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A SUSTENTABILIDADE NO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

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Por:   •  11/9/2013  •  Tese  •  1.797 Palavras (8 Páginas)  •  322 Visualizações

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A SUSTENTABILIDADE NO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

A cana-de-açúcar na matriz energética Brasileira

O Brasil é destaque mundial no uso de energias renováveis, que representam mais de 44% da matriz energética do país. O setor sucroenergético possui papel chave nesta participação, uma vez que somente os produtos da cana-de-açúcar são responsáveis por 15,7% de toda a oferta de energia do país. Este valor já ultrapassa o fornecido pelas usinas hidroelétricas.

A contribuição do etanol e da bioeletricidade

O etanol e a bioeletricidade são, atualmente, os principais responsáveis pelo crescimento das fontes alternativas de energia no Brasil. Em 2010, o uso do etanol substituiu mais da metade do uso da gasolina. Este avanço foi resultado da introdução dos veículos flex-fuel em 2003 e do rápido crescimento de sua frota, que já representa mais de 55% dos veículos comerciais leves do Brasil. Hoje cerca de 90 modelos de carros flex são oferecidos por doze montadoras no país.

Além do etanol, a produção de bioeletricidade é uma das atividades da indústria sucroenergética mais significativas e com maior potencial de crescimento no setor. Por meio da queima do bagaço em caldeiras, as cerca de 400 usinas de açúcar e etanol existentes no país geram eletricidade para abastecer suas próprias atividades e, desta forma, são auto-suficientes em energia. Uma parte delas - atualmente pouco mais de 100 - ainda gera excedentes comercializáveis.

Foram 1133 MW médios de bioeletricidade produzidos a partir do bagaço de cana-de-açúcar em 2011, entre 2% e 3% da matriz elétrica brasileira. Estimativas indicam que em 2020 esta participação poderá chegar a 18%, reduzindo a necessidade da utilização de usinas térmicas movidas à energia fóssil.

Os novos produtos da cana-de-açúcar

O potencial da cana-de-açúcar e os novos usos de seus produtos não param de crescer. O etanol, por exemplo, já é utilizado em motocicletas flex, pequenos aviões e ônibus urbanos. Em São Paulo, 60 ônibus movidos a etanol já circulam nas ruas da cidade. Bioplásticos feitos a partir de cana já estão disponíveis no mercado e são comercializados por grandes empresas. O etanol, em um futuro próximo, deve ser também usado em caminhões, equipamentos agrícolas e geradores. Enfim, um grande potencial a ser explorado, contribuindo para a substituição do petróleo e a redução do aquecimento global.

Mitigando o Aquecimento Global

Redução de Gases de Efeito Estufa (GEE)

Diversos estudos mostram que, quando comparado com a gasolina, o etanol brasileiro reduz as emissões dos chamados gases de efeito estufa (GEE) em cerca de 90%. Apesar de ser possível encontrar diferentes análises sobre o tema, todas as regulamentações internacionais que calcularam a redução de emissões de GEE obtida pela produção e uso dos biocombustíveis reconhecem o desempenho superior do etanol de cana-de-açúcar em relação a outras matérias-primas utilizadas, como o milho, o trigo ou a beterraba. Este é o caso dos cálculos feitos pelo Programa de Combustíveis Renováveis da Agência de Proteção Ambiental Americana, o EPA, e também pela União Européia, no âmbito de sua Diretiva para Energias Renováveis.

Ambos os casos consideram todo o ciclo de vida do produto, desde o plantio da matéria prima até a utilização do combustível nos automóveis. Em 2010, o EPA classificou ainda o etanol de cana-de-açúcar como um combustível avançado, capaz de reduzir as emissões de GEE de 61% a 91% em relação à gasolina. O cálculo do EPA considera inclusive as potenciais emissões indiretas causadas por mudanças no uso do solo, o chamado ILUC.

Em termos absolutos, a redução anual de emissão de gases de efeito estufa advinda do consumo de etanol e bioeletricidade poderá crescer das atuais 46 milhões de toneladas de CO2eq anuais para 112 milhões de toneladas no ano de 2020.

Apenas a redução adicional (66 M t CO2eq) deverá representar de 30% e 40% das metas do setor energético estabelecidas pela Política Nacional de Mudança do Clima.

Balanço Energético Positivo

Além de apresentar significativa redução de emissões quando comparado com outros combustíveis, o etanol de cana-de-açúcar também apresenta um balanço energético extremamente favorável. São mais de nove unidades de energia renovável geradas para cada unidade de energia fóssil consumida no processo.

Uso do Solo

De acordo com o IBGE, o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil ocupa cerca de 9,5 milhões de hectares , o equivalente a 1% do território nacional. Esta participação não é tão expressiva se considerarmos, por exemplo, que o Brasil possui quase 200 milhões de hectares de pastagens e 24 milhões de hectares de soja.

A cana é cultivada principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Sul do país, a última respondendo por cerca de 90% da produção total. Ambas as regiões estão significativamente distantes da Floresta Amazônica. Além disso, enquanto a área ocupada pela cana-de-açúcar tem crescido nos últimos anos, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o desmatamento na Amazônia tem diminuído significativamente ano a ano, tendo apresentado em 2011 a menor taxa desde 1988, mostrando que não há correlações indiretas.

Potencial de Expansão

Dados do INPE mostram ainda que mais de 60% da expansão recente de cana-de-açúcar na região Centro-Sul ocorreu em áreas de pastagens, em sua maior parte degradadas. É a prova de que os novos plantios de cana estão ocorrendo sob áreas já consolidadas, como as utilizadas pela pecuária, que são ineficientes e vem sofrendo um processo de intensificação.

Exemplo desta tendência é a Política Nacional de Mudanças Climáticas, que prevê em sua regulamentação mais do que dobrar a produtividade de 15 milhões de hectares de áreas degradadas até 2020, Esta medida poderá disponibilizar mais de 15 milhões de hectares para novas culturas, valor este que representa cerca de um quarto de toda a agricultura do Brasil.

A expansão da cana no Brasil é também guiada pelo “Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar”, lançado em 2009 pelo Governo Federal. Esta regulamentação indica as áreas aptas para o cultivo e exclui qualquer expansão em biomas

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