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Pré-projeto de Intervenção Psicossocial

Por:   •  11/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Curso de Administração

Disciplina de Psicologia das Organizações - 2019/1

PRÉ-PROJETO DE INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL

LUAN DA R. FUNARI

As Universidades Federais assim como a maior parte das instituições de ensino no Brasil são instituições de estruturas hierárquicas bem definidas e rígidas em sintonia com o pensamento ocidental moderno. Tal característica exige e confere em suas organizações relações humanas de cunho impessoal, facilitadas pelas bem marcadas divisórias físicas entre secretárias, departamentos, laboratórios e salas de aula e facilmente percebida pela disposição de cada corpo de acordo com a sua função, o corpo do aluno, parte do corpo discente, alinhado em linha e coluna de frente ao corpo do professor, do corpo docente, de onde emanam instruções a que lhe cabem, de acordo coma disciplina que ministra, geralmente na forma de monólogo. Aos funcionários não docentes cabem não o aprendizado das disciplinas ministradas, mas facilitar para que sejam ministradas, seja via trabalho burocrático administrativo seja na higienização dos espaços comuns.

Em um mesmo curso, cada aluno possui sua motivação ou razão para cursar, o mesmo pode-se dizer dos professores e, em menor variedade de razões e motivos, dos demais funcionários concursados ou terceirizados. Em comum, todos possuem a Instituição em que frequentam e em menor escala a cidade em que residem, a economia que movimentam. Nenhum destes âmbitos está desconectado um do outro. A própria Universidade visa servir a seus alunos bem como à comunidade e a economia em que se insere (função social). No entanto, é perceptível a frieza e a potencialidade de utilidade perdida nas relações entre alunos, professores, funcionários e comunidade pelos baixos níveis de interação para além das obrigações específicas de cada grupo.

Pode-se ter por hipótese com base nesta experiência, que julgamos comum, que a superficialidade das relações entre os grupos citados está na raiz do problema da falta de coesão intra Universidade como desta em relação à comunidade em que se insere. Falhas de comunicação e compreensão entre estes grupos podem estar interferindo no alcance das metas a que se propõem as instituições de ensino superior, tanto pela via da ineficiência na utilização dos recursos de toda ordem quanto pela influência no estabelecimento e manutenção problemas referentes a saúde mental, como esgotamento e depressão, responsáveis por parte considerado das evasões no ensino superior público.

Saber que não somos os únicos com certos tipo de problemas financeiros, de saúde, familiares, de relacionamento social, que aqueles que hoje falham ou logram êxito em nos inspirar também já se encontraram sem desmotivados, saber dos problemas dos funcionários, sejam pessoais, sejam em relações a suas funções ou ao deslocamento casa-trabalho, ou seja, o compartilhamento de vivências entre diferentes grupos que dividem objetivos, comunidades e economia parece ser um meio de atuar positivamente sobre a saúde mental dos estudantes, a eficiência das organizações e na produção de soluções de bens públicos.

Para tanto, se faz necessário compreender como funcionam as Instituições e então pensar as possibilidades de intervenção. Lapassade, que expande o conceito de instituição para além das formas observáveis de organização, remetendo ao inconsciente freudiano, pode contribuir para a compreensão destas no que refere às relações do âmbito de trabalho, que não se limitam ao estritamente previsto em regulamentos mas a práticas internalizadas também rígidas e coerentes com as estruturas hierárquicas formais. Através da diferenciação entre as categorias “instituído” e “instituinte” Lapassade se afirma sobre a possibilidade de revolução institucional pela conscientização, que possuiria o poder institucionalizar a partir de diferentes formas e posições, não unicamente de cima para baixo, novas práticas e atitudes mais adequadas às funções sociais das instituições. As posições que para nós, assim como para Lapassade deveriam atuar como instituintes, ou seja, como transformadoras da Instituição, são as que estão a nível de grupo, onde se dão as relações cotidianas do público-alvo desta intervenção e a quem deveriam interessar mudança de normas jurídicas e o papel facilitador da autogestão, e não engessador, do Estado.

Assim, visando maior integração de diferentes dimensões da comunidade acadêmica como compartilhamento de informações, conhecimentos, vivências, recursos e redes de relacionamento entre diferentes cursos e quadros da Universidade (discentes, docentes e

demais funcionários se propõe o seguinte projeto de intervenção psicossocial, de caráter experimental, restrita inicialmente ao contexto da Faculdade de Administração e Tecnologia da UFPel.

- Intervenção a nível grupal. Projeto realizado em período letivo entre turnos, sem prejuízos a planos de ensino. As condições são atividades entre alunos, professores e funcionários. Compartilhamento de conhecimentos, experiências e redes de relacionamento pessoal, acadêmico e profissional.

- Equipe organizadora formada por professores e alunos voluntários de diferentes cursos da FAT, que após construção coletiva dos objetivos específicos e deliberação sobre as atividades a serem desenvolvidas pelo projeto, a equipe organizadora convocará o público-alvo a participar através de murais, e-mails e comunicação institucional (portal UFPel).

- Realização de gincanas acadêmicas com equipes mistas de professores, alunos e funcionários, além de palestras motivacionais e rodas de conversa para temas mais específicos relacionados a vivências e perspectivas de trabalho, por exemplo.

- Ao fim da primeira fase de

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