são implantados no município de Santos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionam 24 horas, são criadas cooperativas, residências para os egressos do hospital e associações. A experiência do município de Santos passa a ser um marco no processo de Reforma Psiquiátrica brasileira. Trata-se da primeira demonstração, com grande repercussão, de que a Reforma Psiquiátrica era possível (Tenório, 2002).

A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental.

É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.

Linhas específicas de financiamento são criadas pelo Ministério da Saúde para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no país. A partir deste ponto, a rede de atenção diária à saúde mental experimenta uma importante expansão, passando a alcançar regiões de grande tradição hospitalar, onde a assistência comunitária em saúde mental era praticamente inexistente (Tenório, 2002).

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