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Inovação e Pseudoinovação

Por:   •  5/4/2017  •  Resenha  •  1.933 Palavras (8 Páginas)  •  216 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
SEMINÁRIO TEMATICO IV
DOCENTE: ELIFAS GONÇALVES JÚNIOR
23 FEV. 2017

SIMONE SANTOS DE JESUS

RESENHA: INOVAÇÃO E PSEUDOINOVAÇÃO

GONÇALVES JUNIOR, E. Inovação e Pseudoinovação: concepção e aplicação das ideias. Cuiabá: EdUFMT,2011

O livro do professor Elifas Gonçalves Junior tem uma abordagem instigante e pioneira em relação ao assunto da inovação. Pois ele demonstra que o processo de criação passa antes de tudo pelo cérebro, sendo assim necessário o entendimento da parte neurológica do processo de amadurecimento da ideia, abordagem que ainda não havia sido demonstrada nos livros de administração, criatividade ou inovação.

                 Já nos capítulos iniciais o autor cita o filme “Tempos Modernos” de Charlin Chaplin, nos fazendo refletir a necessidade de extrair e absorver o incrível potencial humano de pensar, e não nos contentar em apenas ser uma engrenagem de uma gigantesca máquina de produzir, pois muitas organizações já elegeram o modelo burocrático de administração, na sua forma mais dura e hermética, pois se contaminaram com o vírus do não pense.

                Mostrando essa cultura engessada que as empresas criaram, o livro vai demonstrando a necessidade de buscar a inovação no cotidiano, e nas pequenas coisas. E também vai desmistificando o que seria a inovação, pois a cada página vai se aprendendo as variáveis do que é inovar, passando pela fundamental, situacional, disruptiva e sustentadora, e é visível como as empresas que estão baseadas nesses processos citados têm se sobre saído a frente da capacidade de absorver os consumidores.

O que demonstra a assertividade do Pai da Administração quando ele afirma que a inovação nunca deveria ter se ausentado dos processos organizacionais, pois ela é o instrumento dos empreendedores, onde a mudança é vista como oportunidade. Assim como para  Ducker não basta que a empresa ofereça qualquer bem ou serviço, ela deve sempre aperfeiçoa-lo e torna-los mais econômicos.

                  E a peculiaridade é que,  alguns empresário não conseguem explicar de forma clara o nascimento das principais ideias, e até mesmo o nascimento da organização que criaram ou ajudaram a criar, e como mantem constante o processo de atualização e de renovação. É nesse momento que é apresentado o ponto chave do livro: Como aprendemos? Onde armazenamos o aprendizado? O que fazemos com ele?
As experiências não são “armazenadas”; em vez disso, elas mudam a nossa forma de perceber, executar comportamentos, pensar e planejar, mudando fisicamente a estrutura do sistema nervoso, alterando circuitos neurais que participam da percepção, da execução de comportamentos, do pensamento e do planejamento.

Nesse ponto começamos a adentrar na parte neurológica do livro. E a cada página somos apresentados a uma funcionalidade do cérebro e suas peculiaridades, e como cada circunstância nos impacta em nosso conhecimento e relacionamentos. Temos a noção de como é fundamental compreender os processos racionais e emocionais que o conduzem a nossa tomada de decisão.

No início do século XIX houve uma grande tendência em relacionar determinados comportamentos com áreas cerebrais específicas, que nos dias de hoje podem ser confirmados através de técnicas avançadíssimas de visualização do cérebro, o comportamento e a personalidade que se interligam com a manifestação criativa do sujeito se evidenciam através da neurociência cognitiva as suas bases científicas, comprovando que a criatividade não é necessariamente apanágio dos génios, mas que é bem uma atividade comum do nosso equipamento biológico.

A intuição tem a sua relevância ressaltada na obra também, pois é apontado o fato que A experiência tem o poder de transformar o indivíduo a partir das reconstruções e fortalecimento das sinapses, preparando-o melhor para enfrentar situações futuras e também auxilia a compor o magnífico tesouro escondido no inconsciente que integra o processo de criação e tomada de decisão, a intuição. E a intuição, por vez é adquirida através da experiência que é uma prática crucial para o processo de inovação.

   Para concluir a compreensão sobre a contribuição das memorias, intuição, processos cognitivos e demais abordagem mencionadas, podemos atestar que a ideia é fruto do pensamento, das emoções, da aprendizagem e da memória. Para inovar é necessário criar, e para criar, é preciso aprender. Entender como aprendemos é fundamental para propormos mudanças, nos adequarmos a elas e, por conseguinte, descobrirmos o novo através do uso das diversas inteligências, as pessoas aprendem de forma diferente, por possuírem inteligências distintas que podem

ou não se destacar das demais; aprendem em tempos desiguais e possuem motivações múltiplas e diversas.

O ambiente organizacional faz parte dos fatores externos dessa equação, pois é o local real ou virtual onde o trabalho é pensado e realizado. Há ambientes que auxiliam o processo criativo e outros que constroem muralhas que precisam ser vencidas. Nem sempre os ambientes naturais são os mais adequados no aspecto da qualidade e produtividade. Gestores experientes devem promover esse processo. As empresas que operam com o modelo burocrático de administração não traduzem o ambiente mais favorável ao processo criativo, sufocando-o e enviando para a clausura os inovadores organizacionais. O que os gestores precisam fazer é não destruir nas pessoas os processos criativos que se iniciam, pois naturalmente ocorrerão com muitos erros e medos, e é óbvio que deverão ser minimizados, mas jamais negar-lhes a existência.

Certas culturas organizacionais não propiciam o desenvolvimento dos processos inovadores. Elas se diferenciam entre si, moldam e são moldadas pelas circunstâncias ambientais e pelos seus colaboradores e dirigentes. E essa dificuldade se inicia desde o início da alfabetização da grande parte da população, o que no futuro gera a dificuldades de se encontrar gente disposta e preparada para pensar diferente quando a primeira organização fora do ambiente familiar – a escola - está infectada com o vírus não pense. O sistema educacional reforça as angústias e virtudes do modelo burocrático, o local de pesquisa, de ensino, de questionamento, da busca do novo e do pensamento, acolhe o modelo que tem em sua essência o propósito de inibir todos esses processos. Para inovar é necessário correr riscos. O objetivo é minimizá-los, porém, eliminá-los é uma utopia. Além do risco é necessário que a organização tenha pessoas competentes e criativas. Encontrá-las e mantê-las é o desafio.

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