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Catolicismo romano

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Por:   •  2/12/2014  •  Tese  •  4.384 Palavras (18 Páginas)  •  194 Visualizações

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O CATOLICISMO ROMANO

1. Quem fundou, quando e por quê?

A Igreja Católica menciona o ano 33 d.C. como a data da sua fundação. Isto vem do fato de que toda ramificação do cristianismo costuma ligar a sua origem à Igreja fundada por Jesus Cristo. Porém, quanto ao desenvolvimento da organização eclesiástica e doutrinária da Igreja Romana é muito difícil fixar com exatidão a data de sua fundação, porque o seu afastamento das doutrinas bíblicas deu-se paulatinamente.

2. Quais as principais crenças?

a) A crença de que no apóstolo Pedro residia o fundamento da Igreja

A Igreja Católica Romana considera o apóstolo Pedro como a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja. Para fundamentar esse ensino, apela principalmente, para a passagem de Mateus 16:16-19: “E Simão Pedro, respondendo disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque tu não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.

Dessa passagem a Igreja Romana deriva o seguinte raciocínio:

• Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada.

• A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, só ele detém o poder de abrir a porta do reino dos céus.

• Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.

• Toda autoridade foi conferida a Pedro até nossos dias, através da linhagem de bispos e papas, todos vigários de Cristo na Terra.

Partindo desse raciocínio, o padre Miguel Maria Giambelli põe o versículo 19 de Mateus 16 nos lábios de Jesus, da seguinte maneira: “Nesta minha Igreja, que é o reino dos céus aqui na terra, eu te darei também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e judiciários, de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu a ratificarei lá no Céu, porque tu agirás em meu nome e com a minha autoridade”. (A Igreja Católica e os Protestantes, pág. 68).

Numa simples comparação entre a teologia vaticana e a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no elo da igreja nascente, descobre-se quão absurda é a interpretação romanista à respeito da pessoa e ministério desse apóstolo do Senhor. Mesmo numa despretensiosa análise do assunto, conclui-se que:

• Pedro jamais assumiu no seio do cristianismo nascente a posição e as funções que a teologia católica romana procura atribuir-lhe.

O substantivo feminino “pedra” designa do grego uma rocha grande e firme. Já o substantivo masculino “petros” é aplicado geralmente a pequenos blocos rochosos, móveis, bem como a pedras pequenas, tais como a pedra de arremesso. Pedro é “petros” = bloco rochoso e móvel e não “petra” = rocha grande e firme. Portanto, uma igreja sobre a qual as portas do Inferno não prevalecerão não poderia repousar sobre Pedro.

• De acordo com a Bíblia, Cristo é a pedra. “Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou” (Daniel 2:34).

Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina (Efésios 2:20).

Nestes versículos, “pedra” se refere a Cristo e não a Pedro porque no original grego consta “petra” como vimos acima.

Diz o próprio apóstolo Pedro: “Este Jesus é a pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4.11; Marcos 12:10 e 11; Romanos 9:33; I Coríntios 10:4 e I Pedro 2:4). Em todos estes textos o original grego que aparece é “petra” e referindo-se a Jesus.

Da interpretação doutrinária que a Igreja Católica Romana faz de Mateus 16:16-19, deriva outro grande erro: o ensino de que Jesus fez de Pedro o “Príncipe dos Apóstolos”, pelo que veio a se tornar o primeiro bispo de Roma, do qual os papas, no decorrer dos séculos, são legítimos sucessores.

• Esteve Pedro em Roma alguma vez?

Há uma opinião sobre uma remota possibilidade de que Pedro tenho estado em Roma.

Oscar Cullman, teólogo alemão, escreve”A primeira carta de Pedro... alude em sua saudação final (5:13) à estada de Pedro em Roma ao falar de “Babilônia”, como lugar da comunidade que envia saudações, pois que a opinião mais provável é que “Babilônia designa Roma”.

Também Lietzmann, em sua obra Petros and Paulos in Rome (Pedro e Paulo em Roma), assim se expressa sobre o assunto:

“Mais importante, porém, é a debatida afirmação de que Pedro, no decurso de sua atividade missionária, tenha chegado a Roma e aí morrido como mártir. Visto que esta questão está intimamente relacionada com a pretensão romana ao primado, freqüentemente a polêmica confessional influi na discussão. A resposta a ela só pode ser fruto de pesquisa histórica desinteressada. Como, porém, ao lado das fontes neo-testamentárias, vêm, em consideração, principalmente testemunhos extra e pós-canônicos da literatura cristã antiga, e, além disso, documentos litúrgicos posteriores, e ainda escavações recentes, esta questão não pode ser aqui discutida em todos os seus pormenores. Queremos apenas lembrar que, até a Segunda metade do Século II, nenhum documento afirmava expressamente a estada e martírio de Pedro em Roma”.

Tenha ou não estado em Roma, o fato é que se Pedro foi papa, foi um papa diferente dos demais que apareceram até agora. Senão vejamos:

• Pedro era financeiramente pobre (Atos 3:6);

• Pedro era casado (Mateus 8:14-15).

• Pedro foi um homem humilde, pelo que não aceitou ser adorado pelo centurião Cornélio (Atos 10:25-26).

É de estranhar que Pedro, sendo o “Príncipe dos Apóstolos”, como ensina a

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