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Conceito de controladoria

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Por:   •  14/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.956 Palavras (8 Páginas)  •  1.313 Visualizações

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CONTROLADORIA

CONCEITO DE CONTROLADORIA

Na bibliografia relacionada à conceituação da Controladoria, podemos encontrar duas linhas de pensamento diferenciadas sobre o nascimento e desenvolvimento da controladoria:

A) Controladoria como um órgão administrativo com uma missão, função e princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa;

B) Como uma área do conhecimento humano com fundamentos, conceitos princípios e métodos oriundos de outras ciências.

Em defesa da controladoria como um órgão administrativo, Mosimann e Fisch (1999, p.99) conceituam:

¨a controladoria como: “conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente CONTABILIDADE, que se ocupa com a gestão econômica das empresas com a finalidade de orientá-las para eficácia.”

Assim podemos entender que a base conceitual da controladoria é a CONTABILIDADE tradicional, integrada de forma multidisciplinar a outros ramos de conhecimento humano.

Essa visão alinha-se com a opinião de Padoveze (2003, p. 3), “a Controladoria pode ser entendida como a ciência contábil evoluída”. Como em todas as ciências há o alargamento do campo de atuação; esse alargamento da Contabilidade conduziu a que ela seja mais bem representada pela denominação de Controladoria.

Existiam autores que defendiam que Controladoria e Contabilidade seriam ciências diferentes, neste caso Controladoria seria um novo ramo do conhecimento humano.

Com essa falta de consenso na bibliografia surgiram diversas pesquisas a respeito do conceito da controladoria, também, se buscou verificar e responder se os elementos que integram a estrutura conceitual básica da controladoria refletiam na sua prática ou na carreira dos profissionais envolvidos.

Exemplo:

Em 2005, o CRC/ RS preocupado com o futuro da profissão Contábil, editou um estudo de autoria do Contador e Dr. Olivio Koliver, denominada: A CONTABILIDADE E A CONTROLADORIA, TEMA ATUAL E DE ALTA RELEVÂNCIA PARA A PROFISSÃO CONTÁBIL.

Essa obra tinha preocupação com o futuro da profissão contábil, caso a linha de pensamento da Controladoria como ciência autônoma fosse ganhando Corpo.

Abaixo, a reprodução de parte do Capítulo 9, Conclusão da obra supracitada:

Concomitantemente com os fatos referidos, ocorreu a disseminação da expressão controladoria, e muitos autores passaram a considerá-la como um novo ramo de conhecimento ou até uma ciência social. Entretanto, a maioria dos conhecimentos afirmados como a ela pertencentes integram, por definição, o campo da Contabilidade, especialmente as aplicações abarcadas pela chamada contabilidade gerenciais. Salta aos olhos a colisão direta com a conceituação científica da Contabilidade, resumida nas Resoluções nºs 750 e 774 do CFC. Cumpre ressaltar que nenhuma das obras examinadas apresentou qualquer análise de natureza epistemológica que sustentasse a afirmativa da existência de uma nova ciência social ou de um novo quadrante do Conhecimento Humano, o que, aliás, seria extraordinariamente improvável.

Mais adiante, mas ainda no capítulo 9 (conclusão):

Além do quadrante científico, o tema é determinante por atingir diretamente a Profissão Contábil e as prerrogativas enunciadas na legislação, sendo, por conseguinte, de nosso direto interesse. As premissas colocadas demandam a TOMADA URGENTE de posição pela CLASSE CONTÁBIL BRASILEIRA, por representar fator de sua SOBREVIVÊNCIA COMO PROFISSÃO!

Provavelmente em função de estudos semelhantes ao apresentado acima, percebe-se que na bibliografia mais recente, que os autores comentam essa discordância, mas se posicionam a favor do primeiro pensamento.

Assim, nesta disciplina abordaremos a controladoria como, sendo: um órgão administrativo, tendo como fundamentos Básicos as teorias e práticas da contabilidade e Administração (principalmente Finanças).

BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO: DA CONTABILIDADE A CONTROLADORIA.

Segundo, Ferreira (1985) : “Precisar exatamente a época em que se iniciou a História contábil é impossível, os estudos datam segundo as provas que têm atualmente, pelos trabalhos arqueológicos, há mais de 8.000 anos atrás.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália. Frei Luca Pacioli escreveu Contabilidade por Partidas Dobradas, publicado em 1494.

