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Relatório ao Texto “Antropologia, história e diferença”

Por:   •  25/9/2016  •  Relatório de pesquisa  •  896 Palavras (4 Páginas)  •  1.796 Visualizações

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Relatório ao Texto “Antropologia, história e diferença”

Robert Rowland[1] faz uma abordagem aos conceitos de etnocentrismo, relativismo cultural e diferença, bem como às suas implicações ao nível das ciências sociais.

Segundo Rowland, o etnocentrimo, “tendência a considerar a cultura do seu próprio povo como a medida de todas as coisas – é uma tentação que deve ser evitada”. A observação das outras culturas em função da do antropólogo, tomando-a como padrão para as restantes, tem como consequência a propensão deste considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. É nas questões do olhar sobre o outro e da interpretação da cultura do outro, que reside o debate do etnocentrismo.

O trabalho do antropólogo com o seu método caraterístico de investigação - «a observação participante no decurso de um trabalho de campo contínuo e prolongado», torna possível, em princípio, a possibilidade de ver e compreender cada cultura.

Rowland recorre a Jonh Beatie[2] para descrever a experiência do trabalho de campo antropológico. Para este antropólogo, o ponto que determina o momento em que um antropólogo ao observar uma outra cultura se torna antropólogo de campo é quando consegue “penetrar” nessa cultura. Concebe que será possível entender a cultura observada, ao ver fazer, ao ouvir falar e ao fazer e falar com os autóctones.

A formalização deste processo - relativismo cultural - é fundamentado a partir da necessidade de combater o etnocentrismo do antropólogo, quando no confronto com uma cultura diferente, tende a pensá-la na lógica da sua cultura de origem.

Porém, Rowland considera que isso não é suficiente, sendo igualmente fundamental a «tradução dessa cultura, tornando-a acessível à comunidade científica». Isto é, não pode limitar-se a absorver a cultura estudada, tem de a traduzir, tornando-a compreensível. Esta compreensão não consiste na substituição da sua cultura pela cultura estudada, mas antes, na «maneira de relacionar essa cultura com a sua própria cultura de origem e com a sua 'cultura' especificamente antropológica» e na elaboração de «um código apropriado de tradução entre a sua cultura e a outra». Se não se conseguir elaborar esse código não se pode valer «nem da sua própria cultura nem da sua formação antropológica para se orientar na cultura alheia» e a sua «visão subjectiva dessa cultura só poderia ser partilhada com os nativos» ficando condenado «face aos seus colegas» ao silêncio porque não se garante o desiderato de a tornar compreensível aos outros.

O problema que Rowland coloca, da necessidade de o relativismo cultural não ser levado até às últimas consequências, para não tornar cada cultura incompreensível a todas as outras, é um desafio à construção de «um código antropológico de tradução intercultural».

Rowland serve-se da analogia entre a prática de um antropólogo face a uma sociedade primitiva e a de uma criança face a um puzzle para evidenciar que a tradução deve obedecer regras e exigências.

Cada puzzle é uma realidade distinta e a sua resolução não consiste na comparação das suas peças, nem com as peças de outro puzzle.

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