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Escolas e Pensamentos

Por:   •  5/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  5.805 Palavras (24 Páginas)  •  190 Visualizações

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Teoria da Contabilidade

4° PERÍODO

Valterly Silva Passos

PALMAS-TO/ 2018

Capítulo 2 - Escolas de pensamentos contábeis

Introdução

Para estudar as escolas de pensamentos contábeis e perceber a importância da Escola Europeia e americana no cenário mundial, é necessário que você tenha entendido a história da ciência contábil e sua evolução. Esse conteúdo foi estudado na disciplina Contabilidade Básica e no primeiro capítulo desta disciplina. Isso é importante, pois proporciona uma base histórica da contabilidade, permitindo que você faça um paralelo entre os fatos históricos das duas escolas.

A contabilidade, basicamente, é conhecida por duas escolas: a europeia e a americana. A Escola Europeia de contabilidade é constituída essencialmente pelas escolas italiana e alemã. Nas referidas escolas, prevaleceram o desenvolvimento da teoria contábil e suas práticas, associados ao nível de desenvolvimento comercial, social e institucional das suas nações.

A escola americana originou-se a partir das grandes corporações no começo do século XX, e teve como principais personagens: Sprouse, Hatfield, Paton, Littleton, Moonitz. O grande aglomerado americano contribuiu para o desenvolvimento da área contábil, pois é caracterizado pelo aspecto prático no tratamento de problemas econômico-administrativos. Nesta escola, surgiram várias associações profissionais de contabilidade. O surgimento dessas associações impulsionou o desenvolvimento doutrinário.

Neste capítulo, vamos tratar sobre a Escola Europeia de Contabilidade, em geral, Escola Italiana, em particular, bem como sobre Escola Americana de Contabilidade. Vamos abordar, primeiramente, os principais acontecimentos da Escola Europeia, bem como as suas diversas correntes, pois os objetivos deste capítulo são: entender os principais aspectos da Escola Europeia de contabilidade e compreender a origem da escola americana de contabilidade.

2.1 Escola Europeia de Contabilidade

Desde o início do século XIX e até as primeiras décadas da segunda metade do século XX, surgiram, na Europa, grandes escolas de pensamentos contábeis. Na Itália, muitas escolas se formaram, sendo considerado um dos países que criaram as mais influentes doutrinas.

Após o surgimento inicial do método contábil e de sua divulgação, por meio da obra de Luca Pacioli, da difusão da Escola Italiana por toda Europa, surge, no século XIX, um período denominado científico (IUDÍCIBUS, 2006). Com a publicação do Livro de Pacioli, a Escola Italiana ganha impulso e fica conhecida mundialmente, como o berço da Contabilidade.

De acordo com o referido autor, é neste período que a teoria avança, no que diz respeito às necessidades e às complexidades das sociedades. Esta fase teve seus principais personagens na Itália, que dominou o cenário contábil até os primeiros vinte anos do século XIX. No final do período científico, destacam-se alguns expoentes como Fábio Besta, Giuseppe Cerboni, Gino Zappa e outros. A Escola Italiana produziu alguns trabalhos repetitivos, muito teóricos, e não se nota muita aderência dos autores aos princípios da pesquisa, mas somente uma livre difusão de conhecimento e ideias.

O estudo teórico das contas e o uso excessivo do método das partidas dobradas inviabilizam demonstrar que a teoria e a prática devem caminhar juntas. Assim, a Escola Europeia preocupou-se mais em evidenciar que a Contabilidade era uma ciência pura, ao invés de dar importância ao método prático.

Na Escola Italiana, ocorreu o surgimento de várias correntes de pensamento contábil, podendo destacar: o contismo, o personalismo, o neocontismo, o controlismo, o aziendalismo, o patrimonialismo e o neopatrimonialismo.  A seguir, iremos entender os principais acontecimentos ocorridos em cada corrente, na visão de Schmidt e Santos (2008) e Sá (1997).

2.1.1 Contismo

A Escola Contista surgiu no século XV, especialmente com a obra de Pacioli, e foi à primeira escola do pensamento contábil. Os principais personagens da Escola Contista foram Fibonacci, Pegolotti, Casanova, Pietra, Flori, Cotrugli, sendo que o mais destacado foi Luca Pacioli. A ideia básica dessa escola é o processo de escrituração e o registro por meio de contas.

        Os seguidores da Escola Contista caracterizaram o processo de escrituração contábil da seguinte forma: debitar quem recebe e creditar quem fornece, visto que quem recebe deve e quem entrega tem a haver. Portanto, as contas representavam o conjunto de débito e de crédito que alguém tem em relação a outra pessoa.

        Nesta escola, os estudiosos da época chamaram a contabilidade como “ciência das contas”, apontando como objeto de estudo, a conta, que deu origem a Escola Contista. O Contismo, de certa forma, apresenta uma lacuna, visto que figura a conta como o objeto de estudo, que é a consequência ou efeito, em vez de apresentar o próprio objeto que ela registra, isto é, o fenômeno patrimonial.

        

2.1.2 Personalismo

Foi uma escola de pensamento da contabilidade que surgiu, em 1867, em reação ao Contismo. E esta escola tratou de dar personalidade às contas para explicar as relações de direitos e obrigações.

        Os principais líderes dessa corrente de pensamento foram Francesco Marchi, que iniciou a escola e Giuseppe Cerboni, que construiu a teoria personalista da contas. Cerboni partiu do raciocínio de que tudo o que ocorre na empresa ou na entidade gera direitos e obrigações, e isso é importante para a vida das aziendas. Este é o motivo pelo qual os personalistas definiram o patrimônio como um conjunto de direitos e obrigações. Tinham convicção de que as contas se referem sempre a fatos relacionados a pessoas e como tais devem ser explorados.

        Quanto à escrituração contábil, consideravam que quem recebe é debitado; quem entrega é creditado; os agentes devem ser debitados enquanto que os proprietários são creditados e vice-versa; as contas devem ser abertas em nome de pessoas físicas e jurídicas.

2.1.3 Controlismo

Esta foi a primeira escola de reação do pensamento contábil, que surgiu para desmistificar os falsos postulados do personalismo e quebrar o complexo doutrinário edificado por Cerboni e seus seguidores. Os principais personagens desta escola foram Fabio Besta, Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Pietro D’Alvise e Pietro Rigobon.

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