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Resumão toque de Clássicos

Por:   •  5/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.258 Palavras (14 Páginas)  •  232 Visualizações

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Weber é o principal representante da Sociologia alemã e questionador dos modos positivistas de formulação de leis sociais, tema que rendeu acirrados debates à sua época. Defendia a idéia de que uma Ciência Social não poderia reduzir a realidade empírica à leis, pois tanto na escolha do tema a ser trabalhado quanto na explicação do acontecimento concreto, o cientista se vale de diversos fatores ligados à realidade dos fatos assim como a seus próprios valores, para dar sentido à realidade particular. Entretanto, se faz necessário o uso de uma metodologia de estudo, e o método proposto por weber baseia-se no estado de desenvolvimento dos conhecimentos, nas estruturas conceituais de que se dispõe e nas normas de pensamentos vigentes, o que irá permitir a obtenção de resultados válidos não apenas para si próprio.O sociólogo trabalha apenas com a realidade e busca características em comum na sociedade, sendo assim, a elaboração de um instrumento que auxilie na busca da compreensão dos comportamentos sociais, é fundamental. O tipo ideal é um modelo de interpretação-investigação, e é a partir dele que o cientista social irá analisar as sociedades e as formas de ação.Para Weber, a ação é toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e ação social é toda conduta dotada de sentido para quem a efetua, a ação social deve ser praticada com intenção. A partir disso, Weber constrói quatro tipos ideais de ação social que podem se enquadrar na sociedade.A ação tradicional diz respeito aos hábitos e costumes enraizados, como por exemplo, comemorar o natal. A ação afetiva é inspirada em emoções imediatas, sem considerações de meios ou de fins a atingir, como torcer por um time, o indivíduo pratica a ação porque se sente bem. A ação racional em relação a valores é aquela em que o individuo considera apenas suas convicções pessoais e sua fidelidade a tais convicções, como ser honesto, ser casto... E a ação racional com relação a fins é praticada com um objetivo previamente definido, visando apenas o resultado.Weber define a Sociologia como a ciência que pretende entender, interpretando-a, a ação social, para explicá-la causalmente em seus desenvolvimentos e efeitos, ou seja, pretende explicar que tipo de mentalidade leva à realização das ações.Partindo do conceito de sociologia e das ações sociais podemos então compreender o que seja relação social, definida por Weber como uma conduta plural, reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de um certo modo, porém o caráter recíproco da relação social não obriga os agentes envolvidos a atuarem da mesma forma, entendemos que na relação social todos os envolvidos compreendem o sentido das ações, todos sabem do que se trata ainda que não haja correspondência. Quanto mais racionais forem as relações sociais maior será a probabilidade de que se tornem normas de conduta.

