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SEMINÁRIO – ALOIS RIEGL

Por:   •  18/5/2016  •  Relatório de pesquisa  •  3.894 Palavras (16 Páginas)  •  1.386 Visualizações

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SEMINÁRIO – ALOIS RIEGL

Apresentar a biografia do teórico;

  • AloisRiegl era um historiador de arte austríaca, membro chave da“Der WienerSchuleKunstgeschichte” (Escola de História da Arte de Viena) e figura central em métodos modernos de história da arte.

  • O pai de Riegl era um burocrata na administração da Imperial Tobacco, na Áustria. Ele se mudou com sua família para a Boêmia e Galícia, onde o jovem Riegl participou de um ginásio em língua polaca, mas com a morte de seu pai em 1873, sua família teve que voltar para Linz.

  • Riegl se matriculou na Universidade de Viena, mas evitou os escritórios de advocacia que seu pai queria para ele, em vez disso se engajou no estudo da filosofia e ensino de história com Brentanno Franz, AlexiusMeinong, Robert Zimmermann e Max Budinger, com quem aprendeu a visão positivista do método histórico.No entanto, foi em aulas onde com Thausing Moritz que Riegl aprendeu um método de análise mais "científico".
  • Ele se juntou à equipe do museu austríaco de artes decorativas (InstitutfürÖsterreichischeGeschichtsforchung) e começou a escrever sua Livre Docência em 1889, Die MittelalterlicheKalenderillustration, que examinou a tradição helenística em manuscritos medievais.
  • Em 1886 ele começou a sua formação curatorial no museu austríaco de Arte e Indústria, onde trabalhou por dez anos como curador de têxteis.
  • Os dois primeiros livros de Riegl, AltorientalischeTeppiche (Tapetes Orientais) e Stilfragen: GrundlegungenOrnamentikzueiner der Geschichte (Questões de Estilo), publicado em 1891 e 1893, respectivamente, decorrentes de seu trabalho no museu. Além disso, nestes primeiros livros o interesse e a visão interdisciplinar da história da arte foram evidentes na sua teoria.
  • Ele continuou o seu interesse em arte a partir de objetos do cotidiano (na época considerada artes menores) em sua próxima obra, Volkskunst, HausfleissundHausindustrie (1894). Entre 1894 e 1895, ele começou suas palestras sobre a arte barroca.
  • Em Viena, ele, Franz Wickhoff e Thausing, formaram o que ficou conhecido como a Escola de História da Arte de Viena. Ambos os estudiosos abordavam a arte empírica, negando a opinião generalizada de que certos períodos artísticos (neste caso, o falecido período romano e o medieval) sofreram uma degeneração do estilo.

 

  • Die spätrömischeKunstindustrienachdenmelt in Österreich (A indústria de arte Tardo-romana, 1901) de Riegl e Die Wiener Genesis (1903) de Wickhoff assegurou-lhes a reputação no campo dos objetos de antiguidadee do Império Romano.

  • Em Das HolländischeGruppenporträt (Retrato deGrupo Holandês), publicado em 1902 ele desenvolveu uma nova teoria postulando a ideia de "cuidado" para descrever a relação entre o observador eo objeto.
  • Riegl estava trabalhando em uma sequência para o seu SpätrömischeKunstindustrie e outras questões, quando ele desenvolveu câncer. Sua morte foi aos 47 anos.

 

  • Seu trabalho na arquitetura barroca, Die Estabelecimento de Barockkunst em Rom (O Começo da Arte Barroca em Roma), foi publicado após sua morte, em 1908, e seus escritos sobre a vida de Bernini em 1912 por FilippoBaldinucci.

