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ANÁLISE CORRELATO CASA MARIN

Por:   •  26/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.732 Palavras (7 Páginas)  •  293 Visualizações

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Resumo

O processo de sedentarização, que se iniciou na pré-história com o desenvolvimento da agricultura e domesticação de animais a partir das novas técnicas adotadas, foi de suma importância para o surgimento da ideia de moradia que cresceu com o passar dos anos, uma vez que, o ser humano vive em constante processo evolutivo. Passou a ser considerada, não mais apenas para proteção, como também para descanso e lazer, o que é possível observar nas diversas tipologias existentes. Partindo desse princípio, para entender este conceito e sanar as dúvidas foi utilizado um exemplo. A Casa Marin, localizada na cidade de Cruz do Espirito Santo – PB e desenvolvida por Fabiano de Melo Duarte Rocha do escritório de arquitetura Vila Nova Arquitetura em Campina Grande – PB, foi escolhida para ser o objeto de estudo desta análise baseada na metodologia de Baker. O autor realiza seu trabalho com base nos parâmetros formais somado aos culturais. Buscando responder todos os porquês para as decisões projetuais adotadas como o agenciamento do lote, disposição dos cômodos, organização das aberturas, sistema estrutural, materiais utilizados, entre outros. Dessa forma, ficou mais clara a percepção de que decisões tomadas na criação de um projeto possui um amplo embasamento, até mesmo em aspectos culturais, que facilitam sua interpretação e interdisciplinaridade.

  1. Introdução

O conceito de morar se consolidou desde o processo de sedentarização dos povos primitivos quando o nomadismo foi abandonado. Inicialmente eram usadas cavernas como uma forma de proteção às intempéries da natureza. Com o passar dos anos, o aumento do controle sobre os materiais disponíveis na natureza, o conhecimento do homem sobre o clima e o desenvolvimento de novas tecnologias resultou em mudanças nessas moradias, deixando de ser para simples proteção e passando a ser espaços onde o homem permanece por mais tempo. Com o surgimento das primeiras civilizações, a preocupação com a estética passou a ser mais relevante junto a forma e função sem deixar de lado a preocupação com as mudanças e como elas iriam refletir nos usuários, dessa forma, surgiu o que hoje é conhecido como Tríade Vitruviana que serve como ponto de partida para muitos arquitetos. Um exemplo desta tríade é dita por Le Corbusier (apud ADORNO  e HORKHEIMER, 1947) quando afirma: “a casa deveria ser bonita e confortável, mas também lógica, funcional e eficiente (uma ‘máquina de morar’), perfeitamente apta para atender às necessidades dos ocupantes”.

Os tipos de moradias atuais são vários, entre as principais estão as residências unifamiliar, multifamiliar, moradia urbana e rural e casa de veraneio. Esta surgiu com o principal objetivo de proporcionar uma relaxante e fresca moradia para viver durante os finais de semana e férias. É o que acontece no condomínio Residencial Green Ville, localizado na cidade de Cruz do Espirito Santo – PB, onde está inserida  a Casa Marin, objeto de estudo deste trabalho.

Buscando responder o porquê da disposição das fachadas, do posicionamento das aberturas, da organização espacial, dos materiais utilizados, entre outros, foi realizada a análise da Casa Marin para compreender melhor na prática o conceito de morar.

  1. Desenvolvimento

O propósito  deste trabalho é desenvolver repertório formal e técnico, permitindo a evolução na análise de projetos correlatos e das decisões projetuais escolhidas. Para isso, o método de análise de Geoffrey H. Baker foi a ferramenta de auxílio para elaboração deste material pois, apesar de focar em aspectos formais (conceituais e físicos), oferece uma visão cultural e contextual da arquitetura diante uma série de elementos dela constituintes.

A cultura faz parte dessa análise pois, segundo Baker (1998), a arquitetura é da terra, pertence ao solo, é o recipiente onde se desenvolvem as atividades humanas e, como tal, forma parte da existência do homem. Portanto, influencia os tipos de estrutura que são empregados além de representar a técnica e a cultura da época e da civilização.

A análise é feita baseada em 6 parâmetros: genius locci (contexto); iconologia (símbolo); identidade (cultura); significado do uso (programa de necessidades); movimento (plástica); geometria (configuração formal); estrutura e materiais (construção). Ademais, foram utilizados desenhos, redesenhos, fotografias e mais informações fornecidas pelo arquiteto e escritório responsável pelo projeto.

2.1 Casa Marin

A Casa Marin é um projeto de Fabiano de Melo Duarte Rocha do escritório de arquitetura Vila Nova Arquitetura, localizado na cidade de Campina Grande - PB, e projetos complementares de Ermando José e foi executado entre 2012 e 2014.

A residência foi projetada para ser uma casa de veraneio para uma professora aposentada receber seus filhos e netos nos fins de semana. Está localizada em um lote predominantemente plano e retangular, provavelmente por se tratar de um condomínio fechado onde ocorre o processo de terraplanagem, e seu entorno  é composto por outros grandes lotes, residências afastadas e predomínio de área verde. Levando em consideração a orientação solar, suas maiores fachadas estão situadas ao leste e oeste onde o sol nasce e se põe, respectivamente, e a ventilação é oriunda do sudeste.

Visando criar espaços de interação entre os moradores, umas das mais importantes diretrizes do projeto, a casa foi locada mais ao fundo do terreno deixando a frente livre para o deck e a piscina, e entre esses elementos está o acesso principal à residência, tanto para pedestres como para aqueles que fazem o uso de carros, no sentido de sul a norte, por meio da rua do condomínio.

Devido ao programa de necessidades baseado no perfil da cliente, a casa foi dividida em dois pavimentos: no térreo está o setor social e de serviço, composto pela sala de estar/jantar, cozinha e uma pequena área de serviço; e no primeiro pavimento apenas o setor íntimo com 4 quartos para receber a família dos filhos e amigos com privacidade. Consequentemente, o terreno teria mais áreas livres para lazer, mais uma vez devido a sua principal diretriz projetual. Os cômodos do setor social, íntimo e a cozinha estão mais situados a leste devido a ventilação e por ser a fachada que recebe o sol nascente, já a área de serviço, banheiros e a circulação vertical estão mais a oeste por receber o sol poente. Dessa forma, os cômodos de maior permanência e interação entre as pessoas são mais privilegiados. No pavimento térreo não existem divisórias físicas entre os espaços e sim através da organização do layout, criando um conceito aberto e reafirmando a ideia de integração anteriormente adotada no exterior da casa.

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