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A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: A VISÃO DO ALUNO SOBRE O PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO INCENTIVO AO EMPREENDEDORISMO

Por:   •  16/8/2019  •  Artigo  •  4.430 Palavras (18 Páginas)  •  191 Visualizações

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EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: A VISÃO DO ALUNO SOBRE O PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO INCENTIVO AO EMPREENDEDORISMO

Resumo: “Empreender é uma prática interdisciplinar, e muitos futuros sócios ou parceiros podem se encontrar em disciplinas de empreendedorismo” (Endeavor, 2016). O papel da universidade como catalisadora para a formação do empreendedorismo ganha cada vez mais relevância por acreditar ser possível desenvolver espírito empreendedor nos indivíduos, os quais necessitam de certas condições de aprimorar suas novas habilidades e potencializar as pré́-existentes (Stevenson, 2001). Mas no Brasil as mesmas não estão atendendo às necessidades dos alunos. Sob a ótica do aluno, esse artigo tem como objetivo identificar quais atividades de ensino-aprendizagem listadas pela Endeavor (2016) são importantes formas de incentivo na formação de empreendedores dentro das universidades. Este estudo relata uma pesquisa quantitativa, que se configura em uma pesquisa de campo. A pesquisa será conduzida em Curitiba - PR.

Palavras-chave: empreendedorismo, empreendedorismo nas universidades, educação empreendedora

  1. INTRODUÇÃO

A necessidade de formar pessoas com espírito empreendedor, principalmente por meio da educação, vem se difundindo e chamando cada vez mais atenção. Inseridas no contexto de necessidades constantes de mudança na sociedade, está presente as Universidades, que deveriam propor um ambiente para o fomento do empreendedorismo, mas em contrapartida não estão assumindo esse papel. Segundo pesquisas da Endeavor e Sebrae, há uma clara discrepância entre a percepção dos alunos e professores sobre o papel das universidades. Por mais que cerca de 65% dos professores estejam satisfeitos com iniciativas de empreendedorismo dentro da universidade, a média entre os alunos é de apenas 36%. 

Acredita-se que um dos motivos é o fato das faculdades não terem um programa que incentive toda a jornada do aluno que quer empreender, algo que vá além da motivação e dos primeiros passos. As universidades têm em sua grade matérias sobre empreendedorismo, mas a maioria visa apenas inspirar o aluno a empreender. Assuntos mais práticos, como o de gestão de pequenos negócios acabam não recebendo a atenção que merecem pelas instituições de ensino superior. Tudo isso colabora para que o relacionamento entre universidades e alunos seja cada vez mais pontual, fazendo com que as instituições não sejam vistas como um ponto de apoio para aqueles que querem empreender.

O foco desse artigo é o de analisar o papel das universidades no  incentivo ao empreendedorismo na educação, em especial, quais atividades de ensino-aprendizado são importantes na formação de empreendedores, sob a ótica do aluno. O Jovem Empreendedor tem uma personalidade evidenciadamente importante, uma vez que, naturalmente, é quem imprime as mudanças suscitadas pela necessidade de sobrevivência das organizações, instituições e das sociedades deste contexto mundial atual que demanda catalisadores, estimuladores e criadores para essas mudanças. É preciso estabelecer estratégias para multiplicar o número de universitários que criam empresas inovadoras e transformam os setores em que atuam, gerando milhares de empregos no caminho.

2. REFERENCAL TEÓRICO

A contextualização do presente trabalho se dá a partir de uma pesquisa entre os estudantes de graduação dos Cursos de Administração de Universidades públicas e privadas, para compreender qual o nível de importância de cada atividade de ensino-aprendizado na formação empreendedora, sob a ótica desses alunos. Dessa forma, serão apresentadas algumas concepções sobre Empreendedorismo, Educação Empreendedora e Empreendedorismo na Universidade. E a seguir, será descrito algumas iniciativas de Empreendedorismo nas Universidades do Brasil e ao redor do mundo.

2.1 EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo tem ganhado merecida atenção nos meios acadêmicos, políticos e empresarial devido a sua importância no desenvolvimento econômico, desempenhando papel fundamental para qualquer país. Entender o fenômeno do empreendedorismo possibilita identificar oportunidades para a geração de ganhos econômicos por meio da criação de novas organizações e de novos produtos (PORTO, 2013).

A palavra empreendedorismo deriva do termo francês “entrepreneur”, traduzido para o inglês como “entrepreneurship”, e remonta ao século XV quando era usado para referir-se aos “homens de negócios”. O termo ganhou maior visibilidade nas obras de Richard Cantillon (1680-1734, considerado o precursor do empreendedorismo) e Jean-Baptiste Say (1767-1832, Lei de Say) que, cujas preocupações com economia, geração de novos empreendimentos e gerenciamento de negócios permitiam definir os empreendedores como pessoas que corriam riscos, pois investiam seu próprio dinheiro.

No entanto o conceito adquiriu novo significado em 1911, como a publicação da “Teoria de Desenvolvimento Econômico” de Joseph A. Schumpeter, conectando de maneira explícita o conceito de inovação. Schumpeter (1978) define a essência do empreendedorismo como a percepção e aprimoramento de novas oportunidades no âmbito dos negócios, possuindo conexões com criações de novas formas de utilização de recursos nacionais deslocados do emprego tradicional e sujeitos a novas combinações.

Para Fillion (1999), empreendedorismo é o resultado tangível ou intangí-

vel de uma pessoa com habilidades criativas; sendo uma complexa função de experiências de vida, oportunidades e capacidades individuais que durante seu exercício está inerente à variável risco, tanto na vida como na carreira do empreendedor. Ainda segundo o autor, o empreendedor é tido como:

“(...) um indivíduo criativo, marcado pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, possuindo um alto nível de consciência do contexto de referência para detectar oportunidades de negócios, buscando uma aprendizagem continuada a respeito de oportunidades de negócios e revelando um processo de tomada de decisões com risco moderado visando à inovação” (FILLION, 1999).

Na discussão do conceito de empreendedorismo o ponto central não é o de considerar ser ou não ser empreendedor; mas sim que este é situado em uma série de acontecimentos sequenciais e interruptos de pessoas com diferentes graus de perfil empreendedor. Ou seja, o empreendedorismo pode ser cultivado e, desta forma, permite o seu florescimento, que por sua vez resulta na criação de um círculo virtuoso que promove o aparecimento de mais empreendedores. Dessa forma, entender os fatores que possibilitam o favorecimento do empreendedorismo pode ser importante, além de facilitar o planejamento e estabelecimento de políticas públicas e educacionais, tendo-se em vista a importância do empreendedorismo para a sociedade (DOLABELA, 1999; FILLION, 1999; PORTO, 2013).

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