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CRITICISMO Método de indução Karl Popper e método hipotético-dedutivo

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Por:   •  3/3/2014  •  Tese  •  1.533 Palavras (7 Páginas)  •  409 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

Ítalo Pereira de Souza

A CRÍTICA DE KARL POPPER REFERENTE AO MÉTODO INDUTIVO E AO MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO.

São Luís – MA

2012

Ítalo Pereira de Souza

A CRÍTICA DE KARL POPPER REFERENTE AO MÉTODO INDUTIVO E AO MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO.

Conclusão do Trabalho destinado à disciplina de Metodologia do Trabalho Científico ministrada pelo professor Rodrigo Iturra, para obtenção de nota.

São Luís – MA

2012

A TESE DE UNIDADE DE MÉTODO ENTRE AS CIÊNCIAS NATURAIS E SOCIAIS.

Neste trabalho, discutiremos, inicialmente, a tese da unidade de método defendida por Karl Popper e, também, apontaremos como este pensador distanciou-se, devido a seus posicionamentos teóricos, do monismo positivista de Auguste Comte, ao propor a tese que unifica os métodos das Ciências Naturais e Sociais. Ao final, trataremos das bases lógicas sobre as quais se assentam o conjunto dos procedimentos metodológicos ensejados por este importante filósofo da ciência.

A DISTINÇÃO ENTRE O MONISMO METODOLOGICO DE POPPER E O DE COMTE.

Ainda que admita que existam diferenças entre as Ciências Naturais e as Ciências Sociais, o filósofo austríaco Karl Popper (1980) [1] defende a existência de unidade de método entre aqueles dois campos de conhecimento (Ciências Sociais e Naturais).

Neste sentido, Popper afirma que não pretende defender a inexistência de diferenças entre as ciências relativas à natureza e à sociedade, pois tais diferenças:

“(...) são claras e se manifestam até mesmo entre as diferentes ciências naturais, bem como entre as diferentes ciências sociais. (Comparemos, p. ex., a análise de mercados competitivos e de línguas românticas.) Concordo, porém, com Mill e Comte – e com muitos outros autores, entre os quais C. Menger – em que os métodos usados nos dois campos são fundamentalmente o mesmo (embora possa divergir desses autores quanto àquilo que deva ser considerado método). Os métodos consistem sempre em oferecer explicações causais dedutivas e em submetê-las a testes (por meio de previsões). (...)” (POPPER, 1980, p. 102).

Assim, Popper considera que apesar das diferenças existentes entre as ciências naturais e sociais é possível se utilizar o mesmo procedimento metodológico nesses dois campos do conhecimento.

Auguste Comte ao pretender fundar como ciência positiva a Sociologia, também vai defender a possibilidade de unificar, metodologicamente, as ciências, aspirando conferir um caráter de certeza e rigorosidade à sua “Física Social”, que, por sua vez, teria como objetivo estudar o comportamento humano em função do meio e dos processos que interligam o indivíduo em associações, grupos, instituições, em razão de um contexto social mais geral.

Popper e Comte teriam assim as mesmas pretensões: estabelecer uma unidade metodológica entre as ciências. Mas apesar de seus propósitos comuns os dois autores se diferenciam na forma de conceber esta metodologia das ciências.

Para Comte o método das ciências é indutivo, ou seja, as ciências devem observar os fatos, determinar as leis que os regem e fazer previsões. Para Popper o método das ciências é o hipotético-dedutivo.

Podemos dizer que o monismo metodológico de Popper difere, completamente, do monismo metodológico do Comte, visto que para este a legitimação do conhecimento se dá através de uma base observacional. Assim sendo, os fatos são acumulados pela observação; mas, esta observação é submetida à imaginação que permite relacionar tais fatos por meio da investigação racional, a fim de que se estabeleçam as leis gerais e invariáveis dos acontecimentos. Para Comte somente através do conhecimento dessas leis é que o homem poderá atuar sobre os “fenômenos” sociais, de modo que: “(...) as ciências possuem, antes de tudo, destinação mais direta e elevada, a saber, a de satisfazer a necessidade fundamental sentida por nossa inteligência, de conhecer as leis dos fenômenos”. (COMTE, Curso de Filosofia positiva, 1ª. Lição III.)

Isto nos leva a dizer que a perspectiva da tese de unidade de método entre as ciências em Comte, baseia-se fundamentalmente em percepções empíricas, ou seja, o estudo dos acontecimentos pode ser provado à luz de dados colhidos na experiência, onde a análise metodológica é puramente factual e implica em inferir que, se, por exemplo, de A segue-se B, numa sequencia supostamente repetitiva, teremos condições de garantir a validade das teorias mediante generalizações.

Por outro lado, na perspectiva de Popper, a unidade de método entre as ciências, baseia-se na ideia de que o método hipotético-dedutivo é o procedimento (metodológico) que melhor corresponde às exigências do fazer científico. No método hipotético-dedutivo parte-se sempre do geral para o particular, ou seja, elabora-se uma teoria de caráter universal para explicar um determinado problema. E esta teoria é submetida a severas críticas com o intuito de refutá-la.

Popper em sua obra A Lógica das Ciências Sociais nos esclarece acerca da sua tese de unidade entre as ciências, definindo o seu monismo metodológico nos seguintes termos:

“a) O método das ciências sociais, como aquele das ciências naturais, consiste em experimentar possíveis soluções para certos problemas; os problemas com os quais iniciam-se nossas investigações e aqueles que surgem durante a investigação.

As soluções são propostas e criticadas. Se uma solução proposta não está aberta a uma crítica pertinente, então é excluída como não científica, embora, talvez, apenas temporariamente.

b) Se a

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