A Contabilidade de Custos surgiu com a Revolução Industrial, por volta da segunda metade do século XVIII. Até aquele momento só existia praticamente a Contabilidade Financeira (ou Geral).

O surgimento da Contabilidade Gerencial foi possibilitado diversos benefícios entre eles o aprofundamento e mensuração das informações relatadas pelas Contabilidades Financeiras, o planejamento e controle dos custos das operações e atividades, envolvendo relatórios sobre receitas, custos, ativos e outras áreas de responsabilidade, bem como outros tipos de informações, que auxiliam os gestores a atingir as metas da organização.

A controladoria é resultado da industrialização ocorrida nos USA na metade do século 19, o crescimento vertical e diversificado das organizações exigia, por parte dos acionistas e gestores, um controle central em relação aos departamentos e divisões que rapidamente se espalhavam nos Estados Unidos e em outros países.

No Brasil a controladoria surgiu na década de 60, através das multinacionais, principalmente das empresas norte-americanas.

SURGIMENTO DA FUNÇÃO CONTROLLER

A origem da palavra controller segundo Ricardino Filho (1999): É do Século XV, Countroller pessoa que controlava as contas dos lordes ingleses, com o tempo essa palavra foi modificada para Comptroller.

Nos Estados Unidos, até hoje comptroller é o título dado a função do responsável pela controladoria governamental e Controller para responsável pela controladoria em empresas privadas.

Para Figueiredo e Caggiano (2006): Controller é o gestor encarregado do departamento de Controladoria; seu papel é por meio do gerenciamento de um eficiente sistema de informação zelar para continuidade da empresa.

A primeira indústria que estabeleceu a posição de Controller foi a “General Electric Company”, em 1892. Neste período também foram desenvolvidos os princípios das técnicas de controladoria atualmente utilizadas, com o aparecimento das grandes organizações.

FUNÇÕES DA CONTROLADORIA

Segundo Lunkes et. alt (2009): As funções têm por objetivo orientar o campo de atuação de determinada área do conhecimento. São como a ação própria ou natural de um órgão, aparelho ou máquina.

Horngren (1985, p.11), baseado na classificação do Financial Executive Institute (FEI), (Instituto dos Executivos em Finanças), propõe uma descrição com sete funções a serem desempenhadas pelo controller, são elas:

1) Planejamento para o controle,

2) Relatórios e interpretação,

3) Avaliação e assessoramento,

4) Administração tributária,

5) Relatórios para o governo,

6) Proteção de ativos e

7) Avaliação econômica.

Segundo Lunkes; et al (2009) A definição de um conjunto de funções é um dos pontos fundamentais em qualquer estudo de controladoria, porém na literatura, muitos têm sido os autores com descrições de funções do controller, mas essas definições e concepções são insatisfatórias, confusas e muitas vezes contraditórias.

Em decorrência a essa constatação, os professores Doutores Lunkes Schnorrenberger; Gasparetto e Vicente todos da UFSC, apresentaram um estudo que tem como objetivo identificar um conjunto de funções da controladoria em manuais e obras de referência nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Artigo denominado:

Considerações Sobre As Funções Da Controladoria Nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil (2009).

O quadro1, mostra as funções da controladoria apresentadas nas obras de referências nos países E.U.A, Alemanha e Brasil.

Quadro1 - Funções da controladoria de acordo com obras e manuais de referência dos Estados Unidos, Brasil e Alemanha.

Fonte: Lunkes; Schnorrenberger; Gasparetto e Vicente (Dez. 2009)

Analisando os resultados deste estudo, temos que no Brasil as 7 (sete) funções básicas para a controladoria segundo os principais autores, brasileiros são:

1) Controle (100% dos autores)

2) Planejamento (80% dos autores)

3) Contábil (60%)

4) Elaboração de relatórios e interpretação das demonstrações financeiras (50%)

5) Sistema de informação (50%)

6) Atender Agentes do Mercado (30%)

7) Avaliação e deliberação (20%)

Ao analisarmos os resultados considerando os três países, as 7 funções básicas da controladoria, são:

a) Planejamento (87%);

b) Controle (83%);

c) Elaboração de relatórios e interpretação das demonstrações financeiras (47%);

a) Sistema de informação (43%);

d) Contábil (37%);

e) Avaliação de Ativos (27%) e

f) Análise e Avaliação Econômica (27%).

Podemos perceber que há um consenso nas funções básicas da controladoria, com destaque para o Planejamento e o Controle, embora no Brasil os autores deem mais ênfase para o controle.

