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A raça Santa Inês é usada na reprodução

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Por:   •  31/3/2014  •  Tese  •  772 Palavras (4 Páginas)  •  210 Visualizações

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23/07/2010 - Diário do Nordeste

Raça Santa Inês é utilizada em melhoramento genético

Crateús. O Nordeste do Brasil é detentor do maior rebanho de ovinos e caprinos do País. Segundo a Embrapa, o Brasil conta com rebanho ovino e caprino que, somados, representam 32 milhões de cabeças, equivalente a 3,3% do efetivo mundial, que é superior a 990 milhões de animais. Na região dos Inhamuns, no Estado do Ceará, a raça de ovinos Santa Inês é predominante. Muitos pecuaristas vêm utilizando suas terras e pastos para a criação de ovinos desta raça, principalmente para o abate e, em alguns casos, para a reposição de matrizes e melhoramento genético.

Considerando a dimensão territorial brasileira, bem como as condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da ovinocaprinocultura, os rebanhos do País são numericamente inexpressivos, principalmente quando comparados com a criação de bovinos, cujo efetivo nacional é da ordem de 150 milhões de cabeças.

A Região Nordeste concentra 10,4 milhões de caprinos e 7,2 milhões de ovinos, o que corresponde, respectivamente, a 88% e 39% dos rebanhos do País. Devido ao crescente aumento na demanda da carne ovina, a ovinocultura de corte tem se destacado como uma boa opção aos pecuaristas.

Pelo menos dois elementos contribuíram mais fortemente para essa evolução: o momento em que a bovinocultura esteve em baixa, crescendo, assim, o apelo por uma alternativa considerada mais viável e confiável; a mudança de hábitos alimentares do brasileiro, pois experimentar novos pratos e novos produtos, bem como aprender a cozinhar com arte, tornou-se sinônimo de elegância, sofisticação e qualidade de vida. Assim, a carne dos deslanados (animais sem lã), mais magra e de sabor diferenciado, chegou aos restaurantes da região Nordeste, primeiramente, e depois à cozinha dos restaurantes finos do Sudeste.

Economia

A ovinocaprinocultura é de fundamental importância sócio-econômica para o Nordeste. A produção de ovinos e caprinos representa uma alternativa na oferta de carne, leite e derivados, favorecendo o aspecto alimentar, especialmente da população rural. É um atrativo para ocupar as pessoas, contribuindo de forma significativa para a fixação do homem no campo. A exploração destes animais, nas últimas décadas, tem transformado o cenário dos sistemas produtivos, fazendo com que aumente, substancialmente, seu contingente populacional e, ainda, a qualidade genética de ovinos e caprinos.

Na Fazenda Betânia, em Crateús, a criação de ovinos Santa Inês é exclusivamente voltada para a reposição de matrizes e melhoramento genético, há vários anos. Antônio Soares Lima, há 30 anos cria ovinos da referida raça e, em 1998, começou a investir no trabalho com animais Puro Origem (PO), enxergando o crescimento do mercado nacional. Era uma época de revolução no mercado dos animais Puro Origem.

Venda

Os animais eram vendidos a R$ 2 mil, em média. Soares chegou a vender uma ovelha da raça Santa Inês a R$ 6 mil, em 2007. Todos os criadores na região se empolgaram e investiram na raça. Até uma associação, a Associação dos Criadores de Ovinos Santa Inês (Assocri), foi criada. "Durante uns 10 anos valeu a pena investir no Santa Inês para venda de matrizes porque a gente vendia muito bem".

O "boom" positivo de vendas passou. E o preço caiu vertiginosamente. "Ano passado foi a pior época", diz o criador. O animal hoje é vendido a R$ 300.

Antônio Soares é privilegiado, pois reside em um local arejado e com muita água, ao lado do Açude Carnaubal, que abastece a cidade de Crateús. Assim, sofre bem menos com as consequências da seca que assola a região, já que a existência de água na propriedade permite o investimento em forragem e milho. Continua criando ovinos com foco no melhoramento genético, com esperança que a lucrativa comercialização volte. Mas já se prepara para a pecuária de corte. "Registrar animais no momento não está compensando, vou preservar a raça, mas logo me voltarei para corte", diz. Nos tempos áureos, Soares conta que participou de feiras e exposições e o preço que vendia um animal era de R$ 500. Competiu em vendas com grandes criadores do Nordeste.

Fique por dentro

Origem

O Santa Inês teve sua origem no Nordeste brasileiro, com padrão da raça definido no ano de 1967 e homologado, posteriormente, pelo Ministério da Agricultura. É fruto do cruzamento de Bergamácia, Morada Nova, Somalis e outros ovinos Sem Raça Definida (SRD). Diferentemente da maioria das raças lanadas de origem europeia, que são acasaladas de forma estacional, somente no verão-outono e parindo no inverno-primavera, sendo este um dos principais entraves à ovinocultura de corte, a Raça Santa Inês tem como uma das suas características mais importantes a produção contínua de cordeiros durante todo o ano. Isso garante o sucesso da criação e atrai criadores.

MAIS INFORMAÇÕES

Associação dos Criadores de Ovinos Santa Inês (Assocri)

Edmilson Soares

(88) 3691.1936

Silvania Claudino

Especial para o Regional

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