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A Economia da Cultura

Por:   •  3/4/2017  •  Exam  •  2.748 Palavras (11 Páginas)  •  240 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro Preto

Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas

Departamento de Ciências Econômicas

Disciplina: Economia da Cultura e do Entretenimento

Alunos: Amanda Cunha, Carina Lopes, Gisely Santos, Karolina Rodrigues, Mariza Albuquerque.

1)  Pensando nos textos de Goodwin e Blaug, seja sucinto, e responda: quais os aspectos socioeconômicos e históricos que delimitam a economia da cultura e a constituem objeto de estudo? Onde estamos e quais as previsões de estudo dentro do tema?

A inserção do individuo à cultura, bem tanto o seuingressoà mesma, está estritamente ligada ao perfil socioeconômico do consumidor. A utilização da cultura passou a ser feita não apenas pelarelação direta com a invenção artística, e sim especialmente também, por meio dos produtos culturais. Esse fato ocorre principalmente quando leva-se em consideração a conduta dos adolescênciae jovens da atualidade, que através da “cultura de quarto”, com o uso dos meios de comunicação de massa, uso da Internet, e o aparecimento da “cultura de apartamento”, coligada ao predomínio do consumo de DVD’s e CD’s, desperta interesse aqueles que podem estar inseridos no mundo da cultura, sem precisarem sair de casa, e conseqüentemente, sem precisarem arcar com outros possíveis gastos.

Por outro lado, a utilização da cultura fora do domicílio causa ao indivíduoum aspecto de socialização em relação às práticas de comunicação e entretenimento. Um pressuposto básico é a de que um aumento do capital humano entusiasma positivamente o uso de cultura. É importante ressaltar que a cultura fora do domicílio, gera outros custos, como por exemplo, custo com transporte, alimentação, além do custo de oportunidade. Este custo de oportunidade tende a ser mais alto para as famílias de renda mais elevada, visto que essas famílias apresentam taxa de salário mais alta.

Dentre o período 2002-2003 e 2008-2009 foi estimado através de um modelo Probit, a possibilidade de ocorrência do gasto com a cultura, levando em consideração o perfil socioeconômico do consumidor, a disponibilidade de tempo e o efeito de um provável “vício positivo”, como sugerido por Stigler e Becker (1977), sendo estudado utilizando uma variável referente ao gasto com educação artística e instrumentos musicais, indicando complementaridade entre consumo passado e presente.

Vale lembrar que as transformações tecnológicas e as políticas públicas desenvolvem a competência de acesso à cultura. Nesse contexto que estamos inseridos, que está relacionado ao consumo de massa e contração dos obstáculos entre os gêneros artísticos e o público, temos que os modelos de demanda tendem a ser muito vastos e dissonantes.

O efeito da raça/etnia na cultura popular pode ser semelhante em proporção ao efeito de classe (educação e renda). Entretanto, a instrução sobre demanda por esses bens enfatiza a relevância de se levar em conta as peculiaridades de distinção social, como escolaridade e renda, e a influência dos pares e o contato precoce com a arte no sentido de já serem engajados no perfil de consumidores de produtos culturais, podendo ser produtos culturais de massa ou os elitizados.

Abordando de forma singular a utilização da cultura fora do domicílio, é necessáriorealçar a importância do custo de oportunidade vinculado ao tempo gasto para o consumo. Becker (1965) aborda que para um indivíduo assistir a uma peça de teatro, ele terá custos que superam o preço do ingresso. Essa açãorequer tempo para locomoção e, acima de tudo, para a assistência, assim, ocorre uma alocação de tempo que poderia ser empregada em outra atividade, como a de afazeres e trabalho.

O tempo é um fator que delimita a cultura e para muitos indivíduos frequentar salas de cinema é uma ação eventual, e tempo e renda seriam os principais fatores capazes de restringir a demanda por cinema. A alta nos preços dos ingressos se apontou como um fator relevante para redução da demanda, porém, a idéia de haverem gastos secundários ligados à ida ao cinema, como transporte e atividades de lazer adicionais, o conceito de “combo” de entretenimento, aparenta ser um fator crucial. Todavia, os benefícios crescentes dos bens substitutos, como aluguel de DVDs e TV a cabo, que não estão relacionados a tantos gastos complementares, beneficiam a redução da demanda por cinema.

Analisando ainda outras contribuições da sociologia sobre o uso de cultura, é admissívelsituar que a demanda por bens e serviços artístico-culturais carece ser avaliada função não apenas de aspectos econômicos como preço do bem, bens complementares, preço de bens substitutos, característica do bem e renda disponível para consumo, como também de aspectos sócio demográficos, tais como raça, gênero, idade, religião, fatores educacionais e fatores regionais. Além de estar coligadainteiramente ao estoque de capital cultural acumulado.

A economia da cultura foi lançada em 1966 por Baumol e Bowen com o livro Performing Arts: The Economic Dilemma, porém, bens culturais são estudados antes dessa data com relação a microeconomia e não a uma matéria especifica. Estes estudos em relação a economia cultural existem desde a época dos economistas políticos, segundo Goodwin. Por outro lado, Blaug afirma que vários autores tentaram modificar a economia da cultura em uma disciplina da antropologia, ao invés de economia.

Goodwin explica que Jevons foi o economista marginalista que mais dedicou ao estudo da arte. Ele tinha uma função no desenvolvimento econômico, criticando as elites por coibirem a população das artes finas. Ele também estudou a economia dos museus, e pensava que estas instituições deviam ser estudadas cientificamente.

Goodwin afirmava também que uma grande parte dos economistas clássicos via a arte como algo supérfluo e que Veblen partilhava das mesmas opiniões de certos economistas clássicos, de que a arte era supérflua. Veblen identifica a aquisição de arte como “consumo conspícuo”: expressões artísticas que colocavam a posição do comprados como alguém que teria grande status, pois ele desembolsou uma quantidade considerável para manter a obra de arte em sua possessão.

Tugwell defendeu o planejamento racional da economia, e tal projeto incluiu as artes. Foram criados programas que tinham um objetivo de não apenas incentivar as artes, mas também criar uma “democracia cultural”. Para que esse programa funcionasse era necessário tornar as artes acessíveis à população em geral, não apenas as elites. Extrair o estigma de “consumo conspícuo” sobre as artes.

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