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A Evolução do Pensamento Administrativo

Por:   •  10/6/2015  •  Artigo  •  5.543 Palavras (23 Páginas)  •  713 Visualizações

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  • Evolução do Pensamento Administrativo – Unidade 1 – TGA (Teoria Geral da Adm)
  • Administrar é ser eficaz com a maior eficiência possível. Pode-se entender que toda organização, por meio de processos executados por suas pessoas, sempre produz alguma coisa: ou algum bem, ou serviço ou uma combinação dos dois. Para tanto, seus objetivos (o que ou aquilo que decidiu fazer) devem estar bem claramente definidos. Estes objetivos, bem como alcançá-los, têm a ver com a eficácia organizacional. Outro grande problema administrativo é estabelecer a maneira a ser utilizada para conseguir essa eficácia, o como. Esta questão trata da eficiência. Administrar é saber combinar adequadamente esses dois conceitos.
  • A eficiência – a capacidade de fazer certo as coisas. A eficácia, em contraste, implica escolher os objetivos certos.
  • Stoner e Freeman (1985) assim definem o desempenho do administrador e da organização: Para uma organização ser bem-sucedida em alcançar seus objetivos, satisfazer suas responsabilidades sociais, ou ambas as coisas, ela depende dos administradores. Se os administradores fazem bem seu trabalho, a organização provavelmente atingirá suas metas. E se as grandes organizações de uma nação realizam seus objetivos, a nação como um todo irá prosperar. O sucesso econômico do Japão é uma evidência clara deste fato. A aplicação do trabalho dos administradores (do desempenho gerencial) e do desempenho organizacional (o trabalho das organizações) são tema de muitos debates, análises e confusão nos Estados Unidos e em outros países. Assim, discutiremos muitos critérios e concepções diferentes para avaliar os administradores e as organizações. Servindo de base a muitas dessas discussões estão dois conceitos sugeridos por Peter Drucker, um dos mais respeitados autores que escrevem sobre administração: eficiência e eficácia. Ele define eficiência como “fazer certo as coisas”, e eficácia como “fazer a coisa certa.
  • Certo (2003), assim define esses mesmos conceitos: Eficácia administrativa: Quanto mais próxima de alcançar suas metas está uma empresa, mais eficazes são considerados seus administradores. Portanto, a eficácia administrativa é uma atitude contínua que vai da ineficácia à eficácia. Eficiência administrativa: É a parte do total dos recursos de uma empresa que contribui para a produtividade durante o processo de produção. Quanto maior essa parte, mais eficiente é o administrador.
  • Administrar é realizar o Processo Administrativo (PA). Por exemplo, Chiavenato (2003), Griffin (2007) e Hampton (1992), entre outros, consideram o Processo Administrativo como sendo composto pelas seguintes funções: planejar, organizar, dirigir e controlar. O ato de administrar, como qualquer outra ação humana, é produto das influências que recebe do meio em que acontece.
  • Influências sobre a Administração:
  •  A influência dos filósofos Chiavenato relaciona os seguintes nomes que de algum modo mencionaram ou estudaram a administração e as organizações: Sócrates, Platão, Aristóteles, Francis Bacon, René Descartes, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx e Friedrich Engels. Enfatiza queA administração recebeu duas profundas e marcantes influências. Uma delas veio da física tradicional de Isaac Newton: a tendência à exatidão e ao determinismo matemático. A outra veio de René Descartes e seu método cartesiano: a tendência à análise e divisão do trabalho. Essas duas influências definiram os rumos da administração até a década de 1990 (CHIAVENATO, 2003, p. 31).
  • A influência da Igreja Católica: O autor apresenta dois aspectos: a unidade de propósitos e princípios, fundamentais tanto na organização religiosa quanto na militar, e a estrutura da organização religiosa, na qual uma só pessoa – o Papa – pode operar e comandar uma organização de porte mundial.
  • A influência da organização militar: Veio de fatores como o desenvolvimento da organização linear, de táticas e manobras, de estratégias, da criação dos conceitos de staff como assessoria à centralização do comando e de linha, cuidando da execução descentralizada. Além disso, o princípio de direção, que preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e o que ele deve fazer, assim como os princípios da disciplina e do planejamento.