Explicar detalhadamente e com profundidade a teoria desenvolvida pelo autor: conceitos, diretrizes e concepções;

  • MONUMENTO: “no senso mais antigo e verdadeiramente original do termo”, é uma obra criada pela mão do homem com o intuito preciso de conservar para sempre presente e viva na consciência das gerações futuras a lembrança de uma ação ou destino. Nesse sentido, o monumento, em seu sentido original, relaciona-se com a manutenção da memória coletiva de um povo, sociedade ou grupo. Como ressalta Françoise Choay:

“A natureza afetiva do seu propósito é essencial: não se trata de apresentar, de dar uma informação neutra, mas de tocar, pela emoção, uma memória viva. [...] A especificidade do monumento deve-se precisamente ao seu modo de atuação sobre a memória. Não apenas ele a trabalha e a mobiliza pela mediação da afetividade, de forma que lembre o passado fazendo-o vibrar como se fosse presente. Mas esse passado invocado, convocado, de certa forma encantado, não é um passado qualquer: ele é localizado e selecionado para fins vitais, na medida em que pode, de forma direta, contribuir para manter e preservar a identidade de uma comunidade étnica ou religiosa, nacional, tribal ou familiar”.

  • MONUMENTOS INTENCIONAIS: a criação desses remonta às épocas mais recuadas da cultura humana, e embora não foram deixados de ser produzidos, não é a este tipo de monumento que a sociedade moderna se refere quando se utiliza do termo, mas aos monumentos artísticos e históricos, ou seja, trata-se daqueles monumentos não-intencionais, aos quais “Não é sua destinação original que confere à essas obras a significação de monumentos; somos nós, sujeitos modernos, que à atribuímos” 

  • MONUMENTO HISTÓRICO: é para o AloisRiegl uma criação da sociedade moderna, um evento histórico localizado no tempo e no espaço. Após um período em que não se conhecia senão os monumentos intencionais, a partir do século XV na Itália, as obras da Antigüidade começam a ser valoradas por suas características artísticas e históricas, não mais apenas por serem símbolos ou memoriais das grandezas de Grécia e Roma. Assim, é a partir dessa mudança de atitude que se verifica o despontar de um novo valor de rememoração, não mais aquele ligado à memória coletiva, mas o valor histórico-artístico.
  • VALOR:é atribuído ao monumento e dá a forma específica que o culto irá assumir está diretamente relacionado com outro conceito-chave do pensamento de Riegl, a Kunstwollen– vontade artística – de cada época. Se até o século XVIII as preceptivas dominaram o fazer artístico, os monumentos tinham, necessariamente, que responder a esse cânone para serem admitidos como tal.
  • VALOR DE ANTIGUIDADE:esse revela-se imediatamente, ao primeiro contato, com uma obra na qual fica claro seu aspecto não-moderno, isto é, tal valor surge do contraste, da diferença, que pode ser percebida não apenas pelas classes mais instruídas ou cultivadas, mas inclusive pelas massas. E é esse apelo às massas, presente no valor de antiguidade, que fez com que o historiador acreditasse em sua ascendência no nascente século XX, onde passava a predominar uma cultura de massas.Segundo ele, em tempos de mudanças profundas na sociedade, como a que presenciava no fin-de-siécle, valores novos e antigos conviviam, até que os primeiros se impusessem definitivamente sobre os últimos.
  • VALOR DE REMEMORAÇÃO INTENCIONAL: é, para Riegl, o que mais se aproxima dos valores de contemporaneidade, na medida em que se remete à busca de um eterno presente e exige do monumento “nada menos [...] que a imortalidade, o eterno presente, a perenidade do estado original”. Principalmente entre as camadas menos cultivadas da população, quando se espera do monumento a aparência nova e fresca de uma obra recém-criada, o valor de arte predominante é o valor de novidade.
  • VALOR DE NOVIDADE: atende àquela atitude milenar que atribui ao novo uma incontestável superioridade sobre o velho, tal atitude “está tão solidamente ancorada [na sociedade] que não poderá ser extirpada no espaço de alguns decênios”, e de fato, até nossos dias ainda permanece.
  • A grande contribuição dessa obra do historiador da arte vienense reside no fato de se apresentarem, através dos diferentes tipos de valor atribuídos aos monumentos, decorrentes das distintas formas de percepção e recepção dos monumentos históricos em cada momento e contexto específicos, os contrastantes meios para sua preservação. E, ao indicar essas múltiplas possibilidades, impor ao sujeito da preservação a necessidade de fazer escolhas, as quais devem ser, necessariamente, baseadas num juízo crítico.
  • Dessa forma, o pensamento riegliano insere definitivamente as práticas da restauração no debate sobre a cultura, considerando-a deliberadamente como “ato de cultura”, antecipando-se às propostas defendidas a partir do segundo pós-guerra europeu pelo chamado “RESTAURO CRÍTICO”, que tem nas figuras de Roberto Pane, Renato Bonelli e Agnoldomenico Pica seus protagonistas, e, paralelamente, a marca da contribuição teórica de Cesare Brandi.
  • Em qualquer caso, a filosofia da preferência de Riegl é para a preservação e manutenção do monumento não a uma reestruturação real.