Émile Durkheim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. Pesquisador metódico e criativo, deixou um considerável número de herdeiros intelectuais. O sociólogo francês viveu numa Europa conturbada por guerras e em vias de modernização, e sua produção reflete a tensão entre valores e instituições que estavam sendo corroídos e formas emergentes cujo perfil ainda não se encontrava totalmente configurado. As referências necessárias para situar seu pensamento são, por um lado, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial e, por outro, o manancial de idéias que, sobre esses mesmos acontecimentos, vinha sendo formado por autores como Saint-Simon e Comte. Entre os pressupostos constitutivos da atmosfera intelectual da qual se impregnaria a teoria sociológica durkheimiana, cabe salientar a crença de que a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada por uma força inexorável: a lei do progresso. Esse seria, precisamente, o objeto próprio das ciências sociais, e seu estudo demandava a utilização do método positivo, apoiado na observação, indução e experimentação, tal como vinham fazendo os cientistas naturais. Da perspectiva do autor, a sociedade não é o resultado de um somatório dos indivíduos vivos que a compõem ou de uma mera justaposição de suas consciências. Ações e sentimentos particulares, ao serem associados, combinados e fundidos, fazem nascer algo novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações. E ainda que o todo só se forme pelo agrupamento das partes, a associação “dá origem ao nascimento de fenômenos que não provêm diretamente da natureza dos elementos associados”. Para tentar comprovar o caráter externo desses modos de agir, de pensar ou de sentir, Durkheim argumenta que eles têm que ser internalizados por meio de um processo educativo. Desde muito pequenas, lembra, as crianças são constrangidas (ou educadas) a seguir horários, a desenvolver certos comportamentos e maneiras de ser e, mais tarde, a trabalhar. Elas passam por uma socialização metódica e “é uma ilusão pensar que educamos nossos filhos como queremos. Somos forçados a seguir regras estabelecidas no meio social em que vivemos.” Outro componente fundamental do conjunto dos fatos sociais são os valores de uma sociedade. Eles também possuem uma realidade objetiva, independente do sentimento ou da importância que alguém individualmente lhes dá; não necessitam expressar-se por meio de uma pessoa em particular ou que esta esteja de acordo com eles. Quando optamos pela não-submissão, “as forças morais contra as quais nos insurgimos reagem contra nós e é difícil, em virtude de sua superioridade, que não sejamos vencidos. (...) Estamos mergulhados numa atmosfera de idéias e sentimentos coletivos que não podemos modificar. à vontade.” Apesar da existência de dificuldades impostas por um poder contrário de origem social, apresentam-se comportamentos inovadores, e as instituições são passíveis de mudança desde que “vários indivíduos tenham, pelo menos, combinado a sua ação e que desta combinação se tenha desprendido um produto novo” que vem a constituir um fato social. Enquanto nas sociedades modernas, até mesmo os valores relativos à vida - o aborto, a clonagem humana, a pena de morte ou a eutanásia - podem ser postos em questão, em sociedades tradicionais, os inovadores enfrentam maiores e às vezes insuperáveis resistências. As regras morais são fatos sociais e apresentam, conseqüentemente, as características já mencionadas. Inegavelmente coativas, elas, no entanto, mostram uma outra face, ao se apresentarem como “coisas agradáveis de que gostamos e que desejamos espontaneamente”. Estamos ligados a elas “com todas as forças de nossa alma”. A sociedade é nossa protetora e “tudo o que aumenta sua vitalidade eleva a nossa”, por isso apreciamos tudo o que ela preza. A coação deixa, então, de ser sentida graças ao respeito que os membros de uma sociedade experimentam pelos ideais coletivos. Durkheim refere-se a essa necessidade de revigorar os ideais coletivos como a razão de muitos dos ritos religiosos que voltam a reunir os fiéis, antes dispersos e isolados, para fazer renascer e alentar neles as crenças comuns. A sociedade refaz-se moralmente, reafirma os sentimentos e idéias que constituem sua unidade e personalidade. Isso garante a coesão, vitalidade e continuidade do grupo, e assegura energia a seus membros. Segundo o autor, possuímos duas consciências: “Uma é comum com todo o nosso grupo e, por conseguinte, não representa a nós mesmos, mas a sociedade agindo e vivendo em nós. A outra, ao contrário, só nos representa no que temos de pessoal e distinto, nisso é que faz de nós um indivíduo.” Em outras palavras, existem em nós dois seres: um, individual, “constituído de todos os estados mentais que não se relacionam senão conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal”, e outro que revela em nós a mais alta realidade, “um sistema de idéias, sentimentos e de hábitos que exprimem em nós (...) o grupo ou os grupos diferentes de que fazemos parte; tais são as crenças religiosas, as crenças e as práticas morais, as tradições nacionais ou profissionais, as opiniões coletivas de toda espécie. Seu conjunto forma o ser social. ”A sociedade é, portanto, capaz de cobrar ações resolutas de seus membros tendo em vista a auto-preservação, por isso pode exigir que, em nome dessa coesão, eles abdiquem da própria vida. É a partir de considerações como essa que Durkheim propõe uma análise do suicídio enquanto fato social.

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