  • A influência da Revolução Industrial: A primeira Revolução Industrial ocorreu de 1780 a 1860, com base na revolução do ferro e do carvão. Caracterizou-se por meio de quatro fases: 1) mecanização da indústria e da agricultura; 2) aplicação da força motriz à indústria; 3) desenvolvimento do sistema fabril e 4) espetacular aceleração dos transportes e das comunicações. Em seguida, de 1860 a 1914, ocorre a segunda Revolução Industrial, baseada no aço e na eletricidade. Para Chiavenato (2003), A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial, graças a vários fatores, tais como: 1) a ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; 2) o avanço tecnológico e a aplicação dos processos científicos à produção, a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de mercados, e 3) a substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção. O autor ainda afirma que o início da história da administração foi predominantemente uma história de cidades, de países, de governantes, exércitos e da Igreja. A Revolução Industrial provocou o surgimento das fábricas e o aparecimento da empresa industrial, e, com isso, provocou as seguintes mudanças de época: substituição do artesão pelo operário especializado;  crescimento das cidades e aumento da necessidade de administração pública; surgimento dos sindicatos como organização proletária a partir do início do século XIX. Somente a partir de 1890 alguns deles foram legalizados; início do marxismo em função da exploração capitalista; doutrina social da Igreja para contrabalançar o conflito entre capital e trabalho; primeiras experiências sobre administração de empresas; consolidação da administração como área de conhecimento; e início da Era Industrial, que se prolongou até a última década do século XX (CHIAVENATO, 2003, p. 35-36).
  • A influência dos economistas liberais: Os estudos econômicos, que desde o século XVII já vinham desenvolvendo teorias para explicar os fenômenos empresariais, evoluíram, passando pelo liberalismo, pelo socialismo científico e pelo materialismo histórico, que obrigaram a construção de vários conceitos dentro das organizações para tratar do aperfeiçoamento dos métodos de produção (racionalização do trabalho) e da adequada remuneração.
  • A influência dos pioneiros e empreendedores: O aparecimento de iniciativas pioneiras e empreendedoras, principalmente nos Estados Unidos, foi fundamental para a criação das bases que permitiram o surgimento da teoria administrativa. A necessidade de gerenciar os empreendimentos que surgiam obrigou a criação de técnicas e de processos de planejamento, de organização, de direção e de controle que ainda são vistos na prática administrativa atual.
  • Em resumo: a administração não é uma atividade isolada, mas sim mais uma das inúmeras atividades humanas. Fica claro que ela tanto sofre influências como também influencia o ambiente em que é praticada.
  • Principais abordagens da administração: - Administração científica Tarefas 1903 - Teoria da burocracia Estrutura 1909 - Teoria clássica Estrutura 1916 - Teoria das relações humanas Pessoas 1932 - Teoria estruturalista Estrutura e ambiente 1947 - Teoria dos sistemas Ambiente 1951 - Abordagem sociotécnica Ambiente 1953 - Teoria neoclássica Tarefas, pessoas e estrutura 1954 - Teoria comportamental Pessoas e ambiente 1957 - Desenvolvimento organizacional Pessoas e ambiente 1962 - Teoria da contingência Tarefas, pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente 1972 - Novas abordagens Competitividade 1990
  • Organização é conceito fundamental para a administração, uma vez que toda a aplicação administrativa vai ocorrer numa organização e nas consequentes inter-relações dela com outras organizações.
  • Stoner e Freeman (1985) discutem os seguintes aspectos relacionados com as organizações: As organizações servem à sociedade: As organizações são importantes porque são instituições sociais que refletem alguns valores e necessidades culturalmente aceitos. As organizações realizam objetivos: Considere por um instante quantas organizações estiveram envolvidas em trazer-nos o papel no qual este livro foi impresso: madeireiros, uma serraria, fabricantes de vários tipos de equipamentos e suprimentos, caminhoneiros, uma fábrica de papel, distribuidores, companhias de telefone e eletricidade, produtores de combustível, correios, bancos e outras instituições financeiras e muito mais. As organizações preservam o conhecimento: Sabemos que, se o conhecimento registrado é destruído em larga escala (como quando o museu e biblioteca de Alexandria foram incendiados nos século III), grande parte jamais é recuperada. Dependemos dos registros das realizações passadas como uma base de conhecimento sobre a qual possamos construir ou adquirir mais aprendizado e chegar a maiores resultados.
