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O Barulho nas Frenagens

Por:   •  8/6/2021  •  Projeto de pesquisa  •  6.449 Palavras (26 Páginas)  •  64 Visualizações

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ESTADO NEOLIBERAL E OS REFLEXOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL

Ramanna Soares Barbosa1

Albani de Barros2

Serviço Social[pic 1][pic 2]

ISSN IMPRESSO 2317-1693 ISSN ELETRÔNICO 2316-672X

RESUMO

Este trabalho tem como objeto de estudo os reflexos da crise estrutural do capital para o trabalho na contemporaneidade, acarretados pelos impactos causados pela inserção da reestruturação produtiva e o advento do Estado neoliberal. Abordaremos as caracte- rísticas da sociedade capitalista e suas estratégias de expansão, bem como as ofensivas para o trabalho. Em seguida descreveremos sobre as crises constitutivas do capital da década de 1930 e da década de 1970. Por fim, abordaremos a natureza do Estado Neoli- beral e seus reflexos para as relações de trabalho. Concluímos que as estratégias utiliza- das pela capital nada mais é do que uma forma de manter-se no domínio da economia e do trabalho. Este trabalho tem como objetivo analisar a o caráter destrutivo do modo de produção capitalista e a forma de precarização das relações de trabalho, que teve início a partir crise estrutural na década de 1970. Apreendemos que o Estado neoliberal encontra-se consolidado as propostas de expansão do capital, no qual reduz os custos sociais, mantendo a desigualdade e o desemprego com objetivo de manter condições favoráveis para a reprodução do capital.

PALAVRAS-CHAVE

Crise estrutural, Estado neoliberal, reestruturação produtiva, trabalho.

Ciências humanas e sociais | Maceió | v. 2 | n.2 | p. 37-54 | Nov 2014 | periodicos.set.edu.br

ABSTRACT

This work has as its object of study the reflexes of the structural crisis of capital to labor in the contemporary world, entailed by the impacts caused by the insertion of the productive restructuring and the advent of Neoliberal State. We will discuss the characteristics of capitalist society and its expansion strategies, as well as offensive to the work. Then we will describe about the crises of constitutive capital from the 1930s and 1970s. Finally, we will discuss the nature of the Neoliberal State and its implica- tions for labor relations. We conclude that the strategies used by capital is nothing more than a way to remain in the field of work and the economy. This work aims to analyze the destructive character of the capitalist mode of production and form of casualization of labor relations, which started from structural crisis in the 1970s. We apprehend that the Neoliberal State is consolidated proposals for capital expansion, which reduces the social costs, maintaining inequality and unemployment in order to maintain favorable conditions for the reproduction of capital.

KEYWORDS

Structural Crisis. Neoliberal State. Productive Restructuring. Labor.

  1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas tem-se constatado os maiores índices de precarização do trabalho. Desde a década de 1970 a precarização e formas de flexibilização do traba- lho tem sido um assunto discutido por diversos pesquisadores da área do trabalho, com o interesse de discutir algumas soluções viáveis aos reflexos de tal precarização à classe trabalhadora.

Essa forma de trabalho flexibilizado, intensifica a contradição do sistema capi- talista, já que, de um lado eleva a acumulação do capital e de outro lado, causa um enorme problema social, visto que propicia a precarização do trabalho.

Atualmente as formas precárias de trabalho estão numa escala mundial, na qual, jovens, adultos, mulheres que estão inseridos no mercado de trabalho, passam por certa insegurança de a qualquer momento poderão ser substituído pelas maquinas ou serem demitidos de seus cargos por causa do enxugamento das empresas, pro- porcionando uma maior acumulação do capital. É nesse cenário que o capital impõe o destino da classe trabalhadora de forma submissa frente ao mercado de trabalho.

Este trabalho tem como objetivo apresentar os impactos sofridos pela classe trabalhadora frente às crises e mudanças do capital. Para isto torna-se necessário percorrer a trajetória a seguir.

Apresentaremos o surgimento e as características da sociedade capitalista, que neste processo, a alienação e a exploração da força de trabalho ganham intensidade, porém não podemos esquecer que nas sociedades pré-capitalistas o sujeito não ti- nha consciência de tal exploração.

A economia e a política também são características da sociedade. Em conse- quência desta forma de organização de sociedade as crises econômicas também se fazem presentes. Apresentaremos a crise de 1929, suas consequências à classe traba- lhadora e as estratégias do Welfare State utilizadas pelo Estado. Por fim, nos remetermos a analisar a crise estrutural do capital, que tem início nos anos 1970, a nova estrutura de Estado com o Neoliberalismo e os reflexos da Reestruturação Produtiva no trabalho.

  1. CARACTERÍSTICAS DA CRISE CÍCLICA

O modo de produção capitalista vem passando por crises desde sua origem, uma vez que as crises são constitutivas desse modo de produção e as estratégias utilizadas para seu enfrentamento se distinguiram em função de alguns elementos, sendo eles: o grau de desenvolvimento do capitalismo; a forma de organização das classes sociais e as formas de constituição e desenvolvimento do Estado em dado momento histórico (BEHRING; BOSCHETTI, 2010).

Nas sociedades pré-capitalistas existiam crises, porém, eram trazidas como con- sequências imediatas de uma carência generalizada dos bens necessários à vida social, indicando uma insuficiência na produção de valores de uso e, por isso, podem ser desig- nadas como crises de subprodução de valores de uso. Como consequência da redução da produção, havia a diminuição da força de trabalho utilizada (NETTO; BRAZ, 2010).

Já as crises do Modo de Produção Capitalista (MPC) partem por um viés opos- to: a crise capitalista aparece como uma crise de superprodução de valores de uso, não encontrando assim, consumidores para pagar o seu valor de troca. Netto e Braz (2010, p. 157) confirmam que “as crises são inevitáveis sob o capitalismo; mas é per- feitamente possível e viável uma organização da economia estruturalmente diferente da organização capitalista, capaz de suprimir as causas das crises”.

Os autores ainda afirmam:

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