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A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR

Por:   •  3/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  3.751 Palavras (16 Páginas)  •  107 Visualizações

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Introdução

O crescimento da economia mundial é o que impulsiona o comércio entre nações. A corrente mundial de comércio, representada pelas atividades de exportação e importação, auxilia os países na venda de produtos em que possuem maior especialização, competitividade e disponibilidade, além de proporcionar a aquisição de bens necessários para o consumo ou para suprir demandas nos processos produtivos.

Entre os anos de 2001 e 2014 o fluxo de comércio (soma das exportações e importações) do Brasil passou de US$ 113,88 bilhões FOB (Free on Board – Livre a Bordo) para US$ 454,16 bilhões, resultando num crescimento de 298,78%. Mesmo com esta evolução, o Brasil representou neste mesmo período, em média, pouco mais de 1% do comércio mundial, oscilando entre o 20º e o 30º lugar no ranking de países que mais importam ou exportam (ITC, 2015).

A expansão comercial do país acaba por influenciar, em maior ou menor medida, o comércio exterior das unidades da federação (estados) e de suas regiões, dependendo de vários fatores, tais como: setores em expansão, vocação econômica, proximidade e acesso a outros mercados, acordos econômicos, empreendedorismo local, dentre outros. Neste sentido, o Rio Grande do Sul e o Corede Norte apresentaram crescimento no fluxo de comércio superior ao verificado no Brasil, sob grande influência do aumento no volume do comércio mundial e do país.

Conhecer um pouco mais sobre o histórico do comércio exterior de uma região, pode servir de subsídio para a tomada de ações futuras, com o intuito de consolidar ou impulsionar ainda mais uma trajetória de crescimento, que se desdobra em ganhos para as empresas, população e para a região como um todo. Sendo assim, este trabalho objetiva apresentar informações acerca da evolução do comércio exterior do Corede Norte do Rio Grande do Sul no período entre 2001 e 2014, analisando algumas das informações obtidas no contexto estadual, em termos de participação percentual no número de empresas atuantes no comércio exterior do estado, taxas de crescimento e um comparativo entre a participação no Produto Interno Bruto (PIB) e no comércio exterior estadual.

Nas seções que compõem o trabalho, o referencial teórico apresenta conceitos sobre as principais formas de internacionalização dos empreendimentos, bem como as principais características, os benefícios da atuação por meio da exportação e importação, e as modalidades predominantes nas empresas da região em estudo. A metodologia apresenta os tipos de pesquisa utilizados e a forma de análise dos dados. A seção de apresentação elenca algumas informações básicas da região em estudo e das características do seu comércio exterior. As considerações trazem a essência das constatações para os objetivos propostos neste trabalho, bem como a oportunidade para a continuidade e aprofundamento das discussões.

Revisão Teórica

A internacionalização é descrita por Welch e Luostarinen (1988) como um processo no qual, uma empresa se envolve em operações internacionais, seja para dentro ou para fora do país (importação ou exportação, por exemplo).

Já as contribuições proporcionadas por Barreto e Rocha (2003) apontam que a internacionalização é um processo de envolvimento da empresa com o exterior, tanto para dentro (inward) pela importação, licenças de fabricação, contratos de franquia ou tecnologia, como para fora (outward) pela exportação, contratos de franquias ou tecnologia, licenças de fabricação ou ainda, investimento direto no exterior.

Neste sentido, de acordo com Cateora e Graham (2001), este envolvimento pode ocorrer por diversas formas de operação, incluindo importação e exportação, licenciamento, franquia, joint-venture e investimento estrangeiro direto. Os autores discorrem que uma empresa que decide internacionalizar-se, precisa escolher uma estratégia de entrada em mercados internacionais compatível com o potencial de mercado, com as habilidades, grau de envolvimento com marketing e comprometimento que conseguirá assumir.

Ao decidir sobre qual vai ser a maneira de entrada no mercado internacional, estão entrelaçadas também as escolhas sobre o grau de risco, envolvimento e controle sobre as operações, incluindo o investimento necessário para o estabelecimento e sustentação da relação (KOTABE; HELSEN, 2000).

Os primeiros estudos sobre internacionalização indicavam que ela aconteceria por meio de um “processo incremental” de envolvimento (e de aprendizado) com o mercado externo, tendo na exportação para países próximos geograficamente e culturalmente o início desta trajetória. Essas pesquisas iniciaram com a Escola Nórdica (Uppsala) e tiveram como principais (e primeiros) pesquisadores Johanson e Wiedersheim-Paul (1975) e Johanson e Vahlne (1977).

Tais teorias evoluíram e outros estudos foram elaborados ao longo do tempo, abordando, por exemplo, o surgimento de organizações que estabelecem rápido e significativo envolvimento com o mercado externo, logo após o início de suas atividades. Um dos primeiros esboços que investigam o fenômeno das empresas que já nascem voltadas para o exterior foi o de McDougall (1989). Ganitsky (1989), também abordou o tema em seu trabalho sobre exportadores israelenses, as empresas “estabelecidas expressamente desde sua criação para atender mercados estrangeiros”.

Knight e Cavusgil (1995) contribuem observando que nem todas as empresas seguem o modelo incremental de internacionalização e apresentaram um novo tipo de empresa internacional: a empresa nascida global, “born global firm”. Em contrapartida, a existência destas empresas representa um desafio às teorias tradicionais de internacionalização, como a da Escola Nórdica, que percebe que o empreendimento gradualmente se envolve nos negócios internacionais, passando no final, a investir diretamente em instalações e processos no exterior.

O caminho da internacionalização oferece múltiplas opções e cada empreendimento deve optar pelo modelo que mais se adapta à sua realidade ou condizente com a sua estratégia. No caso brasileiro, os primeiros estudos sobre o tema foram realizados a partir dos anos 2000 e apontaram o baixo grau de internacionalização das empresas brasileiras (ROCHA, 2001). Segundo a autora, além do fator cultural, também os fatores geográficos, ambientais e motivacionais influenciam ou dificultam o processo de internacionalização dos empreendimentos. Estes fatores podem ser aplicados na análise do potencial e comprometimento das empresas com a internacionalização.

Neste sentido, Mariotto (2007) considera que a internacionalização é sim, um processo de envolvimento

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