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A Teoria de François e Choay e Louis Sullivan

Por:   •  15/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.945 Palavras (8 Páginas)  •  273 Visualizações

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QUESTÃO 05: Françoise Choay denomina a contribuição de Camillo Sitte e de Ebenezer Howard como pertencentes ao que ela chama de "Urbanismo Culturalista". Por que? Quais as características, especificidades e importância de cada uma dessas contribuições?

As cidades do século XX eram vistas pelos culturalistas como em processo de deterioração de suas qualidades espaciais, no sentido da perda de valores historicamente ocultos. Os pensadores dessa linhagem, olhavam para o passado em busca da caracterização dos espaços urbanos segundo os valores históricos e o ponto de partida, agora, não era mais a situação do indivíduo, mas a do agrupamento humano, da cidade.

Além disso, os urbanistas culturalistas criticavam, também, o desaparecimento da antiga unidade orgânica da cidade, devido a presença da industrialização e a criação de protótipos em todos os âmbitos da vida social. Para eles, a cidade deveria possuir um limite, ter dimensões modestas, baseadas na Idade Média e contrastar com a natureza circundante. Defendiam um traçado orgânico, assimétrico, com ausência de geometria, onde cada lote e cada edificação teria uma dimensão particular, baseada na necessidade de cada indivíduo.

Camillo Sitte é considerado o primeiro pensador que olha para a cidade do passado sob o ponto de vista estético, porque tinha fascínio pela cidade medieval, por como as pessoas se relacionavam, os bairros (a relação cidade x pessoas). Além de compartilhar do pensamento acima descrito, acreditava que para resolver o problema estético das cidades, “não bastava a ciência de um técnico, era preciso ainda o talento de um artista”. Desse modo, o seu desenho era tridimensional, movido pelo gosto e pela sensibilidade. Não era uma questão de geometria ou economia. O seu método tinha como objetivo romper com o sistema moderno dos conjuntos de casas regularmente alinhadas, salvar o que restava das cidades antigas e aproximar as criações atuais do seu modelo de cidade ideal, baseado no passado.

Para Sitte, as praças eram uma necessidade de primeira ordem, pois nelas se aglomeravam tudo e todos. Ele valorizava o centro das praças livres de elementos, com efeito artístico e com muita harmonia. Elas eram recheadas de monumentos e obras de arte, proporcionando para as pessoas paz de espírito. Nos nossos dias, isto tende a ser dividido ou substituído por lugares fechados. Criticava, ainda, o fato de as praças servirem como “locais de estacionamentos de veículos e não ter nada a ver com as casas que davam para elas”, almejando que elas servissem como objeto prático e formassem um todo com os edifícios (possuindo sempre recuos) que as rodeassem.

De acordo com o autor, Camillo Sitte gostava da ideia de as igrejas estarem sempre apoiadas, de um ou de vários lados, em outros prédios e formarem, com eles, grupos de praças. E, em contrapartida, criticava a posição da igreja no meio da praça, pois esta localização gerava grandes gastos, uma vez que teriam que ser aplicados, em suas fachadas, os elementos de arquitetura. Com o estudo da função e distribuição das praças públicas, tinha o objetivo de elas voltassem a ser um centro cívico urbano e cada uma dessas praças “por sua situação, forma e amplitude, teria de expressar claramente um determinado caráter”.

Ele se preocupava com a estética das cidades, defendendo o urbanismo como arte. Por esse motivo, propôs a releitura das cidades medievais e italianas e de suas praças como forma de retomar o planejamento artístico das cidades atuais, rompendo totalmente com o modelo vigente. O seu tipo urbano ideal era composto por ruas tortuosas e estreitas, que mantivessem a irregularidade, a alegria do traçado urbano. “Sem elas as construções mais bonitas conservam sempre uma certa rigidez e uma afetação que produz um efeito deplorável. Além disso, essas irregularidades permitem que nos orientemos facilmente através dos labirintos das ruas”.

Partindo para a contribuição de Ebenezer Howard, podemos iniciar destacando que, para ele, “cidade e campo devem estar casados, e dessa feliz união nascerá uma nova esperança, uma nova vida, uma nova civilização”. Baseando-se em grande parte na observação das péssimas condições de vida da cidade liberal, ele propôs uma alternativa   aos problemas urbanos e rurais, em que para isso, ambos atuariam como “ímãs”, atraindo as pessoas para si.

A chave para a solução dos problemas da cidade, segundo Howard, era o que ele chamou de Cidade-Campo. Nessa alternativa, os dois imãs se tornariam um só, para uma cidade próxima da natureza que ele considerava ser fonte de vida, riqueza e felicidade. Além disso, a indústria se deslocaria para o campo como estratégia de desenvolvimento econômico simultaneamente à produção agrícola que teria mercados prontos na cidade próxima ao núcleo rural. Sua intenção não era criar um subúrbio jardim, mas uma entidade cidade-campo com dimensões controladas, que, quando atingisse a sua capacidade máxima, deveria ser criada uma nova cidade satélite. Essas cidades possuiriam estrutura radial, com belos jardins e prédios públicos na região periférica de cada cidade-campo.

        Dessa maneira, diante da explanação do pensamento desses dois urbanistas culturalistas podemos perceber que esse movimento se preocupou mais com as questões morais, principalmente, ligada às relações sociais. E, deixou como importante o fato de que a cidade não deve se sobrepor aos seus moradores, ao contrário, deve satisfazer as necessidades da sociedade. A cidade deve ser favorável à intensificação e à multiplicação das relações interpessoais, ser um processo dinâmico, ser bela, heterogênea.

 

QUESTÃO 06: Louis Sullivan, em ambiente norte-americano, e Adolf Loos, em ambiente europeu, são considerados precursores do movimento moderno. Por que? Comentem, apresentem as contribuições teóricas de cada um deles.

O processo de racionalização da arquitetura, a busca por resposta às novas necessidades da sociedade e o surgimento de novas técnicas e materiais provocou uma ruptura no sistema clássico de construção e fez com que os elementos dessa arquitetura se tornassem obsoletos. No entanto, a maneira com a qual se começou a fazer uma nova arquitetura, transformou o ornamento em um mero adorno (típico do ecletismo) com o intuito de disfarçar a “pobreza” da arquitetura moderna. Nesse processo, muitos ornamentos passaram a ser produzidos em série e aplicados aos edifícios o que resultou em obras que possuíam uma fachada que agradava à população e um interior que respondia as necessidades do usuário.

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