RESENHA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Em evolução do conceito de planejamento territorial, o autor Lauro Bastos aborda a questão de como ocorreu a evolução do planejamento territorial ao longo dos anos. O artigo utiliza de fatos históricos, baseando-se em cartas escritas por estudiosos para entender o progresso do planejamento territorial, desde os primórdios do século XIX os quais o planejamento ainda era feito de forma básica, até o século XX onde diversas ideias enriqueceram o conceito de um planejamento territorial.

Inicialmente, o autor descreve como o planejamento era visto no final do século XIX. Ele aborda mostrando o estudo de Camillo Sitte, o qual priorizava a beleza das cidades, como cita o autor “Assim, o conceito mais avançado de Planejamento Territorial no final do século XIX basicamente era de embelezar as cidades, e portanto, um problema de arte”. Porém, com o crescimento exacerbado da população e o surto de doenças na época, a concepção de planejamento territorial voltou-se para as cidades, criando assim um estudo denominado Urbanismo, o qual o intuito era dar ênfase à estética das cidades juntamente com as condições sanitárias das mesmas. Para isso, o autor exemplifica o trabalho de Saturnino Britto, sanitarista conhecido que afirma ser fundamental o embelezamento, organização e saneamento das cidades, conceituando assim uma etapa do Planejamento Territorial. Para esse estudioso, era necessário a adaptação das cidades à topografia dos sítios urbanos, respeitando as técnicas sanitárias impostas.

O autor também descreve a divergência entre arquitetos modernistas e arquitetos acadêmicos. Tal divergência originou organizações entre os modernistas que criaram um documento com intuito de concentrar e expressar suas ideias. Além disso, também haviam diversos congressos para encontro dos mesmos. Em um destes congressos, foi redigido a Carta de Atenas, a qual segundo a autor, caracteriza o planejamento territorial de forma diferente que havia sido proposto anteriormente. Nesta carta, o planejamento deveria ser feito considerando a cidade como parte de uma região, a qual é necessário se fazer estudos por diversos especialistas, englobando clima, recursos naturais, topografia, além da necessidade social específica para cada região.

A partir da Carta de Atenas, surgiram novas ideias, e com isso o planejamento territorial evoluiu. A Carta de La Tourrette foi uma consequência dessas novas ideias, e nela era colocado que o planejamento deixou de se resumir apenas na elaboração do projeto, mas sim numa ação permanente. Para eles, a contemplação de um novo projeto juntamente com a organização e a aplicação do mesmo, era a função da equipe de Planejamento Territorial, e tinha como principal obstáculo o equipamento dos locais a serem planejados. Segundo o autor, a carta também enfatiza outro ponto relevante que é a consideração dos fatores econômicos e humanos, bem como criação de leis e órgão para o setor financeiro e a participação efetiva da população no Planejamento. Outras dificuldades encontradas pelos autores da Carta seriam as péssimas administrações e o crescimento das populações que gera conflitos sociais internos. Em suma, a Carta de La Tourrette, segundo o autor, abrange um Planejamento a nível territorial, com ênfase não apenas para aspecto físico, mas também sócio – econômico, financeiro, administrativo e legislativo.

Outra Carta