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Identificação da Obra: Saber ver a Arquitetura

Por:   •  27/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.786 Palavras (8 Páginas)  •  1.686 Visualizações

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Acadêmicos: Guilherme Serafim R.A: 48925                                                  

                       Anderson Akira Fujihara R.A: 48868

RESENHA

Identificação da Obra: Saber ver a Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes,  1996.  Capítulo  02 - O Espaço, protagonista da arquitetura.

Autor: Bruno Zevi,

          O arquiteto e historiador da arquitetura, Bruno Zevi, um acalorado antifacista, tanto na política como na arquitetura, faleceu aos 81 anos, em sua casa em Roma.Zevi ficou conhecido defendendo a tese de que são as formas orgânicas e não a simetria clássica, a chave do desenho moderno.Um de seus trabalhos mais conhecido foi o pavilhão da Itália, na exposição de Montreal de 1967.Diplomado por Harvard, Bruno Zevi foi professor nas universidade de Veneza e Roma.
         Sua obra como teórico também é muito apreciada e tornou-se reconhecida por numerosos títulos. Entre elas destaca-se “Saber ver a arquitetura”, “A linguagem moderna da arquitetura” e “História da arquitetura moderna”. Foi ainda autor de monografias sobre arquitetos, como Frank Lloyd Wright, Giuseppe Terragni e Erixh Mendelson, o da intitulada obra “Arquitetura de Sert na Fundação Miro”. Zevi, que era um personagem muito popular na Itália e um dos grandes nomes da arquitetura, manteve uma coluna no semanário “L’ Espresso”, desde o ano de 1955. Foi também diretor do “Arquitetura, crônicas e historiar.Formado sob o regime de Benito Mussolini, Zevi sempre susteve sua oposição à arquitetura fascista, que pretendia imitar as formas do império romano.Membro ativo da comunidade judia italiana, Zevi participou, sob o fascismo, no movimento clandestino Justiça e Liberdade.

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, Bruno Zevi apresenta críticas à má interpretação sobre a verdadeira arquitetura, visando, principalmente, parâmetros de espaço, o protagonista arquitetônico. Analisa o trabalho realizado pelos estudiosos no passado. Nos explica sobre a quarta dimensão da arquitetura, revelada pelos cubistas. O capítulo, nos atenta, sobretudo, à percepção do espaço arquitetônico – conceito, teoria e crítica.

O ESPAÇO, PROTAGONISTA DA ARQUITETURA

A falta de costume da maioria dos homens de compreender o espaço, do mau êxito dos historiadores e críticos da arquitetura na aplicação e na difusão de um método coerente para estudo espacial de edifícios, justificam a ausência de uma história arquitetônica plausível.

O caráter essencial da arquitetura está no fato de agir com um vocabulário tridimensional que inclui o homem.

Enquanto a pintura é bidimensional e a escultura é tridimensional, porém o homem fica no exterior, a arquitetura é como uma grande escultura escavada, em cujo interior o homem penetra e caminha.

Ao construir uma casa, o arquiteto mostra uma perspectiva e uma vista exterior, com plantas e cortes. Isto se deve à falta de educação espacial, uma realidade que somente vemos no papel.

Mas a arquitetura não provém de um conjunto de alturas, comprimentos e larguras, esta provém mais precisamente do vazio, do espaço encerrado, em que os homens vivem, assim como a poesia é mais que um grupo de versos.

Os iniciantes do estudo da arquitetura, primeiramente, devem compreender que uma planta pode ser bela no papel, mas o resultado por ser pobre.

Saber ver o espaço interior, que é o protagonista do fato arquitetônico, nos fará entender os edifícios.

Continuaremos a usar palavras como ritmo, escala, entre outras, até darmos e eles um ponto de aplicação específico na realidade em que se concretiza a arquitetura: o espaço.

Não se pode ler Hamlet sem antes entender o significado das palavras inglesas e logo, o sentido das frases, pois assim não conhecerá a história britânica do século XVI.

O que é arquitetura? E, o que mais interessa agora, o que é a não-arquitetura? É correta a identificação entre arquitetura e edificação artística, e entre não-arquitetura e edificação feia? Em outras palavras, a distinção entre arquitetura e não-arquitetura baseia-se numa apreciação meramente estética? E o que é esse espaço protagonista da arquitetura? Quantas são as suas dimensões?

Quatro fachadas por mais belas que sejam, constituem apenas a caixa dentro da qual está  encerrada a jóia arquitetônica, por mais belas que sejam, continuam a ser invólucro.

Em cada edifício, o continente é o invólucro mural e o conteúdo é o espaço interior.

Continente e conteúdo se diferem claramente e, com freqüência, o invólucro mural foi objeto de preocupações e trabalho que o espaço arquitetura.

A descoberta da perspectiva poderia levar os artistas a acreditarem que possuíam finalmente as dimensões da arquitetura e o método de representá-las, com ela, foi possível representar os ambientes interiores e exteriores, quando a reprodução de fotografias se tornou comum, o que facilitou a sua difusão em massa.

Porém, quando tudo parecia claro e alcançado, a mente humana descobriu que além das três dimensões, existe a quarta, e foi a revolução cubista que a revelou. O outro elemento é o deslocamento sucesso do ângulo visual, o tempo.

Os cubistas não pararam por aí, em cada fato corpóreo, além da forma externa, há o organismo interno, assim como além da pele, existem os músculos e esqueletos.

Esta descoberta cubista foi de grande alcance histórico, independente da estética das pinturas cubistas, em arquitetura existe o mesmo elemento: o tempo.

Assim o problema pareceu mais uma vez solucionado, como na descoberta da perspectiva. Porém, em arquitetura o fenômeno é diferente da pintura e escultura, pois o homem move-se no edifício e estuda os pontos e vista, cria, a quarta dimensão, dando ao espaço a realidade integral.

A quarta dimensão define o volume arquitetônico, o invólucro mural encerra o espaço, que é a essência da arquitetura e transcende os limites desta dimensão.

Então, quantas dimensões tem este espaço arquitetônico? Cinco, dez? Talvez infinitas, basta estabelecer que este não se define como a pintura e a escultura. A esse ponto, a pergunta “O que é arquitetura” já encontrou sua resposta. A melhor definição para a arquitetura é a que preza o espaço interior. A bela arquitetura será a que tem um espaço interior que nos atrai, nos eleva, nos subjuga espiritualmente. A arquitetura feia será aquela que tem um espaço interior que nos aborrece e nos repele.

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