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TRABALHO "Evangelismo No Brasil: Uma Visão Missionária Holística"

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Por:   •  21/3/2015  •  2.864 Palavras (12 Páginas)  •  284 Visualizações

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WILSON RIDEKI KOGAWA

TRABALHO

“Evangelismo no Brasil: uma visão missionária holística”

Apresentado em atendimento às exigências da disciplina Teologia da Missão sob orientação do prof. Leontino Farias dos Santos, do Curso de Reciclagem pelo Seminário Teológico de São Paulo.

São Paulo-SP

2004

INTRODUÇÃO

Missão é um tema sempre se atualizando. Como presbiteriano ligado à Reforma do séc XVI de Calvino no Brasil exige-se uma reflexão que não caberia nessas poucas páginas. Contudo vale como breve ensaio para uma postura reflexiva sobre o caráter pastoral a ser assumido em terras tupiniquins, de modo particular dentro da agência representante do reino de Deus chamada Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

A começar pela herança do pensamento calvinista que chegou ao Brasil via Puritanismo Inglês com os “óculos” americanos. Nossa sociedade firmou-se em valores onde a teologia não tem mais o destaque central e cristão da era medieval e da Reforma. O antropocentrismo também caracteriza o Brasil político. A teoria de Calvino que propunha uma sociedade unificada sob duas autoridades: sagrada e secular e que construísse uma civilização cristã, não vingou. As duas guerras mundiais que o digam.

Não se nega que os direitos humanos da constituição mundial foram herdados, sem se dar o devido crédito, às revoluções da Reforma Protestante. O presbiterianismo com seu conteúdo evangélico em terras brasileira ainda sofre de inadaptação cultural dificultando a missão no Brasil.

Portanto quando se falar em missão na presente reflexão entenda-se missão da Igreja Presbiteriana Independente Brasileira. O nome já denota historicamente valores que por si só delimitam o sentido missionário que se julga dever levar avante em terras brasis, juntamente com a cultura estabelecida nos seus documentos de fé e o Cânon Sagrado cristão, ou a Bíblia Sagrada.

É provocante pensar a sociedade brasileira como lugar da missão de Deus, ou seja, anunciar o céu no Brasil e com ele, através da educação e da conscientização dos valores éticos cristãos.

I – EM BUSCA DA “BRASILIDADE”

Conceitos sofrem desgastes e ou distorções. A objetividade ao tema proposto carece de uma delimitação acerca do que significa ser brasileiro e segundo, o que seja missão num país que “exporta missionários”.

Desde que os portugueses aportaram na Terra de Santa Cruz e expropriaram os indígenas, estamos em busca de nossa identidade. Estamos aqui no Brasil, mas nosso pensamento ainda é carregado de traços dos povos que formaram nossa sociedade. Sofremos de uma excessiva dependência em relação aos outros países da Europa e ocidentais, afinal éramos ou ainda somos colônia, cultural.

Mesmo depois da Independência, continuamos importando quase tudo. Inclusive religião. O liberalismo brasileiro iludido pelo panamericanismo colonialista dos EUA e a ortodoxia predominante católica romana do séc XIX já antevia as dificuldades para a missão Reformada no Brasil e que causou a divisão já na primeira geração de crentes Reformados e que dariam origem ao presbiterianismo brasileiro.

Além disso, o Brasil, como toda América Latina, apenas resumindo, formou sua consciência religiosa destes dois movimentos predominantes: o catolicismo português e o protestantismo americano. Este, no dizer de Bonino, com três rostos: o liberal, o evangélico ou protestantismo de missão e o pentecostal.

Foi sob as interações e tensões destes movimentos que se instalou no Brasil o atual cristianismo autóctone e que tem se mantido, não sem fraturas internas, em meio a uma sociedade que ainda sofre da falta de um modelo sócio-cultural que lhe dê autonomia, e pior, uma identidade que lhe permita pensar a partir de si e não mais como colônia cultural européia e outras.

Neste primeiro tópico a proposta de uma brasilidade consiste exatamente no desafio de entendemos a sociedade brasileira para então entendê-la como lugar da missio Dei.

Nossa teologia é importada. Não que se queira buscar um Deus brasileiro ou um Deus original, mas um diálogo original entre o Criador, Deus de Israel, Pai do Senhor Jesus e a nação brasileira.

Muito dos conflitos e barreiras para um melhor avanço missionário, entendendo missionário como o ato de Deus comunicar-se aos brasileiros através das instituições, apesar de seus erros, representantes de Seu Reino, as igrejas cristãs, hoje estabelecidas em terras tupiniquins.

A sociedade brasileira na realidade ainda está em gestação. Depois de anos de colonização. De crises mundiais do séc XX que culminaram na ditadura militar, somos um povo ainda em busca de sua autonomia.

Temos micro realidades e policulturas tão vastas que não nos permite afirmar com exatidão de modo preciso a sociedade brasileira como lugar da missio Dei sem antes adentrarmos em micro sociedades. Daí o desafio enorme de algumas igrejas que se estabeleceram como agentes da missio Dei no Brasil sobreviverem e desempenhar sua missão no Brasil.

Existe o Brasil rural que subdivide-se desde enormes latifúndios até as sociedades ribeirinhas. Existe o Brasil industrial dos grandes centros e o Brasil artesanal dos interiores principalmente do nordeste, ambos, com suas oportunidades e crises sociais próprias.

Falar do Brasil como lugar da missio Dei é antes passar por um dos mais ricos estudos antropológicos sociais e que definiria melhor o lugar e o objeto da missão. Avançou-se muito neste campo. O desafio é estabelecer agora a relação entre o Deus criador e a humanidade brasileira sem que o intermediário da missão, não o desfigure como tem sido ao longo do processo de cristianização do Brasil. Seja via Europa ou EUA.

Empacotado com o Evangelho vieram modelos econômicos que de alguma forma moldaram nossa sociedade. Trouxeram as vantagens das ciências e industrias, mas deixaram um evangelho que nem sempre responde ao tropicalismo e tanta miscigenação do Brasil.

Como lugar da missão, o Brasil ainda não foi totalmente compreendido pelas igrejas que se estabeleceram aqui. Nossos missionários pastores sofrem ainda de inadaptação

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