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A Sweezy e Dobb

Por:   •  13/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.450 Palavras (10 Páginas)  •  323 Visualizações

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Resenha sobre o livro

A transição do Feudalismo para o Capitalismo: O debate de Paul Sweezy e Maurice Dobb

Aluno: Matheus V. T. de Sousa

UMA CRÍTICA

Paul Sweezy

Dobb define que o feudalismo é um sistema interligado a servidão. Na visão de Sweezy, é uma falha, já que em outros sistemas também possuem as servidão, mas que não são sistemas feudais.

Dobb define várias características do sistema feudal tendo como uso o feudalismo na Europa ocidental. Sendo para Sweezy seu erro, afinal existem diferenças sistêmicas em decorrência de particularidades em todos os lugares, independente do sistema predominante.

De acordo com Dobb, o  feudalismo  é  um  sistema  econômico  que  tem  a

servidão  como  relação  de  produção  dominante,  e  em  que  a  produção  é

organizada  ao  redor  da  propriedade  senhorial.  O que não exclui  a presença do comércio, entretanto não sendo o principal motor do modo de produção, que era para o consumo

O feudalismo não é um sistema estático, estando em constantes mudanças, tendo em vista as disputas pelo poder  do feudo. Outro fator em constante mudança é a população, por ser um sistema que requer limitações.

Dobb acredita que o que levou ao declínio do sistema feudal não foi só o crescimento do comércio, mas fatores alguns fatores que se criaram dentro sistema feudal. Sweezy contesta dois argumentos que Dobb coloca como relevantes para o declínio do feudalismo – desprezo pelos interesses dos servos e guerra e banditismo -. Questionando os argumentos de Dobb, Sweezy diz que são incertos e que existiram ao longo de todo período intensificando com decorrer dos anos.

A fuga  dos  servos  da  terra é atribuída por Dobb como decorrência  da opressão  dos  senhores feudais,  entretanto, segundo  Sweezy, para  eles  se  mudarem  para  outro  lugar, teriam  que  ter  um  outro local para viverem. A  fuga  dos  servos ocorre junto  com  o surgimento das  cidades,  que  ofereciam empregos e condições de ascensão social.

Então,  conclui  Sweezy, que  essa  fuga,  se  fosse  de  outro  modo,  pareceria  difícil  de  compreender, porém com o  crescimento das cidades, torna-se  um processo natural para essa emigração.  Todavia, ele não tira o válido argumento de opressão dos senhores feudais, que Dobb  utilizou,  mas  afirma  que  somente  esse  argumento  não  seria o propulsor, em grandes proporções, da saída dos servos.

Alguns  fatores   que  podem  ter  influenciado  a mudança  da  economia  de  uso  para  a  de  troca - O  primeiro  é  a  ineficiência  da organização  da produção.  Os  bens  manufaturados  podiam  ser comprados  mais  baratos  do  que  se  fossem  feitos  em  casa,  e  essa  pressão para comprar gerou uma pressão para vender.   Em  segundo,  a  existência  do  valor  de  troca  tende  a  mudar  as  atitudes dos  produtores. Era  possível  procurar  riqueza  não  em  produtos  perecíveis,  mas em produtos convenientes ou ordens de pagamento. Em terceiro, a evolução dos gostos  da  classe  feudal  dominante.  É um processo quase que natural, a aristocracia quer cercar -se de luxo  e   dos melhores produtos existentes, então, estão sempre buscando e querendo mais.   E, em quarto, o  desenvolvimento  das  cidades,  que  continham  muitas oportunidades  de  emprego  e  de  ascensão  social,  e  que  atraíam  as  pessoas. Todos esses fatores contribuíram fortemente para o colapso do sistema feudal.   O processo de transição do  feudalismo  para  o  capitalismo,  não  foi  uma mistura  entre  feudalismo  e  capitalismo,  foi  uma  época  em  que  não  e ra  nem feudalismo  nem  capitalismo,  que  Sweezy  chama  de  “produção  pré-capitalista de  mercadorias”,  e m  que  há  a  preparação   do  terreno  para  o   desenvolvimento do  capitalismo.  Porém, não  é  um   sistema  tipo  feudalismo,  capitalismo  e socialismo,  é  apenas  um  processo  de  transição que não  possui  características próprias.

Sweezy diz que Dobb fez uma leitura errada sobre Marx quando trata sobre a transformação revolucionaria de produção e as rupturas do controle de mercado das produções realizadas por antigos artesões

Sweezy critica as afirmações de Dobb afirmando não haverem provas concretas sobre o processo de acumulação, que segundo Dobb ocorrem em duas fases distintas. Sendo a primeira, a  burguesia  adquire  a  preço  risível certos  valores  e  títulos  de  riqueza e a segunda é   a  fase  da  realização,  na  qual objetos  da  acumulação  original  eram  realiza dos  ou  vendidos,  possibilitando  o investimento  efetivo  na  produção  industrial.  Por Sweezy, é difícil compreender o entendimento da burguesia por ela ter desenvolvido os bancos e o congelamento de credito. O  complemento  necessário  que  a  burguesia  queria  adquirir  era ruptura  com  o  antigo  sistema para criar  um  novo sistema,  que lhes  dessem lucro.

Sweezy conclui falando  do  “ excelente  tratamento  que  ele  deu  aos  problemas básicos do  período  de  acumulação  original “, e  que  muitas  pessoas  se  nã o  dão  a

devida importância, se distraindo com a fase da realização.

UMA RÉPLICA

Maurice Dobb

Maurice  Dobb entende a importância  do debate  para o desenvolvimento  histórico do  marxismo e concorda  com  muitas  coisas  que  Sweezy  diz, mas discorda sobre algumas interpretações.

Dobb compreende o entendimento de Sweezy sobre servidão e feudalismo, já que é apresentado uma definição maior sobre o assunto e merece uma analise mais cuidadosa.

Para Sweezy a  característica principal do feudalismo é a produção  para uso. Dobb  acredita que  os  métodos  de produção  eram quase primitivos, sendo que o  produtor  possuía  os  meios de produção, na qualidade de produtor individual.

Sweezy entende que Dobb deveria analisar diferentes tipos de feudo e não só o feudalismo da Europa ocidental, por ocorrer distinções. Dobb acredita que existem semelhanças no modelo ocidental e oriental, na forma de exploração de produtores, sem ter remuneração.

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