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Estudo do Homem Contemporâneo

Por:   •  14/6/2021  •  Resenha  •  2.834 Palavras (12 Páginas)  •  227 Visualizações

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[pic 1]ESTUDO DO HOMEM CONTEMPORÂNEO
FICHAMENTO – O PRINCÍPIO RESPONSABILIDADE
JULIANA DE CARVALHO RODRIGUES

CAPÍTULO I –
A NATUREZA MODIFICADA DO AGIR HUMANO.

        

Segundo o autor, a ética parte de três pressupostos: 1) a condição humana, que é equiparada à natureza do homem e à natureza de todas as coisas, está fixada em todos os seus traços fundamentais; 2) tendo base nesses fundamentos, é determinado de força clara o que é bom para o homem; 3) o alcance da ação e responsabilidade humana é fundamentada de forma rigorosa. Porém, esses pressupostos perderam a validade sobre o que isso quer dizer para a situação moral do homem. O autor segue dizendo que transformações na capacidade geraram uma alteração na natureza do agir do ser humano. E, já que a ética corresponde com o agir, o resultado lógico disso é que a natureza transformada do agir humano também transmite uma transformação na ética; não apenas no sentido de que novos objetos do agir aumentaram materialmente o domínio dos casos aos quais se devem adotar as regras de conduta em vigor, porém em uma percepção mais radical, porque a natureza qualitativamente nova de muitas das ações humanas alcançou uma nova dimensão completamente nova de conceito ético, não prenunciada nas perspectivas e nos cânones da ética convencional.

  1. O EXEMPLO DA ANTIGUIDADE.
  1. HOMEM E NATUREZA.

O autor cita o famoso canto do coral da Antígona, de Sófocles – uma homenagem ao opressivo poder humano, narrando a sua violenta invasão na ordem cósmica, assim como a irreverente invasão dos diferentes domínios da natureza recorrente de sua esperteza; e, conjuntamente, narra a ocorrência, com o auto adquirido discurso, da reflexão e da sensibilidade social, ele fundamenta uma casa para sua própria existência humana – isto é, a cidade. O autor segue dizendo que a violação da natureza e a civilização do homem caminham de mãos dadas: uma, na medida em que ele se aventura na natureza e subjuga as criaturas; outra, na medida em que erige no refúgio da cidade e de suas leis um enclave contra aquelas. O homem é o fundador de sua vida como vida humana.

O que não está explicito é que, para aquela época, a consciência de que o homem, confrontado com todos os elementos, continua pequeno: é precisamente isso que o consente tolerar a sua petulância.

Antigamente, as intervenções do homem na natureza, tal qual ele propriamente via, eram fundamentalmente rasas e ineficazes para danificar o equilíbrio fortemente assentado. O autor ainda cita que “o retrospecto descobre que a verdade nem sempre foi tão inofensiva. Também não é encontrado, no Antígona nem de outra parte, uma observação de que isso fosse apenas um começo, no qual coisas maiores fossem acontecer em matéria de arte e poder.

  1. A OBRA HUMANA DA “CIDADE”.

A cidade dos homens foi criada para cercar-se, não se expandir e, a partir disso, um novo equilíbrio foi desenvolvido dentro do equilíbrio maior do todo. Seja qual for o bem ou o mal, no qual o homem vê-se coagido à virtude de sua arte.

O autor fala que a invulnerabilidade do todo, cujas profundezas permanecem imperturbadas pela impertinência humana, isto é, a imutabilidade fundamental da natureza como ordem cósmica foi uma base para todos os acometimentos do ser humano, incluindo suas interferências naquela própria ordem. Sua vida tornou-se entre o que ficava e o que mudava: o que permanecia era natureza e o que mudava eram as obras dos homens mortais. A maior dessas obras era a própria cidade, a qual ele tinha um grau de permanência que, por sua vez, era artificial e não ofertava nenhuma garantia de longo prazo. Essa cidade, de sua criação, formou o domínio completo e único de responsabilidade humana.

A natureza não era responsabilidade do homem: ela cuidava de si mesma e acabava por tomar conta do ser humano também. Mas, diferente da cidade, ela não necessitava da ética e sim da inteligência e inventividade. Na cidade, o autor fala, a inteligência tem que casar-se com a moralidade, porque essa é a alma de sua existência.

  1. CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA ATÉ O MOMENTO PRESENTE.

  1. Todo o domínio da techne (habilidade) era eticamente neutro, tendo em vista que tanto o objeto quanto o sujeito de tal agir: do panorama do objeto, pois a arte afetava rasamente a natureza das coisas; do ponto de vista do sujeito, porque a techne como atividade compreendia-se como um tributo determinado pela necessidade. De forma simples, os objetos inanimados não fundavam um domínico eticamente significativo.
  2. A ética referia-se à relação direta de homem com homem, o de cada homem consigo mesmo; toda ética clássica tem enfoque antropocêntrico.
  3. O homem e sua condição fundamental era considerada como constante, já sua essência – não sendo um objeto da techne – reconfiguradora.  
  4. O bem e o mal evidenciavam-se na ação. O comportamento correto tinha critérios imediatos e seu cumprimento quase imediato. As consequências ficavam ao critério do acaso, do destino ou da providência. Assim, tinha a ver com o aqui e agora, como as situações se manifestavam aos homens, como tais situações recorrentes e típicas da vida privada e pública. O homem bom era aquele que se fronteava virtuosa e sabiamente com essas ocasiões, que tinha a capacidade para enfrentá-las e conformava-se com o desconhecido.
  5. Todos os mandamentos e máximas da ética tradicional, não importa quais fossem suas divergências, demonstram um confinamento ao círculo imediato da ação.
  1. NOVAS DIMENSÕES DA RESPONSABILIDADE.

A ética moderna inseriu ações de uma ordem inédita de grandeza, com novos objetivos e consequências que a ética antiga não consegue mais abranger. Ainda assim, muitos conceitos antigos enquadram-se na atual – tais como as prescrições da justiça, da misericórdia, da honradez etc. No entanto, há um crescente domínio do fazer coletivo, no qual impõe uma nova esfera: a da responsabilidade.

  1. A VULNERABILIDADE DA NATUREZA.

A vulnerabilidade da natureza é ocorrente da intervenção técnica do homem que, agora, conhece os danos já produzidos. Decorrente dessa descoberta, há o fundamento da ciência do meio ambiente, conhecida como ecologia. Por meio dela, pode-se ver o efeito que as ações do ser humano tem sobre a natureza. E, a partir disso, a natureza torna-se uma responsabilidade do homem. Diante disso, o autor cita as metáforas: não mate a galinha dos ovos de ouro, ou que não se serre o falho sobre o qual se está sentado; perguntando em seguida: mas quem está sentado e, talvez, caia no precipício?

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