  • As organizações proporcionam carreiras: Finalmente, as organizações são importantes porque proporcionam a seus empregados uma fonte de sobrevivência e, dependendo do estilo e da eficácia de seus administradores, até mesmo satisfação e autorrealização pessoal.
  • Competências e papéis: O terreno de trabalho do administrador é a organização. As organizações, no entanto, em função de seu tamanho e complexidade, precisam ser entendidas como sistemas que são formados por partes menores (subsistemas), tanto em relação às suas áreas de atuação administrativa (especializações) quanto em relação aos níveis de autoridade (hierarquia).
  • Assim, os administradores (ou gerentes ou gestores) se localizam dentro das organizações, de acordo com sua especialização e seu nível de autoridade. Stoner e Freeman (1985), considerando os níveis de administração, definem: Gerentes de primeira linha (ou de primeiro nível): gerentes responsáveis apenas pelo trabalho de empregados operacionais; não supervisionam outros administradores; são o “primeiro” nível (ou o mais baixo) dos gerentes na hierarquia organizacional. Gerentes médios: gerentes em posição intermediária na hierarquia organizacional; são responsáveis por outros gerentes e, algumas vezes, por
  • alguns empregados operacionais. Administradores de topo: responsáveis pela administração global da organização. Estabelecem políticas operacionais e conduzem a interação da organização com o seu ambiente.
  • Stoner e Freeman (1985), considerando as várias especializações ou âmbito das atividades que esses profissionais administram, definem: Administrador ou gerente funcional: responsável por apenas uma atividade da organização, como produção, marketing ou finanças. Um administrador funcional comanda pessoas envolvidas em um mesmo conjunto de atividades. Administrador ou gerente geral: supervisiona uma unidade complexa, como uma companhia, uma subsidiária ou uma divisão operacional independente. Ele é responsável por todas as atividades da unidade, como a produção, o marketing e as finanças. Uma pequena empresa pode ter apenas um administrador-geral – seu presidente ou vice-presidente executivo –, mas uma grande organização pode ter vários, cada um comandando uma divisão relativamente independente.
  • Competências do Administrador: Entende-se por competência o conjunto de três condições, representadas mnemonicamente pela sigla C.H.A., e que significa:C = conhecimentos (saber) H = habilidades (saber fazer) A = atitudes (querer fazer)
  • Assim como os autores Chiavenato (2003) e Stoner e Freeman (1985), o pesquisador Certo (2003) apresenta da seguinte forma esse conjunto de habilidades administrativas: Habilidades administrativas: nenhuma discussão acerca dos recursos de uma empresa estaria completa sem a menção das habilidades administrativas, que talvez sejam o determinante primário de quão eficazes e eficientes serão os gerentes. De acordo com um artigo clássico escrito por Robert L. Katz, o sucesso do gerente depende muito mais de seu desempenho do que de seus traços de personalidade. Katz também afirma que a capacidade de atuação dos gerentes é resultado de suas habilidades administrativas. Um gerente que possua as habilidades administrativas necessárias provavelmente terá um bom desempenho e será relativamente bem-sucedido. Outro que não possua essas habilidades provavelmente terá um desempenho fraco e será relativamente malsucedido.
  • Katz aponta três tipos de habilidades como importantes para um desempenho administrativo de sucesso: • habilidades técnicas são aquelas que consistem na utilização de conhecimento especializado e precisão na execução de técnicas e procedimentos relativos ao trabalho. Exemplos dessas habilidades são engenharia, programação de computadores e contabilidade. A maioria das habilidades técnicas está relacionada ao trabalho com “coisas” – processos ou objetos; • habilidades humanas são aquelas que geram cooperação em meio à equipe que está sendo liderada. Consistem em atitudes e comunicação no trabalho, interesses pessoais e coletivos – em suma, trabalhar com pessoas; • habilidades conceituais são aquelas que consistem na capacidade de enxergar a empresa como um todo. Um gerente que possua habilidades conceituais é capaz de compreender a maneira como várias funções da empresa se complementam, o modo como a empresa se relaciona com o meio em que se insere e como as mudanças em um setor afetam o resto da empresa.
  • Chiavenato (2003, p. 6) resume assim as competências pessoais do administrador: “o sucesso profissional do administrador é resultado da aplicação de suas habilidades técnicas, humanas e conceituais por meio de suas competências duráveis, ou seja, do seu conhecimento (saber), de sua perspectiva (saber fazer) e de sua atitude (saber fazer acontecer)”.
