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A CORPOGRAFIA URBANA

Por:   •  9/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  666 Palavras (3 Páginas)  •  273 Visualizações

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CORPOGRAFIAS URBANAS

Com base na leitura do texto Corpografias Urbanas de Paola Berenstein, partimos da premissa de que corpo e cidade se relacionam, mesmo que involuntariamente, através da simples experiência urbana. Entende-se que a cidade é lida pelo corpo como conjunto de condições interativas, é um tipo de cartografia através do corpo, de uma forma que a memória ficasse gravada no corpo, ou seja o registro de suas experiências na cidade, e com isso o corpo expressa essa interação descrevendo sua corporalidade, o que então passamos a chamar de corpografia urbana. Essa cartografia pode ser vista como um desvio, à atual espetacularização das cidades contemporâneas, o que resulta em cenografias urbanas.

Hoje, podemos perceber que os espaços urbanos estão cada vez mais desencarnados, se tornando simples, isso acontece porque a ação urbana vem diminuindo, trazendo então a ausência de “corporeidade”. Os espaços públicos estão ainda mais inadequados e restritos, fazendo com que as cidades deixem de ser cenários, ganha corpo quando é praticada e se torna “outro” corpo.

A autora diz que as cidades se revelam através das condições interativas de corpo cidadão e corpo urbano, mas que cada corpo possui cartografias diferentes, que são frutos das diversas vivências urbanas vividas por cada um. A partir dessas vivências que determina a forma de inscrição na cidade. O conceito de corpografia serve de entendimento do urbanismo mediante o crescimento das outras formas corporais ou incorporais para ter diversas intervenções pela cidade, ou seja, indicam usos possíveis para o espaço projetado, mas, são os indivíduos que usufruem e determinam no dia a dia e modificam esses espaços reinventando-os na sua rotina. Do ponto de vista do urbanismo, essa experiência da cidade que se instaura no corpo seria uma forma molecular de espetacularização urbana contemporânea, uma vez que a cidade vivida sobreviveria a este processo de no corpo daqueles que a experimentam. O que determinamos esse tipo de vivência em “errâncias”.

Errância se diz respeito ao ato de errar na cidade, gerando lentidão. Em destaque aos pobres e aos mendigos, que nesse requisito lidam com a cidade de uma forma totalmente diferente dos ricos, os pobres e os mendigos não acompanham a movimentação da cidade, tornando-os errantes.

Já os moradores partem de um ponto em que a prática corporal não se pode ser resumida a uma simples imagem, ou seja, a cidade passa de um simples espetáculo para a partir do momento em que ela é analisada, notando, assim, como um ato de ponto de vista sobrevivendo no corpo de quem a usa. A corpografia urbana aponta que muitas vezes em um projeto urbano, por exemplo, se podem extinguir demandas que não são apresentadas ou que apresentam algum tipo de necessidade a partir do momento que se vive naquele local.

As práticas de verificação das cidades pelos errantes mostram a possibilidade de um urbanismo menos morto, cidades menos mortas, ou seja, pessoas usufruindo mais dos espaços públicos, a permanência maior das pessoas nas ruas, interação, o uso de transporte público, deixando um pouco de lado o carro próprio, um urbanismo que usa das errâncias e das corpografias para usar de cenário para a cidade. Reconhecer a cidade como um ambiente de existência do corpo, que tanto promove quanto está implicada nos processos interativos geradores de sentido implica reconhecê-la como fator de continuidade da própria corporalidade de seus habitantes. A dança seria, então, um dos modos de que dispõe o corpo de instaurar coerências entre sua corporalidade e seu ambiente de existência, produzindo outras e diferentes condições de interação desafiadoras.

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