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A Análise do Setor de Energia Elétrica

Por:   •  14/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.094 Palavras (5 Páginas)  •  56 Visualizações

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  1. VISÃO GERAL DO SETOR

A pandemia de coronavírus causou uma grande redução na demanda do consumo de energia elétrica, seja ela renovável ou não, o que acarretou em atraso de investimentos, além de perdas e diminuição das atividades de manutenção em todo o mundo. Os impactos foram relevantes e imediatos, como por exemplo na Itália, onde na primeira semana de quarentena a queda no setor elétrico foi de 8% comparada a mesma semana do ano anterior (FGV, 2021).

        No que tange especificamente o setor de energias renováveis, que são extraídas de elementos que não são finitos, como a força dos ventos (eólica), dos mares e rios (hidrelétrica) ou da luz solar (solar), a pandemia deixa uma mensagem clara de que este é o caminho para um futuro econômico sustentável, sendo necessário investir em setores que reforcem a saúde e o bem-estar da população, além da necessidade de redução da vulnerabilidade econômica e de infraestrutura causada por energias não renováveis. Deste modo, alimentar indústrias antigas e que poluem o meio ambiente não é uma opção viável (WRI, 2021).

De modo geral, restrições de movimento, bloqueios e desaceleração econômica causados ​​pela crise da Covid-19 reduziram significativamente a demanda de eletricidade em todo o mundo, o que fez com que o setor experienciasse uma queda de 5% no consumo e no Brasil de 4,5% apenas no 1º semestre de 2020, sendo o mês de maio o mais afetado, com menos 11% de consumo (IEA; EPE.GOV, 2021). Diante da queda de 5% no mundo, o setor de energia renovável ainda sim encontrou espaço para um crescimento de 7% em 2020, com perspectivas futuras do setor mais animadoras em contraste às energias finitas (IEA, 2021).

No primeiro semestre de 2020, 13 países concederam quase 50 GW (gigawatts) de nova capacidade renovável para se tornarem operacionais entre 2021 e 2024, o valor mais alto de todos os tempos. O leilão nacional de energia solar fotovoltaica da China concedeu 25 GW em junho de 2020. Apesar de uma forte desaceleração na atividade de construção, a Índia concedeu 11,3 GW de energia solar e quase 1 GW de capacidade eólica em leilões centrais e estaduais, revertendo a tendência de queda iniciada no segundo semestre de 2019. Na Europa, Alemanha, França, Itália e Portugal concluíram leilões de energia eólica e solar fotovoltaica de janeiro a junho, mas a capacidade geral concedida na região foi significativamente menor do que em 2019. Grécia, Holanda e Irlanda também realizaram leilões, com alguns atrasos devido à Covid-19. Dados que indicam a continuidade de investimentos em energia limpa mesmo durante a pandemia (IEA, 2021).

        Dentre alguns benefícios da utilização de fontes de energia renováveis está a redução da poluição do ar, tornando a população menos vulnerável a doenças, principalmente respiratórias. Além de ser a fonte mais barata de energia, já que não possui custos com combustível, os investimentos em energias renováveis devem auxiliar na emissão de gases de efeito estufa, o que protege a sociedade dos malefícios das mudanças climáticas (WRI, 2021).

        A tendência atual é de priorização da energia renovável e outras tecnologias de baixo carbono, para que possa haver uma recuperação da crise de Covid-19 mais sustentável, com criação de empregos e com um fresh start às economias pelo mundo. Uma demonstração desta análise é a volta dos Estados Unidos como protagonista no cenário climático, através da Cúpula do Clima organizada por Joe Biden, que recepcionou 40 chefes de Estado entre os dias 22 e 23 de abril, que trouxeram metas ambiciosas para a redução do uso de energias não renováveis (BBC; WRI, 2021).

        Com relação às motivações para investir no setor de energias renováveis, é possível citar o fato de que a energia limpa gera um retorno econômico entre três e oito vezes maior do que o capital investido. O gráfico abaixo mostra uma pesquisa realizada pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), que avaliou dois cenários socioeconômicos diferentes. O primeiro deles, é o “Cenário de Transformação da Energia”, que apesar de audacioso, é factível e limitaria o aumento da temperatura do globo à -2ºC, custando US$19 trilhões a mais do que a abordagem comercial “Perspectiva de Descarbonização Profunda, mas que traria um retorno entre US$50 e US$ 142 trilhões até 2050, acarretando em um crescimento de 2,4% do PIB mundial. Já a segunda abordagem mencionada promete um mundo sem emissões de carbono entre 2050 e 2060 (um período maior de tempo, o que é maléfico na luta contra o aumento da temperatura global), custando entre US$ 35 e US$ 45 trilhões, e com retorno de US$ 62 e US$ 169 trilhões, considerando custos sociais e de saúde evitados com a redução da poluição do ar.

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