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O Que é Política

Por:   •  28/1/2019  •  Dissertação  •  1.797 Palavras (8 Páginas)  •  142 Visualizações

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O que é política

A política é uma referência permanente em todas as dimensões do nosso cotidiano na medida em que este desenvolve como vida em sociedade. Tendo em vista, o termo política seja muitas vezes utilizado de um modo vago, mas seu significado sobrevém de experiências históricas. Entretanto, a política surge junto com a própria história, com o dinamismo de uma realidade em transformação que continuamente se revela insuficiente e que não é fruto do acaso, porém resulta da atividade dos homens vivendo em sociedade. Homens que, têm todas as condições de interferir e dominar o enredo da história. Assim, o voto e a força das armas está um uma forma de ação desenvolvida historicamente visando resolver conflitos de interesses, tencionando a atividade política em sua questão fundamental: sua relação com o poder.

Em síntese, apesar da multiplicidade de facetas a que se aplica a palavra política, umas delas é indiscutível: a referência ao poder político, à esfera da política institucional. Há um outro conjunto em que a mesma palavra manifesta-se de um modo diverso. Quando se fala da política da igreja, não se refere apenas às relações entre a igreja e as instituições, mas à existência de uma política que expressa na igreja em questões como a miséria, a violência, etc. De modo análogo, a igreja mesmo não sendo uma instituição política prerrogativa do Estado, sempre sustenta a proposta de fazer política, em que procura traduzir anseios e interesses sociais.

A atividade política passa a ser uma espécie de mal necessário, uma atividade social transformadora pela qual visa realizar certos fins utilizando-se de determinados meios. Enfim, é um instrumento que há precisão na vida em sociedade. À atividade política caberia privilegiar o estudo e a transformação das condições objetivas na sociedade que permitissem renová-la, com novas relações sociais e política, de modo a permitir uma plenitude da vida individual. Marx mostra como o modo de produção capitalista se submete de modo universal a sociedade, surgindo relações em que pessoas servem as coisas.  A própria atividade política aparece como relação entre eleitor e leitor, entre Estado e cidadão, e seu aspecto próprio de relação humana se perde. Embora o sujeito da política seja o homem, a política é a política da luta de classes. A moral que rege a vida individual acaba submetendo-se ao capital, é preciso ganhar mais, ou às regras do governo é proibido.  

O liberalismo capitalista satisfaz de fato a muitas aspirações individuais, que não são apenas enganos ou desejos impossíveis. Qualquer proposta política que negasse a valorização da existência individual, ou a submetesse a uma valorização exclusiva do coletivo, só conseguiria como adeptos os fanáticos. Para estes a leitura substituiria a felicidade real. À solução política deve associar-se a uma solução civilizatória voltada à realização de interesses humanos. Platão, no banquete, põe na boca de Sócrates a realização do futuro eterno no amor pela maternidade. Sartre lembra que o sentido da vida estava em legar um capital a seus filhos. Para Sartre, o sentido estaria em motivar os homens, valorizar o seu papel como contribuição. Gramsci interroga no homem, a um só tempo libertador e poeta, a ambiguidade que se defronta em seu cotidiano. Sem propor uma conciliação, formal e abstrata, provoca uma fragmentação concreta e real.

A desmoralização da política social é desacreditar na capacidade de resolver problemas institucionais, assim levando a atividade política, por exemplo, a se refugiar cada vez mais fora da atuação das instituições. Concentra-se no plano denominado de política base, fora e dentro de casa, em locais de trabalho e no cotidiano. Pensar na política atualmente já não significa limitar-se ao estudo do Estado, como acontecia no século passado, mas repensar nas necessidades do passado levaram a constituir estas instituições. O que interessa é resguardar a atividade política sem preconceitos.

De vez em quando, lembra-se Esparta e o seu ascetismo da vida cotidiana. Por vezes se menciona também o fato da sociedade grega se basear no trabalho escravo, o que exigia uma ordem autoritária. O termo política foi desenvolvida pelos homens da pólis, a cidade-Estado grega. Em outros locais, como na Pérsia ou no Egito, a atividade política será a do governante que comandava autocraticamente o coletivo em direção a certos objetivos: as guerras, as edificações públicas. Na Grécia, a atividade política desenvolvia como cimento da própria vida social. O que a política grega acrescenta aos demais Estados é a referência à cidade, ao coletivo da pólis, à lei, etc.

Para Platão, o político não se diferencia dos demais homens por nenhuma qualidade, a não ser por conhecer melhor os fins da pólis. Para Aristóteles, a política utiliza-se de todas as outras ciências, e todas perseguem um determinado bem, o fim que ela persegue pode englobar todos os outros fins, a ponto que este fim ser o bem supremo dos homens. Esta forma de entender a atividade política como uma experiência que se reflete na vida pessoal, faz da política grega uma ética, um referencial para o comportamento individual e da multiplicidade da pólis.

O historiador Theodor Mommsen, afirmava que a diferença entre Roma e Grécia estava no que os romanos usavam como nome: os Gracos, os Antoninos, nomes de famílias ou clãs. O Estado moderno, servia para impor interesses particulares ao conjunto da sociedade, mas não mantém nenhuma outra relação como agente de realização do bem comum, como Tomás de Aquino batizaria o bem supremo de Aristóteles tem seu modelo em Roma. Em Roma a atividade política concentra-se na disputa pelo poder da tutela do Estado, como instituição a serviço de interesses privados.

Este é o grande equívoco de uma visão de atividade política exclusivamente baseada numa concepção institucional, em que possui significado que diz respeito ao Estado. Por esta perspectiva, um governo só mudaria quando ele mesmo não conseguisse se sustentar. É a estratégia dos adeptos da crise do governo, que enxergam uma cisão entre militares, na queda de um ministro ou numa disputa entre burocratas. Gramsci, examinando a queda de Roma, mostra como ela se deu a abalos e crises políticas do próprio império. Mas, principalmente, porque outras forças adquiriram um significado político que o destruiu: os bárbaros que não eram propriamente adeptos da via institucional do debate parlamentar.

O governo é o agente da atividade política de um Estado. Sendo um agente da política, esta impõe as condições e as exigências. Para ser governo é preciso subordinar à lógica da atividade do Estado. Através do seu agente, a atividade realiza-se pelo exercício do poder do governo. O nobre se torna nobre na medida em que se torna agente de uma atividade nobre: a política. Não é o nobre que faz política, mas a política que faz o nobre, assim como a religião faz o monge, a guerra faz o militar e o trabalho define o trabalhador.  

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