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ANÁLISE DA PERSISTÊNCIA DOS LUCROS DO SETOR TÊXTIL DIANTE DOS ÍNDICES

Por:   •  24/11/2021  •  Artigo  •  5.615 Palavras (23 Páginas)  •  128 Visualizações

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ANÁLISE DA PERSISTÊNCIA DOS LUCROS DO SETOR TÊXTIL DIANTE DOS ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS

Emerson Fermiano Maccari

RESUMO

O setor têxtil foi importante para o desenvolvimento da economia brasileira ao longo dos últimos séculos. Entretanto, passa cotidianamente por diversos problemas e empasses que impactam diretamente sua demanda e lucratividade. Dessa maneira, este trabalho busca verificar quais indicadores econômico-financeiros melhor explicam a persistência de lucros das empresas do setor de tecidos do Brasil. Para tal, partindo de uma amostra de 11 companhias listadas na bolsa de valores brasileira obtidos por meio do site Quantum Axis referente ao período de 2010 a 2020, obteve-se uma regressão logística que indicou maior probabilidade de persistência de lucros em empresas com maior rentabilidade dos ativos e menor endividamento. Portanto, o aprimoramento na gestão dos bens e direitos da companhia e na melhor relação entre capital próprio e de terceiros se faz relevante para as empresas estudadas visando uma maior recorrência de lucros, beneficiando, dessa forma, seus acionistas.

PALAVRAS-CHAVE. Setor têxtil; Persistência de lucros; Índices econômico-financeiros.

1. Introdução

O aumento das indústrias no Brasil se deu ao findar do século 20 conjuntamente à emergência da mão de obra remunerada e a expansão do setor têxtil, segundo Mello (2004). Ao longa da história, a fabricação de tecidos para sua posterior comercialização foi um dos principais contribuidores para o desenvolvimento dos países, estando estampado essa importância na Revolução Industrial dos séculos 18 e 19, tendo o Brasil se inspirado nesses eventos e replicado à sua maneira no desenvolvimento da indústria nacional, conforme Moutinho e Campos (1999).

        Algumas décadas mais tarde, a partir de 1990, segundo Mello (2004), o despontamento da região Nordeste como novo grande polo têxtil ocorreu naturalmente dado o grande número de pessoas dispostas a trocar seu tempo por dinheiro com pouca ou quase nenhuma restrição para o trabalho, especialmente nos estados do Ceará e Pernambuco, após o reinado de glória de São Paulo no setor.

        Entretanto, como Costa e Rocha (2009) explicam, após essa década de migração de polo industrial e crescimento do setor, o Brasil começou a perder participação no mercado global de tecidos e seu crescimento anual declinou de 0,70% em 1.997 para 0,30% em 2.007 por conta, entre outros vetores, do estreitamento da competição entre países que, a partir de então, estavam relacionados em rede por conta da globalização.

        Quanto à principal finalidade de uma companhia, Mueller (1986) retrata que a dinâmica de lucros de uma empresa tende a ser especificada como um processo auto regressivo, geralmente de primeira ordem. Nesse sentido, Geroski (1990) fornece uma justificativa teórica para tal especificação empírica, com base no pressuposto de que os lucros dependem das ameaças do mercado inserido e, principalmente, dos lucros passados.

        Dessa forma, este trabalho buscou responder a seguinte pergunta: quais indicadores econômico-financeiros melhor justificaram a persistência de lucros das empresas do setor têxtil negociadas na bolsa de valores brasileira entre os anos de 2010 e 2020?

        Espera-se que essa pesquisa possa fornecer uma análise relevante para a compreensão de quais indicadores econômico-financeiros são mais importantes no acompanhamento e decisão de investimentos nas empresas do setor em estudo. Não obstante, fomentar a discussão e reafirmar a importância das empresas da indústria de tecidos.

        Este trabalho tem como objetivo geral verificar quais indicadores econômico-financeiros melhor explicam a persistência de lucros das empresas do setor têxtil por meio objetivos específicos, sendo eles: identificar e mapear as empresas do setor têxtil negociados na bolsa de valores brasileira entre o período de 2010 e 2020; definir os indicadores econômico-financeiros que serão testados neste estudo; levantar os dados necessários para o cálculo dos indicadores em estudo das empresas que compõem a amostra e calcular a regressão logística e os outros instrumentos estatísticos para formar o material de análise do trabalho.

        O problema estudado tenha sua importância explicada pelo potencial ajuda que poderá proporcionar para os stakeholders e gerentes das empresas do setor têxtil uma vez que visa clarificar quais indicadores econômico-financeiros melhor explicam a persistência de lucros, apontando para esses usuários quais dados são importantes serem observados no momento da análise desse grupo de companhias e também o que é crucial para os gestores focarem nas suas atividades gerenciais.

        Percebe-se que a maior parte dos estudos sobre persistência de lucros é focada em aspectos contábeis específicos que impactam todas as organizações. No Brasil, não se encontra muitos estudos analisando a persistência dos lucros frente aos indicadores econômico-financeiros. Com relação ao tema desse trabalho, encontrou-se um com objetivo escrito por Fontana (2019), porém restrito ao setor aéreo brasileiro. Dessa forma, este estudo buscará replicar, com a mesma metodologia, o artigo da referida autora, alterando a amostra para as empresas do setor têxtil, mas mantendo o início do período de apuração.

2. Revisão da literatura científica

        Esta seção abordará a história da indústria têxtil no Brasil de maneira enxuta visando explicar a importância do setor para a economia brasileira, algumas ideias acerca da persistência de lucros e sua capacidade de auxiliar os investidores a tomarem melhores decisões e, por fim, um resumo do estudo replicado neste trabalho.

2.1 História sintética da indústria têxtil no Brasil

        

        O início histórico da estruturação de indústrias têxteis no brasil é antigo. Segundo Clementino (2012), remete-se ao início do período colonial, tendo sofrido diversos ataques e dificuldades dado os empecilhos impostos pela família real portuguesa. Mesmo o algodão já sendo utilizado há muitas décadas pelos indígenas, os portugueses iniciaram uma produção têxtil doméstica e pouco sólida no Brasil. Ao longo do século XIX, a industrial de tecidos no país começou a ser construída, porém ainda de maneira muito incipiente, buscando dar conta de atender a uma demanda crescente. As empresas eram pequenas e muitas delas não permaneciam abertas por muito tempo.

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