ARTIGO ARQUITETURA E URBANISMO

ARQUITETURA NO ESPAÇO URBANO EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE

Emanuel Victor Silva^[1]

Resumo: Na contemporaneidade, existem vários conceitos para o termo sustentabilidade. Em suma, sustentabilidade vem do termo "sustentável", que, por sua vez, deriva do latim sustentare, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e/ou cuidar. A palavra representa a gestão dos recursos sem desperdício e nem danos ao meio, de maneira a garantir o sustento da geração presente e das futuras. Portanto, as dificuldades de adaptações se devem ao hábito geral da população de não se preocupar com o uso e preservação dos ^[2]recursos naturais. Porém, o que fazermos diante desse universo de possibilidades? Qual será o melhor caminho? Como avaliar, quantificar e justificar os aspectos ambientais de determinada decisão se os econômicos ainda são os mais importantes? O que deve ser feito para inclusão de novos valores, não só na arquitetura, mas também na sociedade? Por tudo isso, a arquitetura não será modificada, mas terá que incorporar referenciais mais sustentáveis. Esta "nova arquitetura" refere-se a um processo de retomada de valores, somados às variáveis de sustentabilidade. A ideia de desenvolvimento sustentável compreende esfera bem maior do que apenas a questão ambiental, abrangendo também a arquitetura, trazendo a inserção das práticas de sustentabilidade ao setor construtivo, proporcionando qualidade, vantagens e soluções na concepção do projeto, manutenção e mesmo na maneira de lidar com resíduos de demolição, e também no âmbito das cidades, utilizado a sustentabilidade como forma de inserir atividades e políticas públicas no planejamento urbano.

Palavras-Chave: Sustentabilidade, recursos naturais, dificuldades, arquitetura, população, planejamento urbano.

Introdução

De Aristóteles em diante, quase todos os pensadores têm argumentado que os seres humanos são racionais e por conta disso, acreditam ter direitos sobre os outros seres e tratando os recursos naturais como infinitos. A análise dos direitos humanos diante do desenvolvimento e da sustentabilidade não pode ser feita de forma genérica: é preciso que se tenha em mente qual desenvolvimento se quer discutir e qual sustentabilidade se inserirá na discussão. Segundo o arquiteto Renzo Piano, “Além de sua sustentabilidade e sua inteligência, a arquitetura deve ser uma fábrica de emoções”.  

As questões ambientais tornaram-se nos últimos tempos, um assunto de grande preocupação e discussão mundial, e isso têm contribuído muito no interesse pelas práticas sustentáveis. É válido ressaltar que os impactos ambientais se intensificaram a partir da Revolução Industrial, que mudou todo o cenário mundial em decorrência dos avanços tecnológicos, de modo capitalista de produção, do aumento da produção e, de modo consequente, do consumo exagerado. Por outro lado, ainda, confirma-se o interesse por essas práticas sustentáveis através de conferencias que são realizadas a fim de minimizarem impactos causados pela a natureza. Na tentativa de promover estratégias que visem ao desenvolvimento socioeconômico atrelado à preservação do meio ambiente e ao uso consciente de recursos naturais.  

A sustentabilidade é uma forma que os seres humanos constataram de se desenvolverem sem agredir e comprometer o ambiente, conservando um determinado lugar saudável para as gerações futuras. Na arquitetura a sustentabilidade tem um papel crucial não só estético, mas também econômico e ecológico. Muitos afirmam que a sustentabilidade já não é mais uma opção, mas sim uma obrigação de quem trabalha com construção, arquitetura e até mesmo design. Esse fator é de extrema importância considerando que os maiores gastos de energia em uma edificação acontecem devido às trocas de calor, sejam elas incorretas – como um ambiente indesejavelmente quente – ou impedidas por um mau planejamento de circulação do ar e iluminação. 

De acordo com pesquisas e estudos recentes podemos afirmar que existem inúmeros projetos sustentáveis, e um deles é o projeto “Green Screen House” que quer dizer (Casa da tela verde); um dos projetos ecológicos que tiveram maior repercussão em vários sites da internet. Aposta em uma fachada dinâmica, que mais do que bonita, proporciona frescor e sombra à casa. A tela foi posicionada estrategicamente no terreno, em uma área que propicia o crescimento das plantas e de grande incidência de luz natural. As folhas produzem uma sombra agradável e poupam o uso de ar-condicionado (figura 01 e 02).

Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo o que a sustentabilidade tem de importante na arquitetura, quais os seus benefícios e o porquê de ser adepta a ela, o mesmo   apresentará formas de contribuir para a melhoria na qualidade de vida por meio da sustentabilidade ambiental, e propostas que visem a integração da construção no ambiente na qual ela está inserida.

1 Sustentabilidade e Arquitetura

A arquitetura está entre as partes mais importantes quando se fala em sustentabilidade. É possível afirmar que a construção faz parte dos vilões que utilizam recursos naturais não renováveis. No que diz respeito aos projetos arquitetônicos, a sustentabilidade é aplicada com objetivo de construir com impacto mínimo, trazendo à tona o simples, o eficiente e o elegante.

Dessa forma, a importância da arquitetura sustentável pode ser vista sob dois parâmetros: o da vantagem competitiva na hora de “vender” deu produto, serviço ou projeto e o da contribuição para o equilíbrio ecológico. A fim de alcança-lo o primeiro parâmetro, faz-se necessário que seja estudado as ciências da administração, Kotler, mestre, autoridade do marketing, ensina que você deve vender valor, não preço. Isso significa que devemos agregar valor ao produto ou projeto.

Nesse sentido, as práticas sustentáveis cumprem devidamente seu papel. Percebe-se, portanto, a extrema necessidade da arquitetura sustentável, pois é algo que agrega valor e status a qualquer projeto, agregando a satisfação do cliente

1. Sustentabilidade nas construções  

É inegável que construções sustentáveis é conceito que denomina um agregado de ações adotadas, antes, durante e depois do trabalho de construção com o objetivo de obter uma edificação que não agrida (ou agrida o menos possível) o meio ambiente. Segundo o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura, a construção sustentável ou bioconstrução "deve contemplar o aproveitamento do meio natural sem causar prejuízo algum sobre a sustentabilidade, devendo aplicar o desenvolvimento tecnológico para a concretização de uma maior poupança energética e a diminuição dos resíduos, sem esquecer o aspecto estético, um dos vários fatores que determinam a habitação".