Plano das diagonais de Barcelona

INTRODUÇÃO

Este trabalho abordará o tema Cerdá e o Plano das diagonais de Barcelona, tendo como objetivo apresentar a origem e a estrutura do plano.

Seu desenvolvimento inicia-se em meados do século XIX apresentando quais foram os problemas que levaram à expansão da cidade de Barcelona, e como Cerdá e seu plano solucionaram estes problemas e tornaram Barcelona a cidade que é hoje em dia.

Cerdá e o plano das diagonais de Barcelona

Barcelona é uma cidade que conta com mais de 2000 anos de história. Uma cidade provinciana e marginal, pois nunca foi capital de uma monarquia ou estado importante.

Na primeira metade do século XIX, no auge da revolução industrial, Barcelona continuava a ter um urbanismo medieval, ou seja, rodeado por muralhas e comprimidas pela instalação de indústrias, portanto, a saúde e a situação social de Barcelona se tornaram sufocantes, pois a muralha medieval que serviu de proteção à cidade durante séculos, tornou-se um freio na expansão urbana. A população aumentou em 72 mil habitantes em cerca de quarenta e oito anos, dessa forma, devido à densidade e à falta de infraestrutura as condições de saneamento pioraram. Os enterros eram feitos na frente das igrejas, e isso ocasionou em fortes fontes de infecção, epidemias e contaminação das águas subterrâneas. Nessas circunstâncias, o tempo de vida médio dos habitantes era de 36 anos para os ricos e 23 anos para os pobres. Não só os problemas da população eram ignorados, como também os tímidos movimentos de se expandir para fora as paredes eram reprimidos pois "impediam a defesa da cidade".

Foi somente no final de 1858 que o Ministério da Guerra tomou a decisão de deixar de considerar Barcelona como uma fortaleza, pois a defesa da cidade deixou de ser uma prioridade, e, dessa forma, os poderes sobre a cidade foram transferidos para o Ministério das Obras Públicas. Em fevereiro de 1859, o Conselho Municipal abriu um concurso municipal com a finalidade de expandir a cidade e, em maio de 1860 o Ministério publicou uma Ordem Real que aprovava o Plano de Reforma e Extensão de Barcelona executado por Ildefonso Cerdá.

Ildefonso Cerdá (1815-1876) nasceu em Centelles (região de Osona), na província de Barcelona. Ele foi engenheiro, urbanista, jurista, economista e político espanhol. Sua principal ideia era fazer um urbanismo humanitário que desse conforto e igualdade aos seus cidadãos sem diferenciar os ricos dos pobres. Seu projeto mais importante foi o Plano Cerdá.

O plano para Barcelona de Cerdá tinha como objetivo aumentar a área total da cidade, permitindo a sua expansão além dos limites da antiga muralha medieval, e fornecer uma alternativa mais ordenada de ruas e quarteirões.

A base do plano é um sistema de vias e quarteirões que se poderia estender indefinidamente, à medida que a cidade fosse crescendo. Cerdá criou uma hierarquia viária onde pequenas ruas desembocam em ruas maiores que por sua vez desembocam em grandes avenidas e, assim desenhando uma grelha de ruas paralelas e perpendiculares e duas avenidas que se cruzam, a Diagonal e a Meridional.

O Plano Cerdá consiste em: ruas de 20 metros de largura, dos quais os 10 metros centrais são destinados à estrada e 5 metros de cada lado destinados a calçadas; quarteirões quadrados de 113,3m x 113,3m com dois ou três lados construídos, deixando no interior uma zona verde de uso público; altura máxima dos edifícios de 16 metros (equivalente a uma casa de quatro pavimentos), pois não deveriam ser mais altos que a largura da rua. O plano continha um mercado a cada 900 metros, um parque a cada 1.500 metros, três hospitais, um matadouro, um cemitério, uma floresta e 31 igrejas. As grandes indústrias eram localizadas perto dos dois rios e as pequenas e médias seriam distribuídas

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