  • Paradigmas: O que é então um paradigma?Paradigma é um modelo, um padrão aceito que explica e justifica tudo o que alguém faz ou quer fazer. “Um exemplo que serve como modelo; padrão” (HOUAISS, 2001). Para Grog, conforme Caravantes, Panno e Kloeckner (2005): Um paradigma pode ser definido como uma constelação de crenças, valores e técnicas compartilhadas por membros de uma determinada comunidade científica. Alguns paradigmas são de uma natureza filosófica básica e são muito gerais e abrangentes, outros governam o pensamento científico em áreas de pesquisa muito específicas e circunscritas. A competência paradigmática parte do princípio de que podem existir, simultaneamente, múltiplos paradigmas e que o fator limitador está na capacidade humana de entender e incorporar essa noção. Portanto, é fundamental que o administrador desenvolva uma competência paradigmática, na qual aprenda como mudar a sua perspectiva conceptual, para deixar que as faculdades intuitivas de sua mente “vejam” os problemas de diferentes ângulos, aumentando assim sua capacidade de inventar soluções novas e criativas.
  • Evolução do Pensamento Administrativo – Unidade 2 – TGA (Teoria Geral da Adm)
  • A administração científica: De acordo com Chiavenato (2003), esta abordagem surgiu em 1903, nos Estados Unidos, enfocou a variável tarefas e teve como seu principal epresentante Frederick Winslow Taylor. Considerada como a primeira teoria no campo da administração, começou com F. W. Taylor e contou com a colaboração de outros estudiosos e seguidores que acrescentaram conceitos interessantes à abordagem.Sua teoria, conforme apresenta Chiavenato (2003), é dividida em dois períodos: 1. Primeiro período: É chamado de período da Organização Racional do Trabalho (ORT). Concentrou-se na execução das tarefas pelos operários. Coincide com a publicação de seu livro Shop Management, em 1903, sobre a racionalização do trabalho de operários com base no estudo de tempos e movimentos. Todos os conceitos foram desenvolvidos a partir do contato com os operários (chão de fábrica), tentando entender e melhorar as condições de realização do seu trabalho. A maneira como era realizado o trabalho mostrava que havia muita diferença tanto nas tarefas (a forma como operários diferentes realizavam tarefas parecidas não era homogênea), quanto nas ferramentas (uso de diferentes ferramentas e, além disso, de forma não padronizada). Esse período incluiu os seguintes aspectos: • análise do trabalho e do estudo de tempos e movimentos; • estudo da fadiga humana; • divisão do trabalho e especialização do operário; • desenho de cargos e tarefas; • incentivos salariais e prêmios de produção; • conceito de Homo economicus; • condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto e outras; • padronização e métodos e de máquinas; • supervisão funcional.

Por meio do estudo detalhado que contou com a ajuda de outros pesquisadores, esses aspectos foram assim explorados: - os tempos e movimentos relacionados com cada tarefa foram exaustivamente investigados, de modo a permitir que se definisse uma maneira única e melhor de realizá-la (the best way). Isso resulta num desenho de cargos e tarefas que os segmenta, reduzindo-os a pequenas porções de trabalho, o que conduz à superespecialização do seu executor; - buscando reduzir a diferenças na aplicação do trabalho, foram padronizados métodos, máquinas e ferramentas; - foram implantados a seleção e o treinamento científico dos trabalhadores, de modo a garantir que cada tarefa fosse executada por quem tivesse condições físicas para isso e, consequentemente, houvesse maior produtividade dos operários em suas tarefas; - foram pesquisadas as condições de trabalho, envolvendo o próprio ambiente físico, tal como ventilação, iluminação, limpeza e as ferramentas utilizadas, considerando sua proximidade, condições de uso etc.- houve a preocupação em reduzir condições que elevassem a fadiga do operário, para que sua produção não fosse prejudicada; - criou-se o pagamento por produção, como prêmio a quem atingisse os padrões de produção esperados ou os ultrapassasse. Essa prática baseava-se no conceito de Homo economicus.- empregou-se a supervisão funcional, na qual um operário poderia ter mais de um supervisor e, este, poderia ter mais de um operário supervisionado.

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