O DIREITO DO TRABALHO E EMPREGO

Pai

Eloiza Cardoso e Mariluce Pereira

Quando eu era criança

Meus pais sem esperança

Me disseram:

"Filha, aprenda a lavar a louça"

"Senta que nem moça"

Me chamaram de burra

Mulherzinha ingênua

Me disseram que a vida não é brincadeira

Que assim eu iria terminar solteira

Anne Frank me ofereceu refúgio

Lá na casa da Frida, porque desse padrão eu jujo.

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero estudar, trabalhar, ir para o hospital

E salvar alguém de um acidente fatal

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero sair do padrão social

Ser médica, empresária ou engenheira espacial.

Quando comecei a estudar

Eles vieram criticar

Disseram que eu era maluca

E que em lugar nenhum eu iria chegar

Me afoguei em lágrimas

No meio de tantas lástimas

Talvez eu não vá consegui,

Mas o importante é o que eu aprendi até aqui.

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero estudar, trabalhar, ir para o hospital

E salvar alguém de um acidente fatal

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero sair do padrão social

Ser médica, empresária ou engenheira espacial.

Ainda que as pessoas determinem

O que devo fazer

Emitindo o pior do olhar

Tentando me desanimar

Ainda que tentem me moldar

Moldar meus pensamentos

Fazer de minha vida um triste mar de lamentos

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero estudar, trabalhar, ir para o hospital

E salvar alguém de um acidente fatal

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero sair do padrão social

Ser médica, empresária ou engenheira espacial.

Ainda que venham falar o que devo fazer

Ainda que venham me derrubar

Ainda que tentem me humilhar

Tentar meus sonhos barrar

Eu não vou desistir

A sociedade quer me derrubar

E o que eu mais tenho é força para lutar

Eu não vou desistir

Por minha liberdade, insisto.

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero estudar, trabalhar, ir para o hospital

E salvar alguém de um acidente fatal

Pai! Eu não quero essa vida normal

Quero sair do padrão social

Ser médica, empresária ou engenheira espacial.