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Resenha Perrow Teorias economicas de la organizacion

Por:   •  15/4/2021  •  Resenha  •  1.568 Palavras (7 Páginas)  •  176 Visualizações

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PERROW, C. Teorias econômicas de la organizacion

No capítulo 7 do livro Sociologia de La Organizacion, Charles Perrow (1993) discute duas teorias consideradas inovadoras: a teoria da agência e a teoria da economia de custos de transação. Segundo o autor estas teorias simplificam o mundo das organizações, baseando-se nos indivíduos e no interesse próprio comum entre eles, mais do que nas organizações e afirma que elas destacam alguns pontos que outras teorias econômicas escondem.

        De maneira simplista pode-se dizer, que a teoria das agências pressupõe que a vida social é meramente uma série de contratos. Dessa forma, um elemento com o papel de comprador de bens e serviços é denominado de “titular”, e o outro que vende estes bens e serviços, o “agente”. Daí provem o termo “teoria da agência” onde a relação titular-agente é controlada por um contrato que determina quais as funções e direitos de cada um. Todavia esta relação pode conter uma série de problemas de fraude, de falta de informações e em geral, de racionalidade limitada.

Sobre a perspectiva de um modelo mais complexo que procura ser mais realista, um problema que surge é a dificuldade de se estabelecer contratos individuais quando é realizado um esforço cooperativo ou trabalho de equipe. Uma vez que, nem sempre é possível estabelecer qual seria o benefício (“produto marginal”) de cada membro que atuou na tarefa, com base no quanto se esforçou e contribuiu para a realização dela. Para tal, seria necessário determinar as contribuições relativas de cada um dos membros, e para isso, a solução seria o capitalismo. Esta interpretação também envolve conceitos relacionados a hierarquia, que vai desde o surgimento de um indivíduo com papel de supervisor, a formação de uma empresa capitalista com sua diretoria executiva, trabalhadores, capital e materiais. Contudo, segundo alguns economistas, esta interpretação do capitalismo e da hierarquia possui muitas falhas. Uma delas seria a recusa em observar o contrato com uma relação de autoridade, já que muitas vezes as relações que ocorrem nos contratos são assimétricas.

Outra questão levantada pela teoria da agência é a seleção desfavorável e o risco moral. De acordo com Perrow (1993), as organizações admitem que os custos para uma a realização de uma ótima contratação são altos. E como solução os postos de trabalho seriam definidos utilizando o padrão médio de comportamento dos trabalhadores como parâmetro. Assim, na seleção desfavorável, de um lado há candidatos a emprego que se apresentam como altamente qualificados, e do outro, há o empregador lidando com informações confusas neste processo. Ainda, após a contratação as informações continuam desiguais, o empregador não tem garantia de que o trabalhador está cumprindo devidamente com seu trabalho ou fugindo dele, eis aí o risco moral. Estes problemas demonstrados como triviais nas empresas, evidenciam o quanto a teoria da agência parece em termos ideológicos, incapaz de tratar com igualdade ambas as partes do contrato, uma vez que ignora a assimetria do poder e recursos existentes dentro das organizações, bem como, os aspectos cooperativos mais complexos da vida social.

Segundo o autor, o estudo desta teoria é extremamente válido pois ela aponta um problema nas organizações que ainda não foi suficientemente estudados: as condições comportamentais egocêntricas  ao invés de heterocêntricas. O comportamento egocêntrico fundamenta a teoria da agência. Assim, a hipótese mais importante da teoria da agência considera que os indivíduos estão sempre procurando uma forma de maximizar os lucros individuais, sendo estes a diferença entre as recompensas, geralmente monetárias, e o esforço empregado. Contudo, Perrow (1993) afirma que os teóricos da agência descartam a quantidade significativa de comportamentos neutros e heterocêntricos que existem e que são as estruturas que os promovem. Ele explica que não há tendência inata para o comportamento egocêntrico ou heterocêntrico nas pessoas, na verdade eles surgem conforme a estrutura presente.

Por fim, o autor ressalta que é necessário examinar a teoria da agência com muita cautela, pois ela pode ser apenas uma maneira fácil de resolver os problemas levantados. Ao examiná-la criticamente, nota-se em que medida o comportamento é provocado por situações, sendo necessário mudar a estruturas e as situações ao invés das pessoas.

A segunda teoria, teoria dos custos de transação ou TCEs, é analisada por Perrow (1993) sobre os estudos desenvolvidos por Oliver Williansom, considerado seu proponente mais forte. O autor afirma, que ela também trouxe contribuições para a análise organizacional, e que em relação a teoria da agência, representa um avanço em termos de complexidade, pois emprega maior ênfase na racionalidade limitada, além de reconhecer outras conquistas da teoria organizacional convencional.

A TCE, objetiva explicar, de maneira melhor que as outras teorias organizacionais, a transição de um grande conjunto de pequenas organizações (um mercado) para organizações gigantes (uma hierarquia).  Para esta teoria, o surgimento de gigantescas organizações representa a forma mais eficiente de produzir bens para[pic 1] sociedade industrial.  Assim, mesmo havendo deformações e ou pequenas intervenções do governo, geralmente são o capitalismo [pic 2]e o mercado livre que produzem o sistema econômico mais eficiente, até mesmo quando [pic 3]o mercado é superado por hierarquias organizacionais. Para Willianson o conceito de eficiência está ligado a eficiência nas organizações e que é este o principal e único fator sistemático responsável pela ocorrência das mudanças organizacionais. Sua teoria basea-se em quatro componentes: incerteza, negociação com poucos participantes, racionalidade limitada e oportunismo.

A “incerteza” está ligada as mudanças de ambiente sobre as quais o empregador não tem domínio e nem consegue prevê-las. E é esta incerteza que cria um mercado onde há “negociação com poucos participantes”, que implica que, sempre que se estabelece um termo de compromisso entre fornecedores, trabalhadores ou clientes se tem uma alteração na condição normal de mercado. A expressão "negociação com poucos participantes" significa que ao invés de ser ter muitas empresas ou trabalhadores para atender às suas necessidades, há somente um número reduzido. A “racionalidade limitada” é um problema que está ligado ao “oportunismo”. Por exemplo, há existência de informações incompletas sobre fornecedores ou trabalhadores, possibilita que eles tenham comportamentos oportunistas.

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