Novas diretrizes de pensamento?

  • Autores como Riegl e Wölfflin tomaram muito particularmente a História da Percepção Humana como campo temático principal a orientar os seus estudos. É precisamente esta escolha da história de percepção como tema que opõe frontalmente a Obra de Riegl à da Escola Positivista de Gottfried – para quem a arte seria mero produto mecânico de exigências técnicas, práticas e funcionais (Semper, 1860-1863).

  • Ao se tornar um dos primeiros teóricos da “visibilidade pura” a buscar grandes chaves explicativas que pudessem caracterizar a produção artística de um estilo ou período, Riegl não desconsiderou na verdade a dimensão da historicidade. De maneira geral, o que caracteriza as teorias da visibilidade pura é o princípio de que a Arte deve ser prioritariamente analisada através de uma “teoria do olhar artístico”.

  • Conforme essa teoria, a arte deve ser analisada a partir do olhar artístico, e não por outros fatores normalmente considerados pelos críticos tais quais: a técnica, reflexos sócio-políticos, bibliografia dos artistas, etc... Portanto, na crítica da arte só devem valer as propriedades formais.
  • Em primeira instância, o método de Riegl implica no estudo de um Estilo confrontando-o com outros, particularmente com o estilo precedente e com o estilo sucessor em um mesmo âmbito histórico-social.
  • Além disso, seria útil verificar como os elementos de um estilo foram se deslocando ou deslizando para o estilo subsequente – e este aspecto, desde já será oportuno ressaltar, dota o campo teórico proposto por Riegl de uma preocupação bem definida com a historicidade, outros autores também trabalhariam assim, através do método de confrontação entre estilos.
  • É importante notar que o método proposto por Riegl vai muito além da preocupação em contrastar um estilo com outros para fazer com que sejam ressaltadas suas singularidades, seria necessário descobrir para as obras de arte de um mesmo conjunto estilístico conexões mais amplas, internas ao estilo e associadas à sociedade e a outros padrões de pensamento da época.
  • AloisRiegl manifestou não só uma preocupação muito grande em descobrir as conexões que teriam entre si a produção artística visual de uma época e outros gêneros de expressão artística, como também se interessou em desvendar as conexões entre o pensamento artístico e os pensamentos filosófico e religioso de uma época.

Explanar o nome e a classificação que se encaixa tal teoria (exemplo: restauro estilístico, restauro critico e etc...);

RESTAURO CRÍTICO

Brandi fixa dois axiomas que norteariam o trabalho de conservação e restauro:

1º. axioma: “restaura-se somente a matéria da obra de arte”, restaurar somente a matéria, sem cometer falso artítico, sem intervir ou modificar o original da obra.

2º. axioma: “A restauração deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo”, Brandi defende que o objeto restaurado não volte no momento da criação, e sim que continue carregando as marcas do tempo, respeitando a temporalidade e a sua conformação original.

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