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O SETOR AÉREO BRASILEIRO PASSA POR SUA MAIOR CRISE DOS ÚLTIMOS ANOS

Por:   •  21/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  662 Palavras (3 Páginas)  •  352 Visualizações

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3.

Diagnóstico

O setor aéreo brasileiro passa por sua maior crise dos últimos anos. Trata-se de um momento difícil para todas as empresas da indústria, como mostraram os resultados financeiros da primeira metade do ano, divulgados pela ANAC. As companhias vêm sofrendo uma forte pressão de alta dos custos ao mesmo tempo em que as receitas sofrem com a recessão instalada no país.

O avanço da inflação, restrição ao crédito, e a forte desvalorização do Real tiveram reflexo significativo em nosso negócio. Apesar da GOL ter mantido um lucro operacional positivo (EBIT) de R$ 8,9 milhões, registram prejuízo líquido de R$ 2,1 bilhões. (Dados do 3T2015)

O câmbio é uma variável muito sensível, já que cerca de 50% das despesas operacionais são denominadas na moeda americana. Para vocês terem ideia, houve uma desvalorização do Real em 62,1% ao final do trimestre e em 55,5% na média do trimestre na comparação anual. Com isso, R$1,4 bilhão, ou 67,5%, desse prejuízo referem-se às oscilações monetárias e cambiais do período.

Esse resultado é contábil e não tem efeito caixa, ou seja, considera dívidas de longo prazo que temos em Dólar e que vencerão somente daqui a alguns anos. O nosso caixa é de R$ 3,1 bilhões, mantendo a GOL entre as companhias mais líquidas da indústria. Nossa receita líquida atingiu R$ 2,4 bilhões no trimestre, um avanço de 1,1%, em comparação ao mesmo período de 2014. Ainda assim, a última linha do balanço mantém nosso nível de alerta elevado.

Em outros importantes indicadores operacionais, como demanda doméstica, ocupação dos voos e receitas auxiliares, observamos uma evolução em relação a 2014. Parte deles devido ao movimento atípico da Copa do Mundo realizada no Brasil no ano passado, abaixo da normalidade para meses de alta temporada como junho e julho e que distorceu a base de comparação. São também resultado dos esforços já iniciados para manter a GOL fortalecida neste ambiente tão desafiador.

Para isso, temos trabalhado em três frentes principais: forte disciplina dos custos e despesas; evolução contínua da eficiência operacional; e ajuste de capacidade para nos adequar à demanda. Em relação à disciplina dos custos e eficiência operacional, temos olhado de forma cada vez mais rígida para os nossos recursos.

O caminho da GOL já está traçado. Não seria surpresa nenhuma a Delta e/ou a Air France – KLM ampliarem substancialmente a participação no capital e no controle acionário da empresa, que hoje, é o ativo mais depreciado e que mais foi atingido pela crise econômica brasileira. Se isso não ocorrer, a empresa vai precisar buscar rapidamente algum outro sócio. Por enquanto, ela tem buscado respaldo no Smiles, com a venda antecipada de R$ 1 bilhão em passagens, anunciada na semana passada.

O limite de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras passa a ser de 20% para 49%, abrindo espaço para uma inevitável ampliação da participação de grupos estrangeiros na gestão das companhias brasileiras, bem como novas fusões e aquisições, a exemplo do que já ocorreu com a Latam.

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