Segundo os autores do estudo em questão as funções da controladoria nos Estados Unidos e Alemanha estão consolidadas, enquanto no Brasil está em fase de estruturação.

Controladoria na Estrutura Organizacional

O novo entorno econômico globalizador, vivido atualmente no mundo, tem introduzido profundas mudanças no ambiente econômico internacional, provocando um novo arranjo na Economia Mundial, surgiram os blocos econômicos: NAFTA, MERCOSUL, Países Asiáticos e a Comunidade Econômica Europeia.

Os movimentos sociais também exigirão futuramente um posicionamento das empresas onde elas serão cobradas em seu papel social, principalmente em relação a seu desempenho, ou seja, a otimização do uso dos recursos disponíveis.

Todo esse processo impacta tanto o contexto externo das relações contratuais das organizações, como o ambiente interno das empresas, criando assim a demanda por melhores práticas de gestão.

Neste contexto, a importância do controller seria medida muito mais pela sua contribuição para administração geral da organização do que pela correção com que são feitos os conjuntos de demonstrações contábeis que relatam puramente aspectos financeiros da gestão. (Padoveze: 2012).

Assim, a posição do controller em relação a organograma das empresas teria maior importância, o Controller passaria de assessor e fornecedor de informações, para participação ativa nas decisões estratégicas.

Alguns autores já posicionam a controladoria na Estrutura organizacional em um nível de tomadores de decisão ou assessor direto do principal gestor da entidade.

Organograma proposto por alguns autores.

Ou

Considerando a literatura recente podemos concluir que o Controller nas últimas décadas deixou de ser apenas um compilador de dados e passou a ser um gestor da informação, responsável pelo planejamento estratégico das organizações. Neste sentido a frase Roehl-Anderson e Bragg (1996), permanece moderna.

¨O Controller não é o comandante do navio, tarefa que compete ao executivo principal (CEO), mas pode ser comparado ao navegador, que mantém controle sobre os instrumentos de navegação. Deve manter o comandante informado sobre a distância navegada, a velocidade imprimida, resistências encontradas, variações de curso, recifes perigosos à frente e onde as tábuas de navegação indicam como o CEO deve encontrar e alcançar o próximo porto em segurança.

PERFIL DO CONTROLLER

Considerando as funções da controladoria segundo estudos de Lunkes; Schnorrenberger; Gasparetto e Vicente (2009), o "Controller" promove o conhecimento do conjunto de todas as variáveis relacionadas ao abrangente campo da controladoria organizacional, consolidando uma visão estratégica e integrada da gestão de finanças e controladoria empresarial, buscando a relação entre os diversos desempenhos da empresa. Ele sabe exatamente tudo o que ocorre na organização.

Os requisitos necessários para o cargo de “Controller” são:

a-) Profundo conhecimento do ramo de atividade da empresa.

b-) Conhecimento da história, dos objetivos, das metas, da cultura, dos problemas básicos, das oportunidades e estratégias da empresa.

c-) Conhecimento dos concorrentes, fornecedores e clientes com seus pontos fortes e fracos.

d-) Habilidade para analisar dados contábeis e estatísticos, suficiente para propor modelos, simulações e alternativas.

e-) Fluência oral e escrita, como também profundos conhecimentos dos princípios contábeis e fiscais que afetam o resultado da empresa.

f-) Iniciativa, visão econômica, comunicação racional, visão de futuro, visão das oportunidades de mercado e de negócios, persistência, cooperação, imparcialidade, cooperação e consciência de suas próprias limitações.

Bertolli (2007) em sua tese de Doutorado fez um pesquisa abrangente sobre Estrutura Conceitual Básica de Controladoria apresentados pelos trabalhos acadêmico e comparou com a realidade das práticas de Controladoria das 100 maiores empresas privadas que operam no Brasil.

Abaixo, os quadros mostram uma pequena parte desta pesquisa relacionada ao perfil dos Controller nas 100 maiores empresas privadas que atuam no Brasil.

Obs: As diferenças entre o número apresentado nos quadros com número de empresas pesquisadas referem-se a diversas particularidades.

Quadro 2 –Idade do Controller das unidades (Obs: Algumas empresas não tem um responsável formal na controladoria, portanto não foram citadas)

Quadro 3 – Formação Acadêmica dos Controller

(Obs: a diferença com o quadro anterior é que alguns profissionais têm mais de uma graduação).

Quadro 4 Obs: idem ao anterior

Quadro 5 – Posição do Controller na Estrutura organizacional

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