TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Álcool e drogas na história do Brasil

Por:   •  28/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  815 Palavras (4 Páginas)  •  270 Visualizações

Página 1 de 4

UNICEUB

ÉTICA, CIDADANIA E REALIDADE BRASILEIRA II

Segunda verificação de aprendizagem

Professor: Mantin Adamec

Aluna: Ana Paula Dias Carvalho (RA: 21353038)

Turma: G

Junho

2016

QUESTÃO 2

A cidadania pode ser entendida como um conjunto de propostas relacionadas a direitos civis, políticos e sociais, que seriam instrumento para a realização plena do potencial humano dos indivíduos.

Seguindo a lógica proposta por T. H. Marshall (1950), a cidadania poderia ser considerada plena desde que houvessem direitos políticos – refere-se à participação no poder político, a capacidade tanto de votar como também de ser votado-, direitos civis – envolvem, sobretudo, a ideia de liberdade, vida e propriedade-, e direitos sociais – que seriam a capacidade do indivíduo de manter um padrão de vida que permita a efetiva inclusão na sociedade. Entretanto, esta definição tradicional de cidadania não tem caráter universal, visto que não abarca questões de gênero e raça.

O conceito de regime de gênero relaciona-se a um sistema de domínios inter-relacionados de relações de gênero. Gênero é relação social. Um regime de gênero contém tanto essas relações sociais, como também um conjunto de domínios institucionalizados de supremacia do masculino sob o que é considerado feminino.

Já as relações concernentes a raça, no Brasil – e também na maioria dos países da América do Sul -, são objeto de um gradual e lento avanço em relação ao reconhecimento das diferenças, que ainda se mostram insuficientes, de certo, pois a igualdade material, concreta, entre brancos e negros está longe de se consolidar. Observa-se uma mudança da postura estatal a partir do momento em que se abandona a ideia de uma “democracia racial” e passa a ter protagonismo a ideia do multiculturalismo. A democracia racial é o mito propagado, especialmente durante a ditadura militar, que considera que as relações entre negros e brancos, no Brasil, se estabelecem de forma harmônica e homogênea, devido a particularidade do fenômeno que aqui se estabeleceu - a miscigenação –  que era considerada durante o período autoritário como fator de identidade nacional.

Porém, com o fim de regimes autoritários no Cone Sul, tomam forma as democracias representativas (pós 1980), sucumbe a ideia de “democracia racial” ao multiculturalismo, que impõe ao Estado a necessidade de preservar, garantir e mensurar as diferenças e as desigualdades sociais prejudiciais entre seus cidadãos, é a democracia entendida para além de termos estritamente liberais, como a igualdade formal entre cidadãos e a garantia de direitos individuais, e é nesse espaço em que há a abertura para a implementação de políticas afirmativas, como as cotas, por exemplo.

Todavia, se faz necessário demonstrar que mesmo com a mudança de posição estatal, passa-se a valorizar o multiculturalismo, no Brasil, desigualdades sociais estão amaradas a mecanismos invisibilizados de discriminação, que favorecem sua reprodução, como num “círculo cumulativo de desigualdades”, e que impedem o pleno acesso a cidadania por parte de grupos sociais específicos.

A análise de dados censitários demonstra estatisticamente que a cor e o gênero dos indivíduos têm grande peso na explicação da pobreza e na sua reprodução:

  • Mulheres negras são mais atingidas pelo desemprego: entre a população negra, a taxa de desemprego é maior que entre os brancos. Segundo dados do estudo Retrato das desigualdades de gênero e raça, do Ipea, enquanto o desemprego atinge 5,3% dos homens brancos, entre os negros, o índice chega a 6,6%. Entre as mulheres, a diferença é ainda maior. Entre as brancas, o desemprego é de 9,2% enquanto entre as mulheres negras, ultrapassa os 12%.
  • Taxa de analfabetismo é duas vezes maior entre os negros: em 2013, a população branca tinha 8,8 anos de estudo em média, já a negra, 7,2 anos. Além disso, a taxa de analfabetismo entre os negros (11,5) é mais de duas vezes maior que entre os brancos (5,2).

Raça/Cor

Renda média (ao mês)

Brancos

R$ 1.607,76

Negros

R$ 921,18

Brasil

R$ 1.222,90

  • Renda dos negros é 40% menor que a dos brancos

Fonte: Anexo estatístico da publicação Políticas Sociais[pic 1][pic 2]

Ou seja, no cenário brasileiro é palpável a distinção de gênero e de raça/cor que envolve o acesso a efetivos direitos, fatores estes que quando somados desembocam, principalmente, na marginalização de mulheres negras, de modo que tais indicadores estatísticos mostram como a raça é capaz de organizar as relações sociais.

Os constrangimentos ao exercício pleno da cidadania das mulheres assumem muitas formas, que, de tão naturalizadas nas culturas (ainda) patriarcais, se tornaram invisíveis.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.6 Kb)   pdf (147.4 Kb)   docx (13.5 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com