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ONU

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Por:   •  1/10/2013  •  Tese  •  1.585 Palavras (7 Páginas)  •  270 Visualizações

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No cenário mundial essa idéia e principalmente essa iluminação que ele teve da possibilidade de convivência numa comunidade de iguais da Inglaterra e Índia, que infelizmente não progrediu, é, até hoje, o conceito político mais importante, uma forma de transcender a globalização comandada pela economia como essa que nós estamos vivendo hoje no mundo inteiro. Essa globalização tem vários aspectos, positivos e negativos, mas ela tem um aspecto altamente negativo que é o comando da globalização pelo fator econômico, pelo fator capital, pelo fator do livre mercado. E a visão de Gandhi de certa forma é antecipada um pouco pela União Européia, no âmbito restrito da Europa, mas já algo desse tipo. A possibilidade da convivência entre iguais e nações numa espécie de confederação mundial de nações, da qual a ONU seria a base, que o homem conseguiu construir até hoje, é o conceito mais importante político hoje, do ponto de vista da política internacional, porque as alternativas a essa evolução de uma confederação, de um parlamento mundial, de uma convivência entre iguais, de uma ONU cada vez mais democrática e mais eficiente nas suas políticas, quais são? A primeira, que se vislumbrou quando a União Soviética quebrou, é a hegemonia de um império único novamente, um império da Casa Branca, dos Estados Unidos. E o mundo controlado pelo império sediado na América do Norte. A outra via, que agora parece mais realista do que um império controlado incontrastavelmente pelos Estados Unidos – parece que nem recursos mais tem para isso – é a divisão de blocos. E que blocos? E para onde caminha e tem caminhado na época moderna essa política de blocos? Essa política de blocos deu duas grandes guerras mundiais. Uma e duas! A política de blocos hoje caminha para ter os Estados Unidos, talvez tendo aliados históricos nos países da Comunidade Européia. A Rússia, a Índia e a China cada vez mais poderosas e fazendo valer o seu peso econômico e populacional, caminhando para uma definição que pode ser um ou dois blocos. E também um bloco irredutível, que vem ainda de uma relação colonial deteriorada, que é o bloco do Islã. Então vejam que ambiente altamente inflamável que é essa segunda possibilidade. A primeira possibilidade seria a submissão aos Estados Unidos, comandando e oprimindo o mundo inteiro social e economicamente. A segunda é a divisão em blocos, blocos sociais e comerciais, que são a ante-sala da guerra. É a guerra comercial que pode transitar em direção à guerra propriamente dita, a qualquer momento. Os Estados Unidos, o ocidente chamado cristão, comandado pelos anglo-saxões, anexando nós latinos, na rabeira. A Rússia, a China e a Índia. E o Islã que tem luz própria também. Vejam o que está acontecendo nesse conflito entre a China e o Japão por causa de cinco ilhotas que não têm nada, cinco penhascos. Para quê esse tipo de ensaio, de mostrar as garras, entre a China e o Japão, que faz parte do bloco dos Estados Unidos, americano, embora seja um país oriental, em torno de cinco penhascos que nada valem? Isso é um ensaio, afirmação de autonomia, no sentido antigo da autonomia. A terceira alternativa é a da construção da confederação das nações, onde todos esses blocos, os países de força intermediária e principalmente os pequenos países, as pequenas nações, os pequenos povos, pudessem todos conviver e serem protegidos nesse governo mundial. Alguns acham que o governo mundial é uma coisa totalitária, que vai estar sediado seja nos Estados Unidos, ou na Rússia, ou na Europa, que vai mandar em todos nós. É o contrário. Se você constrói um governo mundial democrático com respeito pelas minorias e a possibilidade dos pequenos, dos mais fracos, dos mais frágeis sobreviverem, terem as suas culturas, que é o que interessa, a forma de viver, que é o essencial, preservada e terem chance de sobreviver. Caso contrário, na alternativa um ou dois, todos eles desaparecerão, serão varridos do mapa, submetidos ao país-império ou aos blocos mais fortes pelo mundo afora. Essa questão Gandhi vislumbrou e é, sob meu ponto de vista, uma questão chave, para onde vamos caminhar ou não, todos os países, inclusive nós. Ou vamos apostar que vamos entrar para esse clube da China, da Índia e da Rússia, por exemplo, como parece que alguns dirigentes nossos de Brasília apontam? Nosso país, que é um país intermediário entre esses grandes países e os países de menor força política e econômica, tem uma responsabilidade muito grande nesse processo.

A outra questão importante da política mundial é o desenvolvimento sustentável, como a ONU propôs a partir do Encontro no Rio. Novamente as idéias do Gandhi, a autonomia, a simplicidade voluntária, são de grande valia. Porque não é fácil o que a ONU está propondo para a gente. A ONU está propondo que você equilibre o fator econômico, o fator social e o fator ambiental. Isso parece uma coisa óbvia, mas nem o capitalismo nem o socialismo, durante 200 anos, no mundo inteiro, fizeram isso. Eles trabalham o econômico e o social. Um mais o econômico, outro mais o social. E ambiental nada. O ambiente é visto como um saco sem fundo, do qual você pode sacar a vontade, porque está lá a nossa disposição. Então a ONU propõe que se equilibre os três fatores. É uma mudança completa em relação ao capitalismo e ao socialismo. Novamente aquelas idéias do Gandhi dão uma base muito firme para se caminhar em direção ao desenvolvimento sustentável. São os dois fatores de atualidade na política internacional das idéias do Gandhi: o desenvolvimento sustentável e a possibilidade da convivência entre as nações, grandes, medias, pequenas, muito pequenas. Eu insisto na questão da Comunidade Européia porque vejo como uma experiência muito importante, inclusive, não sei se dando crédito ao Gandhi, mas eles usam o princípio da subsidiariedade, que é fazer no nível local tudo o que puder fazer e dar

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