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A Contabilidade Como Fonte de Informações

Por:   •  21/11/2022  •  Dissertação  •  6.304 Palavras (26 Páginas)  •  56 Visualizações

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A Contabilidade como fonte de informações

para acompanhamento da Gestão Orçamentária:

estudo de caso numa empresa pública

Warley Wanderson do Couto

RESUMO

O artigo tem como foco a utilidade das informações contábeis como ferramenta de auxílio ao exercício das atribuições de planejamento, gestão e controle, inerentes ao orçamento. Neste sentido, o artigo analisa os resultados de estudo exploratório (TRIPODI, 1975 e BEALL, 2001 apud SOUZA et al., 2010), sobre as informações contidas nos relatórios contábeis e orçamentários de quatro unidades de uma empresa pública. A partir de tais características, buscou-se avaliar se as informações contábeis podem contribuir para melhor controle da execução orçamentária nas organizações. A coleta dos dados foi realizada em relatórios contábeis e orçamentários de janeiro a julho de 2011. Embora se tenha percebido que apenas uma das unidades apresentou resultado satisfatório, constatou-se que a contabilidade oferece condições de controle superior a outros tipos de controles existente nas organizações.

Palavras-chave: Contabilidade. Orçamento. Controle Gerencial.

1. INTRODUÇÃO

O atual ambiente empresarial vem se tornando cada vez mais competitivo na medida em que a crescente aceleração econômica dos países emergentes tem ampliado suas fronteiras comerciais. Esta mudança no ambiente econômico internacional foi originada pelo processo de globalização, caracterizada por Figueiredo (1995, p.20) como sendo a união de países em torno de uma proposta comum de intercâmbio comercial, em busca do livre comércio e queda de barreiras tarifárias e cambiais. A autora acrescenta que, este processo impacta tanto o contexto externo quanto o ambiente interno das organizações, gerando uma demanda por melhores práticas de gestão nas empresas. Para Boechat e Barros (2008, p.18), deste cenário complexo que abrange as empresas modernas surge uma tarefa desafiadora para os gestores: administrar a organização direcionando-a para resultados, ou seja, gestão estratégica com foco na criação e geração de valor para o negócio.

Neste contexto, não é mais possível prever as ações futuras de uma empresa baseado apenas no histórico do passado e da situação presente. Com o cenário atual, é oportuna a discussão da importância e relevância do planejamento e gestão do orçamento nas organizações, na medida em que decisões empresariais tomadas com base neste tipo de planejamento podem contribuir para redução e eliminação de prejuízos futuros com o negócio. Segundo Oliveira (2005), decisões empresariais focadas em planejamento e informações confiáveis podem solucionar, minimizar ou até mesmo evitar futuros problemas. E acrescenta que, a inexistência de controles gerenciais e informações para gestão podem provocar um permanente aperto financeiro e conseqüentemente aumentar a pressão de credores contra a organização.

A pesquisa descrita neste trabalho apresenta um estudo que teve como objeto de análise quatro unidades descentralizadas de uma empresa pública. O problema da pesquisa, cujos resultados são apresentados neste trabalho, pode ser sintetizado no seguinte questionamento: a contabilidade pode servir como fonte de informações para a gestão do orçamento numa empresa pública de direito privado? Desse modo, a pesquisa apresentada teve como objetivo analisar as divergências no gerenciamento orçamentário, entre previsto versus realizado, tendo como base o procedimento existente na empresa no período de janeiro a julho de 2011 e quais seriam os resultados se a empresa tivesse a contabilidade como fonte de informações para gestão de seu orçamento.

A justificativa deste estudo reside no fato de que a contabilidade moderna exerce papel fundamental para a gestão das organizações, tanto públicas quanto privadas, visto que esta tem se caracterizado como uma das ferramentas mais úteis aos administradores na otimização do processo de tomada de decisão, conforme destacado por Figueiredo (2008). Além disso, a aproximação das boas práticas de gestão, entre o setor público e privado, têm sido bem avaliadas pela sociedade e objeto de pesquisas no meio acadêmico (MARINI, 2008; SOUZA, 2009; PEREIRA, 2010; QUEIROZ e GKAGNAZAROFF, 2010) . 

O presente artigo encontra-se dividido em seis seções, incluindo esta introdução. Na seção 2, o referencial teórico descreve e discute a contabilidade e a gestão do orçamento nas organizações, evidenciando a importância da contabilidade como fonte de controle e as particularidades do controle orçamentário. Posteriormente, na seção 3, descreve-se a metodologia da pesquisa. Na seção 4, apresenta-se a empresa e a análise dos resultados. Na seção 5, são apresentadas as conclusões da pesquisa. Finalmente, na seção 6, as referências utilizadas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EMPRESA PÚBLICA

Com a obrigação de suprir as necessidades coletivas da sociedade, é que surge a criação de uma empresa pública pelo Estado. Uma vez que não existem interessados da iniciativa privada em dar manutenção em determinadas atividades de interesse da sociedade, o governo se torna o responsável pela garantia daquele recurso. Kohama (2010, p.19) define uma empresa pública como sendo:

“entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental, criação por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial, que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa”.

Lima e Castro (2009) apresentam o conceito de empresa pública como sendo “toda e qualquer entidade criada a partir de legislação federal, estadual, distrital ou municipal, que lhe atribui autonomia para gestão pública de bens, direitos e obrigações”.

Uma empresa pública pode ser ainda da administração indireta ou direta. Esta última por sua vez não será abordada neste estudo e por isso foi omitida neste referencial teórico. Kohama cita que nas empresas públicas da administração indireta o desempenho da atividade é desenvolvido de forma descentralizada, por outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, que proporcionam ao Estado a satisfação de seus fins administrativos.

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