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A Crítica à Brasília

Por:   •  25/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  441 Palavras (2 Páginas)  •  304 Visualizações

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Critica a Brasília / Texto: Sergio Ferro: Arquitetura e Trabalho livro

Capitulo de Base: Brasília, Lucio Costa e Oscar Niemeyer

                Houve grande expectativa a transferência da capital federal para o planalto central brasileiro, era como se uma nova porta para o desenvolvimento se mostrasse a frente do Brasil cansado de ser atrasado e apenas um joguete das potências ocidentais. O problema é que a obra faraônica de Niemayer utilizou uma grande massa de mão de obra humana, advindos de todos os cantos da nação. Esses sofreram com as duras condições de trabalho que as plasticidades das obras lhe impuseram, como cita Ferro “Desde aquele momento aparecem os primeiros sinais de violência no canteiro – sempre abafados pela imprensa [...]. Jornadas intermináveis de trabalho, alimentação precária. Anos mais tarde eles [os operários] me contaram um sofrimento que eu mal imaginava: suicídios numerosos, operários se jogando sob caminhões, desinteira quase quotidiana, cerados pelo cerrado do Brasil, sem poder sair. Não houve um processo democrático e de participação popular no projeto, a Brasília que seria a capital do novo Brasil democrático se fez de uma democracia que impôs a igualdade de forma rígida e autoritária”. A mesma rigidez se refletiu na arquitetura da cidade, chegando ao extremo de quando Oscar dirigiu diretamente, in loco, os pedreiros que esculpiam as colunas do alvorada. Havia um gritante descompasso entre a quem decide, e a mão que talha. Assim, a capa que envolve as formas puras do modernismo de Niemayer, não apresenta o traçar do operário, apenas apaga seu resquício e sua memória viva. O maior exemplo disso foi a catedral, objeto de difícil construção, forçou os operários a manobras acrobáticas dignas de circo, outros, de forma concomitante, lixavam o mármore a fim de deixa-lo com aspecto de um liso perfeito, sem ninguém ao menos se perguntar ao impacto que isso teria em seus pulmões. Mas talvez o maior impacto gerado aos migrantes não estava no plano piloto, mas fora dele, como cita Ferro “ A força das coisas desenhou isso [migrantes] no espaço, numa das pontas das asas do pássaro branco, a mancha escura da cidade satélite durante a construção ainda servia como contraponto: permissão de proximidade da indispensável mão construtora. Depois da construção, a marcha foi transferida, deixada mais de 40 quilômetros de distância. O pássaro branco, liso e cheiroso, deveria planar em céu desnuviado”. A cidade que mudou a história do urbanismo, também pagou um preço parar existir: explorar mão de obra em condições de péssimas qualidades e abandona-los em favelas ao redor da utopia de Costa e Niemayer.  

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