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Evolução histórica da globalização

Por:   •  14/8/2016  •  Artigo  •  3.592 Palavras (15 Páginas)  •  1.413 Visualizações

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Unid. 1 - Evolução histórica da globalização

Será a globalização uma novidade?

É a globalização um fenômeno inédito, que surge nas últimas décadas do século XX, trazendo consigo uma transformação fundamental no funcionamento das sociedades humanas? Ou trata-se antes de um processo histórico de longa maturação, que deixa seus primeiros rastros no início da Idade Moderna, confundindo-se com a própria expansão do capitalismo?

Essa resposta não é simples, porque existe controvérsia entre estudiosos do tema, com abordagens extremas. Para alguns autores, apesar de o termo globalização ser novo, esse processo é uma continuação da história de expansão dos mercados e teve início no descobrimento da América, no século XV, quando os portugueses  introduziram na Europa produtos orientais como o açúcar, o chá, a pimenta, porcelana, etc. Sob esse enfoque, pode-se dizer que o Brasil se globalizou com o açúcar. A mão-de-obra era importada da África, os negociantes eram portugueses, financiados por holandeses e os consumidores eram europeus.

Outra corrente de estudiosos tende a vê-la como um fenômeno revolucionário, uma ruptura com o passado, que surgiu com a revolução tecnológica na década de 80. Entretanto, há uma visão mediadora, compreendendo a globalização como um processo revolucionário, mas que vem se desenvolvendo de forma lenta e progressiva.

Nos últimos 50 anos do século XIX e início do século XX, a criação de um espaço internacional de transações econômicas, de fluxo de mão-de-obra e transmissão de informações foi uma tendência que propiciou a internacionalização com um avanço do comércio entre países. Segundo um historiador famoso Eric Hobsbawn, nesse período “os trilhos, o vapor e o telégrafo enlaçavam o globo”. O Brasil já participava do mercado mundial, exportando café e importando produtos de luxo como pianos e bens industriais.

Entretanto, dois fatores reduziram o ritmo desse processo de internacionalização, com uma retração nos fluxos de comércio e de capitais: a eclosão da Primeira Guerra Mundial, e o surgimento de uma nação socialista, que criticava exatamente a expansão de mercados, devido ao capitalismo. A retomada do processo de internacionalização ocorre após a Segunda Guerra Mundial. O padrão norte-americano de organização da produção passa a ser reproduzido em países europeus e nos denominados de Terceiro Mundo. Para conseguir a economia de escala, dada pela produção em massa, era preciso expandir os mercados, tornando os produtos acessíveis ao maior número de consumidores. Nesse sentido, a globalização significa um processo que segue algumas tendências já presentes no passado, mas que agrega novos elementos, trazendo transformações qualitativas.

Apesar de fazer a abertura de mercados por pressão de organismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial, os países desenvolvidos continuaram protegendo os setores menos competitivos de suas economias, como o agrícola e o têxtil, e chegaram mesmo a aumentar os subsídios e os mecanismos de controle de importação, defendendo seus produtores locais. Por outro lado, abriram seu mercado justamente naqueles setores industriais em que já possuíam a dianteira na economia internacional.

Daí o fato de chamarmos de globalização e não simplesmente de internacionalização esse atual processo de expansão de mercados. Um dos fatores que diferencia a globalização da internacionalização é que praticamente todos os países estão nela inseridos. Mesmo os países que se mantêm socialistas no nome, se esforçam para se inserirem na economia global.

O que é Globalização?

"A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar à Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong Kong (outubro-novembro/97), levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt. O ataque ao WTC foi transmitido em todo o mundo,enquanto acontecia. Eis ao vivo e em cores, a globalização".

Na virada do século XX para o XXI, por meio da televisão e da internet, o acesso a notícias e informações é feito em tempo real (ataque ao WTC, o assassinato do Osama Bin Laden, ataques do Estado Islâmico, a crise na Grécia e muitos outros). Com isso, acompanhamos de forma quase instantânea, o que acontece em vários lugares do mundo. Não só temos a informação, como somos afetados por isso.

Enfim, as empresas, os indivíduos, os movimentos sociais e os governos nacionais e locais estão atualmente conectados a uma extensa rede de informações, o que traz impactos econômicos, culturais e políticos profundos para todas as sociedades.

Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta?

Não há uma definição que seja aceita por todos. Essa palavra está definitivamente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorre nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era da história humana.

A globalização pode ser definida como um processo de transformações na ordem política, econômica, social e cultural mundial que atinge todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais, pela aceleração das transações econômicas, envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras, que ultrapassam as fronteiras nacionais e pela difusão de valores políticos e morais em escala universal.

Como as distâncias geográficas e temporais se encolhem de forma pronunciada, devido à tecnologia da informação, a globalização não está somente nas notícias difundidas internacionalmente, pois repercute na própria dinâmica das economias e sociedades, cada vez mais influenciadas pela produção das multinacionais, pela entrada de capitais na bolsa, pela presença crescente de temas de política internacional na agenda dos governos.

Empresas multinacionais

A globalização econômica é conduzida pelas empresas multinacionais. Uma empresa multinacional é aquela que está presente em, pelo menos, dois países. Esta presença física pode ser por meio de uma unidade comercial ou de distribuição. Já a empresa transnacional, é considerada aquela cuja produção e vendas é feita mais fora do país de origem.

A abertura de mercados foi motivada por vários atores econômicos e políticos, tais como governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, organismos multilaterais (FMI e Banco Mundial) e, especialmente, pelas empresas multinacionais. São essas empresas, muitas delas gigantescas – o grupo varejista Wall-Mart possui, por exemplo, um faturamento superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal – as principais promotoras e beneficiárias da globalização comercial.

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